Cap 18 - Os Deinerts

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Alisei meu vestido ao me olhar. O dia anterior foi uma confusão. Só rezava para nunca mais ver Lance e para ele não contar para ninguém o que eu disse. Dizer que elevei a mulher louca dos gatos a outro nível era um eufemismo.
Trabalha em uma revista de gatos, trabalha com gatos, escreve sobre gatos, é virgem, confessou ser pegajosa e declarou amor no segundo encontro ― é, status de solteira confirmado para os próximos quarenta anos.

Suspirando pesadamente, tirei meu cabelo do babyliss e enfiei os dedos nas mechas. Feliz com meu cabelo e o vestido branco de verão, coloquei sandálias marrons, peguei a bolsa e segui para a porta. Era hora do brunch com meus pais.
Estava na metade do caminho para a porta da frente quando alguém pigarreou atrás de mim. Me virei e vi Noah apoiado no sofá, usando short cáqui e polo branca que se ajustava perfeitamente em seu peito. Seu cabelo estava arrumado como sempre e ele usava sandálias marrons também. Deus, ele estava mais do que gostoso.

— Bom dia, amor. Aonde pensa que vai?

Chocada por Noah estar no apartamento, que dirá conversando comigo, me virei para encará-lo e respondi:
— O que está fazendo aqui? Pensei que não fosse voltar até segunda.

Ele deu de ombros e começou a andar na minha direção.

— Estava com fome e pensei que alguns pratos de torrada francesa a matariam.

— Você vai ao brunch comigo? — perguntei, um pouco chocada pela reviravolta nos sentimentos de Noah.

— Vou. — Ele sorriu em pé bem diante de mim. Pegou minha mão e beijou as costas dela. — Desculpe, Sina…

Ele estava me pedindo perdão quando fui eu que fui uma babaca. Como pude pensar em recusá-lo naquela noite? Estava tão confusa.

— Não, pare, pare de se desculpar. Sou eu que deveria pedir desculpa.
Não deveria ter sido tão, tão…

— Que tal não fazermos isso? — ele me interrompeu. — Vamos só esquecer tudo e nos divertir em Long Island, comendo torrada francesa e jogando General.

— Não é certeza de que iremos jogar General. — Dei risada.

— Amor, quando se trata dos seus pais, é sempre certeza. Só espero que eu pegue os dados verdes neon desta vez. Eles dão sorte.

— Sei que, se avisar que vai usar os neons depois do brunch, vai conseguir jogar com eles.

— É melhor, porque, da última vez, tive que jogar com os dados vermelhos e não nos entrosamos direito.

— Vermelho não é sua cor.

— Não é mesmo. — Ele abriu aquele sorriso encantador para mim e, depois, me puxou para seu peito e beijou o topo da minha cabeça. — Senti sua falta, amor.

— Eu também, Noah. Principalmente depois de ontem.

— Ah, é? — Ele pigarreou e disse com uma voz séria: — Como está suportando, amor?

— Aff, odeio você e Sabina — respondi, me afastando e indo até a porta da frente.
Noah me alcançou e me virou enquanto ria.
— Não odeia, não. Você nos ama.

— Infelizmente.

— Me diga, era muito torto mesmo?

Assenti e respondi:
— Sabe quando a cabeça de uma girafa se estende perpendicularmente com seu pescoço comprido?

— Sei…

— Imagine isso, mas na forma de pau.

— Oh, merda. — Ele deu risada. — Caramba, você tirou foto?

Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora