Trinta

91 3 2
                                    

(Nome) (Sobrenome).

— Você... Abraçou o Rohan? — Ergui uma sobrancelha, e ele desceu lentamente o olhar antes de assentir. — Por que?

O Jotaro deu de ombros.

— Eu tava sentindo a sua falta... E o Rohan meio que me lembrava de você.

Oi?

Foi impossível não me manter confusa com aquela frase, o Rohan e eu somos pessoas completamente diferentes.

— Como assim, Jotaro...? Não me diga que você fez mais coisas além de abraçar ele...

— O que? Tipo beijar ele ou algo assim? — Franziu o cenho quando me viu concordar. — Não, não, isso não. O Rohan é só um garoto, essa soberba dele é uma droga de pirraça que ele começou e nunca mais parou. Ele se esforçou pra te trazer de volta, mas ele também enlouqueceu a respeito do que sentia pelo Josuke quando descobriu que vocês dois... — Estreitou o olhar. — Quando imaginou que o Josuke tinha abusado de você. Eu tive que fazer alguma coisa, porque essa loucura dele tava me afetando.

— Foi aí que você sugeriu de fazer ele se confessar pro Josuke?

— Foi, acho... Ele veio com merda de ideia de fazer uma promessa pra manter a esperança de que você voltaria, mas ele não sabia o que prometer, por isso eu sugeri essa porra. Tá, tudo bem que eu queria ver ele ter que abaixar o nariz, mas o desgraçado veio cobrar a minha parte, e foi por isso que eu tava bisbilhotando, queria ter certeza de que ele iria cumprir a dele também.

— E... — Uni uma sobrancelha a outra, confusa com o relato, e também, desacostumada com a sinceridade do Jotaro, ele realmente está cumprindo com o que prometeu quando me pediu em casamento. — Qual foi sua parte?

— Sério? — Inclinou levemente a cabeça ao erguer uma sobrancelha. — Já faz mais de dois meses e você ainda não percebeu?

Acabei mordendo o interior da minha bochecha, não faço ideia do que ele prometeu, não faço ideia do que mudou entre a gente... A sinceridade? Não, ele já tinha cumprindo a parte dele quando cobrou a do Rohan, não é?

— Cheira os meus dedos...

— Que merda é essa Jotaro? — Virei o meu rosto quando ele aproximou os dedos do meu nariz, segurando a mão dele para mantê-la longe. — Que jeito estranho de fazer as coisas...

— Eu tô falando sério, só cheira... Vê se você nota alguma diferença. — Aproximou os dedos do meu nariz mais uma vez, e dessa, eu deixei, inalando o odor do condicionador que a Jolyne usou. — Você costumava dizer que eu sabia esconder bem o cheiro, mas os meus dedos sempre me entregavam.

— Realmente... — Encontrei a outra mão com a minha livre e a trouxe até o meu nariz, tudo o que eu sentia era o cheiro do condicionador. — Você parou de fumar, é sério?

Ele concordou, um tanto desanimado ao puxar as mãos para ele de volta.

— Desculpa por não ter reparado... Você continua passando um tempo na sacada, as vezes sai depois do sexo e volta com um cheirinho gostoso de menta... — Franzi o meu cenho. — Se bem que, ultimamente você não tem mais feito isso, mas ainda fica na sacada, e ver você lá me fazia pensar que você tava fumando... Por que não me contou?

— Boa pergunta... Talvez eu quisesse que você percebesse sozinha, sem eu precisar dizer. — Deu de ombros. — Mas, bem, era só isso o que eu tinha pra falar, não quero que você fique pensando que eu tô mantendo segredos com o Rohan ou que nós somos íntimos. Eu nem gosto dele, ele é intrusivo, insistente, chato pra caralho... — Direcionou o olhar para o próprio Rohan, que havia acabado de sair do carro que estacionou há poucos metros de distância da gente, de onde também saiu o Koichi e a Yukako. — E você ainda tinha que mostrar tudo aquilo pra ele, todas as coisas que a gente fez... — Negou com a cabeça, jogando o olhar estreitado na minha direção. — Eu só espero que ele não use nada das coisas que você deixou ele ver contra mim, ou como desculpa pra falar comigo... E também, que vocês não tenham conversado sobre isso no meio da rua mais cedo.

In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora