Vinte e Sete

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(Nome) (Sobrenome).

Abri os meus olhos, me incomodando com a luz entrando no quarto, tive tempo apenas de ver a silhueta do Rohan diante da janela antes de cobrir a minha cabeça com o cobertor.

Fecha essa cortina, por favor... — Resmunguei.

— O que? Quer mais cinco minutos donzela? Não temos esse tempo! Se quiser que esteja pronto ainda hoje, temos que começar a fazer isso agora!

Levei um tempo para assimilar tudo, até me lembrar de que nós passamos horas e horas conversando ontem, então o assunto "Jotaro" acabou sendo introduzido na conversa em algum momento. Não entrei em detalhes, mas mencionei que fizemos as pazes de um jeito diferente, e que ele tinha certos pontos para manter o término que eu não entendia. Sei que eu disse isso antes, que eu escrevi a droga de um bilhete, mas por que o Jotaro achava que nunca me mereceu? Não fazia sentido, e ele fez tanto por nós... Se ele não tivesse feito, nosso relacionamento nunca teria chegado aonde parou.

Bem, eu ainda não fui capaz de superar, nem mesmo aceitar, mas não quero impor isso a ele, não quero obrigar o Jotaro a ficar comigo só por não concordar com as coisas que ele disse, então, graças a ideia do Rohan, decidi adiantar o meu presente de seis anos de namoro, e espero, sinceramente, que isso traga ele de volta para mim.

Pensei que você fosse rápido pra fazer esse tipo de coisa...

— E eu sou, muito rápido aliás, mas como nada do que a gente vai fazer está na minha cabeça, preciso de tempo para ler, e vou precisar da sua ajuda com os cenários, já que as memórias não são tão detalhadas assim...

Levantei o cobertor, direcionando o meu olhar estreitado para ele.

— Jura pra mim que vai ignorar...

— A intimidade? As cenas de sexo? — Disse em um certo desdém. — Juramento a gente só faz uma vez, (nome), e eu jurei isso pra você mais de três vezes ontem! Não confia na minha palavra, é isso?

Estreitei o meu olhar.

— Você parece o tipo que adora uma fofoca, Rohan...

— Fofoca não, eu gosto de coletar informações! Mas não sou o tipo que leva segredo de um para o outro que nem certas pessoas... — Revirou os olhos. — Anda, vai dar um jeito nessa cara amassada, vou estar te esperando no quarto do Josuke...

— Por que no quarto do Josuke? — Levantei o meu torso, impedindo ele de caminhar até a porta com aquela frase. — Não podemos fazer aqui?

— Ah, não, o Noriaki deu um puxão de orelha nele ontem, literalmente, só porquê ele saiu da cama, ele só tá liberado pra ir no banheiro, e nem pode ficar fora da cama por muito tempo... Se o Noriaki ao menos sonhar do tempo que eu deixei ele ficar de pé ontem...

— Ah, então... Imagino que ele seja de grande ajuda pra gente.

— É, ele pode adiantar alguma coisa enquanto eu estiver ocupado, e ele não vai ser o único, o Okuyasu, o Koichi e a Yukako virão também, e não por muito tempo, preciso aproveitar o máximo da presença deles...

— Hmm... — Franzi levemente o meu cenho. — Pensei que você gostasse de trabalhar sozinho...

— É, eu realmente gosto, mas você me deu um projeto grande, e um prazo muito curto... — Suspirou, andando de costas até a porta. — Preciso dar o melhor de mim para entregar ele a tempo, e tudo o que você está fazendo agora é me atrasar...

— Então vamos resolver isso logo...

Parece que o Rohan é do tipo fácil de se pegar intimidade, confesso que ele está um pouco diferente de quando eu o conheci, mas isso também vale para o Josuke. Nós dois fomos mimados pelo Rohan ontem, ele simplesmente montou um banquete, escondido, de comida típica do Japão no banheiro, sobre o mármore da pia. O Josuke pareceu achar normal, e a comida estava tão boa que eu nem reclamei, sequer dei importância para uma refeição de hashis, em pé, no ambiente em que estávamos.

In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora