Oito

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Josuke Higashikata.


Lavei as minhas mãos na pia, encarando o meu reflexo no espelho do banheiro, finalmente livre de sangue. Meus olhos ainda ardiam por conta da dor, e a vermelhidão em meu nariz deixava explícito o fato de que eu tomei uma pancada forte no rosto. Duas aliás, uma cabeçada e um murro, nessa sequência. É... Eu mereci, ultrapassei os limites mais de uma vez, fiz tudo o que não devia ter feito, mas pelo menos não vou cometer o mesmo erro de novo. 


Sei, sei, apanhei por que sugeri uma palhaçada daquela, mas estou decidido a levar a (nome) até o Rohan, não preciso que ele apague nada, só quero que ele tente fazer ela voltar ao normal... Talvez ela ainda tenha uma chance de recuperar a confiança do Jotaro, talvez ainda haja alguma esperança para os dois.


— O que aconteceu? — Perguntou assim que eu abri a porta do banheiro, me causando um leve susto.


— N-nada, e-eu caí... — Desviei o olhar um tanto incomodado.


— Você sabe que não precisa mentir pra mim, não é? — Um belo sorriso gentil enalteceu os seus lábios.


Será mesmo que não? Será que ela vai entender se eu disser que o namorado dela me bateu por motivos bem óbvios? Entendendo ou não, não vejo sentido em contar para ela e também, não sei como ela vai reagir ao ouvir isso, então vou só fingir que nada aconteceu até o dia em que o Jotaro resolver abrir a boca a respeito disso, mas com a pressa que ele saiu daqui, duvido muito que ele queira que outras pessoas saibam o que ele fez comigo. Tudo bem, eu falei uma merda muito grande, fiz coisas que não devia ter feito... Mas precisava mesmo ser desse jeito? Ele tinha mesmo que me bater duas vezes?


— É sério, foi só um tombinho bobo. — Sai do banheiro, caminhando em direção a porta de entrada da casa. — Minha mãe já foi?


Ela ficou em silêncio, e quando joguei a minha atenção para ela, me pareceu um tanto confusa. Eu suspirei, pelo horário, minha mãe já deve ter saído de qualquer forma.


O Okuyasu bateu na porta me chamando enquanto eu ainda estava calçando os sapatos, e eu teria aberto se ela não tivesse passado na minha frente.


— Oi... — Disse ele desfazendo um semblante alegre ao franzir as sobrancelhas um tanto confuso.


— Oi... Posso ajudar? — Perguntou em uma voz sorridente, de costas para mim.


O olhar do Okuyasu veio de encontro ao meu, era possível ler a frase " Por que caralhos essa mulher aqui, Josuke? " estampada na cara dele.


— Que porra foi essa, parceiro? — Indicou algo no meu rosto. — Você entrou numa briga?A (nome) franziu as sobrancelhas em minha direção, tão confusa quanto o Okuyasu ao vê-la aqui em casa.


— Eu caí. — Respondi simplista, pegando minha mochila no cabideiro.


— Não mete essa pra cima de mim não, ô Josuke! — Apontou novamente em minha direção. — Foi um socão dos brabos. Quem te bateu?


In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora