Talvez algo bom

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Capítulo 3: Talvez algo bom

*Autora*

Em um pedaço de pergaminho já rascunhado e anteriormente descartado sob sua escrivaninha, escreveu uma lista de nomes dos homens em que conhecia e confiava o suficiente para aquele trabalho. Em terceiro lugar se encontrava Nara Shikamaru, um amigo de infância que se tornou próximo pois estava saindo com sua melhor amiga, Ino. Sakura logo riscou o nome, não poderia pedir algo assim a amiga, logo agora que finalmente tinha desencalhado da paixão por Sasuke.

Na sequência estava Naruto, o garoto que considerava como um irmão e que sua outra amiga estava perdidamente apaixonada, e assim como o primeiro riscou o nome com tanta força que a ponta do lápis se estraçalhou.

Gostaria de cavar um buraco até o subterrâneo de Konoha e jamais sair, a frustração estava a cortando como uma espada, fazendo um mal estar súbito se instalar em seu estômago. Suas opções estavam se resumindo em apenas um conjunto de sete letras, da pior combinação que pudesse existir.

E no topo da lista, como o homem em quem mais confiava no mundo ninja estava seu ex-sensei. Kakashi, o ninja que copia, o homem que cuidou dela durante todos esses anos e esteve presente durante sua recaída quando Sasuke foi embora.

Não eram tão próximos como antes, em que partilhavam treinos durante os dias da semana juntamente com o loiro sem noção, mas ainda se viam pelo menos três vezes por mês e tinham o hábito de compartilhar jantares com outras equipes que ainda se mantêm unidas.

Ele seria perfeito se não fosse a barreira de 8 anos de idade entre eles e os tabus da sociedade já que foram aluna e sensei, tirando o fato que o mesmo provavelmente a via como uma filha ou algo do gênero, alguém a ser protegida. Agora com a ponta do lápis quebrada, Sakura não podia descontar sua raiva riscando o nome, ao invés, quebrou o lápis com veemência.

Kakashi-sensei jamais toparia algo assim, não tinha como ser honesta sobre o assunto e lhe pedir de cara para transar com ela. Também duvidava fortemente que tentar seduzi-lo não levaria a lugar algum.

Durante todos os 7 anos em que se conheciam, jamais viu o homem com uma mulher, sequer sabia se ele era hetero, droga! Como ela não havia pensado nisso? A possibilidade da sexualidade tradicional do seu ex-sensei nunca havia sido questionada, mesmo quando todos os fatores apontavam para o óbvio.

Ainda indecisa, pegou sua pequena bolsa e saiu de casa sem rumo.

Quem sabe o que a noite poderia aguardar?

Talvez ela encontrasse algum ninja forasteiro desconhecido que estivesse disposto a uma noite, talvez alguém que não a reconhecesse e que pudesse apenas sumir no dia seguinte...

Ela apenas teria que ocultar alguns detalhes, como seu nome e outras informações muito pessoais. Ela poderia definitivamente fazer isso, já havia cumprido missões infiltradas outras vezes.

Talvez... Apenas talvez...

Perdida na SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora