O fim da dor

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Capítulo 24: O fim da dor

*Autora*

Eles haviam adormecido no final da tarde, o sol ainda não havia sequer se posto entretanto estavam entrelaçados naquela pequena cama de uma suspeita estalagem. O sono que embalaram era profundo, profundo demais para ouvirem horas depois o ranger suave do assoalho, tão entregues que não notaram que o vento batia na janela em aviso, tentando acordá-los.

Do lado de fora, a estalagem lembrava muito um dojo tradicional japonês, iluminado apenas por tochas, o corredor longo antes vazio agora possuía várias sombras em sua espreita. Revelando um confronto iminente. Os ninjas inimigos se movem em silêncio, suas silhuetas ágeis e sombrias preenchendo o espaço do terreno e dentro da estalagem.

Um sinistro sussurro de sangue escorrendo pelo chão e respirações ofegantes começaram a perturbá-los, enquanto a atmosfera pesada se infiltrava no ar. O corpo da dona da estalagem jazia no balcão de entrada, sua garganta cruelmente cortada e descartada com desdém. Ainda assim, ela lutava desesperadamente para extrair o ar dos pulmões, numa batalha pela própria vida. No entanto, suas forças se esvaíram rapidamente, e ela finalmente sucumbiu ao destino trágico que lhe fora imposto. Por um golpe de sorte, o som não alcançou intensidade suficiente para revelar a presença dos responsáveis por aquele ato hediondo.

O ambiente sombrio estava impregnado de um silêncio sepulcral, enquanto a consciência dos ninjas invasores se aguçava. Eles se moviam com destreza e sigilo, como sombras na noite. Vestidos com trajes escuros que se mesclavam perfeitamente às sombras, eram mestres da clandestinidade, até porque sua vila sempre fora um mistério.

Naquela estalagem remota, o sangue derramado era apenas o prelúdio de uma trama obscura que se desenrolava. Ali, nas profundezas do submundo ninja, existia um segredo antigo que agora despertava o interesse de inúmeros clãs e organizações. A dona da estalagem, inocente vítima de circunstâncias nefastas, acabara sendo atraída para um jogo mortal que não compreendia.

Era uma missão simples, entrar e matá-los.

O jovem líder do grupo deu um passo nervoso para mais perto da porta que os separava do casal, ele era particularmente contra sangue jorrado desnecessariamente e censurou com os olhos seus companheiros por terem matado aquela senhorinha indefesa.

Ele conhecia a dor, sabia como era o sentimento de estar em desvantagem pois já esteve tantas vezes nesta posição. Principalmente quando carregava uma besta de caudas dentro do seu corpo e quando seis membros da organização mais perigosa do mundo o matou. Orochimaru o salvou, por pouco, com um jutsu proibido e perigoso.

Era um homem alto e comum, seus cabelos negros contrastavam com sua pele branca como a neve. Ele jamais desejou violência mas sabia desde pequeno, que era o preço a se pagar por ter nascido com uma besta em seu corpo e ainda mais por ser ressuscitado pelo pior ninja da humanidade e que ainda, seu sucessor havia capturado e escondido sua irmã mais nova.

Então, estava pronto para fazer o necessário para sua sobrevivência e de sua irmãzinha.

Eles estavam perto, mas ainda não invadiram o quarto por precaução, não sabiam interpretar se ambos os ninjas da folha estavam dormindo realmente ou se tudo era uma armadilha. Eram, afinal, eram ninjas do som treinados e enviados por Kabuto e avisados sobre as habilidades incríveis dos inimigos pelo mesmo.

O vento rugia lá fora, de tal maneira que as janelas se escancararam, fazendo um ruído alto o suficiente para despertar Kakashi de seu sono. E precisou de apenas um par de segundos para ele detectar o perigo em que estavam envolvidos.

As três estrelas gêmeas brilhavam, iluminando o quarto pela pequena janela, os avisando, os mandando se preparar.

Ele aguçou seus sentidos e destampou seu sharingan, acordando Sakura com um suave balançar. Ele invadiu a mente da jovem garota com seu sharingan explicando seu plano, estava receoso pois sabia que ela ainda estava muito fraca mas não queria deixá-la por fora, não quando os olhos da mulher brilharam com determinação e raiva.

Perdida na SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora