Cap 21 - Os sexuais

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O som da língua arenosa do sr. Se-Lambe-Muito ecoou pelas paredes do meu escritório conforme o assistia erguer a perna como um ginasta e ir com tudo em suas minibolas. Seu lugar favorito para se limpar em minha sala era em cima do meu armário de arquivos, onde podia ser visto do escritório inteiro e hoje, de novo, ele estava se aproveitando da vista da minha sala.
De vez em quando, ele tirava a cabeça da virilha e a balançava, como se tivesse bolas de gato presas na língua, mas, depois, voltava a se lamber. Era como se estivesse fazendo oral em si mesmo, exatamente como Bear. Era desconfortável e estranho ficar por perto.
Tentei expulsá-lo para não precisar ouvir sua língua áspera causando uma fricção ofensiva em suas partes íntimas, mas tudo que ele fez foi me empurrar com seus dedos. Coincidência que seu dedo do meio se esticou mais? Acho que não, o desgraçado sabia o que estava fazendo.

Fazia dois dias que não falava com Noah. Ele não ficou no apartamento e nem eu, para ser sincera. Trabalhei um pouco a mais nos dois últimos dias só para evitá-lo.
Agora que era quarta-feira, estava começando a ficar maluca por evitar o apartamento. No dia anterior, quando cheguei em casa, Sabina tentou conversar comigo, mas fingi uma dor de cabeça e fui direto para a cama, evitando jantar e qualquer motivo para frequentar os espaços comuns. Até escovei os dentes no meu quarto com uma garrafa de água, depois cuspi pela janela. Não foi a opção mais elegante, mas, quando ouvi a voz de Noah no espaço comum, jurei não pôr o pé para fora do meu quarto.
Falar que foi um erro ir para a cama com Noah seria eufemismo.
Provavelmente foi o maior erro da minha vida, porque, para meu desânimo, depois de apenas dois dias, vi que Noah já estava procurando um novo apartamento após ver a lista guardada debaixo do seu computador, que estava no balcão da cozinha.
Não apenas nos afastei, mas praticamente o expulsei de casa. Bom, fomos nós dois que fizemos isso, eu acho. Eu não podia levar a culpa por tudo que aconteceu. Foi ele que me persuadiu, cheio de mãos para cima de mim e… perfeito.

Droga.
Sentia falta dele. Por que as coisas tinham que ter se transformado em uma merda?
Repassei o momento depois de verificar a mensagem no celular repetidas vezes, tentando entender o que tinha acontecido de errado. Ele ficou bravo com a ligação de Atticus? Porque, depois que ouvi a mensagem, seu humor mudou completamente. O Noah carinhoso que antes me abraçava, me amava, se transformou em um homem bravo, cheio de comentários maldosos e ódio.
A deturpação do meu melhor amigo me fez desabar em lágrimas depois de voltar ao meu quarto. Ainda não conseguia acreditar no jeito como ele falou comigo, como me olhou.
Uma batida na porta do escritório me tirou dos pensamentos. Heyoon estava do outro lado e entrou.

— Oi, Sina. Sinto que não conversamos há muito tempo.

— Como foram suas miniférias? — perguntei, sabendo que ela e Drew tinham tirado um fim de semana estendido de folga para ir a New England.

— Foi tão lindo lá, mas estou cheia de fudge. Você não acredita no tanto de lojas especializadas em fudge que tem lá. Toda cidadezinha tem o próprio fudge, e você sabe quem precisava provar cada um deles?

— Drew? — perguntei, claramente sabendo a resposta.

— É, ficou um pouco enjoativo depois da sétima parada, mas ele precisava provar cada sabor único que encontrava.

— Qual foi seu preferido? Deve ter tido um que chamou sua atenção.

— Napolitano. Parece simples, mas, acredite, depois de provar sabores, como Oreo, noz-pecã e marshmallow, napolitano foi o vencedor. O sabor de morango te ganha, sabe? Bem suave.

Dei risada.
— Estou vendo que virou perita em fudge em seu tempo livre. Estou impressionada.

— Não fique. Agora passo cada minuto de folga na academia malhando toda caloria que comi no fim de semana. Drew pode comer o que quiser e ainda ter um corpo perfeito, mas eu, se comer um amendoim, tenho que malhar por horas.

Escritora de Romance e... Virgem | 𝙉𝙤𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora