In Love With The Wrong One (Imagine)

Dezesseis

(nome) (sobrenome)

É tudo muito branco, é sufocante, frio... Mas eu finalmente parei de cair, tive a impressão de que nunca mais iria parar.

Levantei o meu torso, olhando ao redor, é imenso, não tem paredes, tudo é uma imensidão esbranquiçada, o horizonte, o teto.

Andei por alguns minutos, mas não encontrei nada, não sei qual foi o ponto de saída, não sei para onde voltar, tudo aqui é muito igual.

Eu fico perdida sem o Josuke, não vou saber para onde ir, não vou saber o que fazer se ele não me disser, se ele não me guiar... E a parte que mais me dói é não lembrar dele, não saber como ele é, como ele age... A única coisa que eu guardo em mim é esse nome, é o nome do único homem que eu amo.

Um choro ecoou por aquela imensidão branca em que eu me encontrava, me causando um leve susto.

— Tem alguém aqui? — Me incomodei com o eco da minha própria voz, não recebi nenhuma resposta, e continuei a ouvir o choro.

Eu demorei, muito, muito tempo, mas consegui seguir o som, consegui encontrar de onde ele vinha.

Era um buraco, no meio de todo aquele piso branco, um buraco escuro por onde saia aquele choro insistente.

— Oi? Tem alguém aí? — Me ajoelhei diante do buraco, o choro foi encerrado, mas continuei sem resposta. — Eu não vou te machucar... Pode confiar em mim.

— Que irônico... Depois de todas as vezes em que eu te pedi pra confiar em mim, e você não confiou, agora quer que eu confie em você?

Eu não faço a menor ideia do que essa pessoa está tentando me dizer.

— Claro que não faz, você sempre esquece, eu tô tentando te guiar desde o começo... — Deu continuidade ao choro. — Mas você sempre esquece...

— Você... Consegue ler os meus pensamentos?

Não me deu nenhuma resposta, continuou a chorar. Mordi o meu lábio inferior, não sei o que está acontecendo, não sei o que essa pessoa quer de mim, não sei quem essa pessoa é, apesar dela parecer saber quem eu sou.

Me deitei naquele chão frio, encarando o teto, ele parece não ter fim, mas lá em cima é bem mais claro, é um branco luminoso... Talvez seja uma saída.

— Nem tente, você não vai conseguir subir.

— Por que não?

— Porque você era a única ligação que tínhamos com o lado de fora.— Disse um pouco mais calma em relação ao choro. — Essa ligação foi quebrada quando você caiu aqui... Não pode mais voltar, e por consequência, eu também não posso.

— Vamos ficar presos aqui pra sempre?

— Eu não sei dizer... Nunca morri antes.

Meu peito doeu, a única coisa que passou pela minha cabeça foi o fato de que eu nunca mais poderia ver o Josuke.

— Eu... Tô morta?

— Olhe ao redor, consegue ver alguma coisa?

— Não...

— Quando eu cheguei aqui, não era esse vazio... Você foi esvaziando o lugar conforme começava a acreditar que o Josuke era realmente quem você amava... Tentei consertar os seus erros, mas você sempre dava um jeito de mudar as coisas, de se manter cega por alguém que você não conhecia. Você foi morrendo aos poucos, apagando tudo, ignorando os meus conselhos, você me ignorou... Me esqueceu, e agora, não sobrou mais nada... Então, você matou a gente.