Vinte e Cinco

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Josuke Higashikata.

Eu ergui o meu olhar para porta assim que ela foi aberta, tinha pedido para o Koichi fechar no momento em que saiu, e ele mal tinha feito isso quando o Rohan colocou a cabeça para dentro.

— Posso entrar?

— Só se você não for rir da minha cara... — Indiquei o lençol que eu coloquei no colo por conta da minha queda de cabelo repentina, assim que ele franziu o cenho em confusão.

— Sério? — Fechou a porta atrás das costas depois de entrar. — Seu cabelo tá caindo e você não está desesperado?

— Não mais... — Dei de ombros. — O Koichi disse que tava crescendo de novo, então deve ser por causa do Pearl Jam.

— Provavelmente... — Ele se aproximou de mim, curioso, e meteu a mão na minha cabeça sem mais nem menos, puxando os fios e jogando eles sobre o lençol no meu colo, chegou até puxar alguns novos, que doeu um pouco, mas pareceu não dar importância as minhas reclamações de dor. — O que foi que veio na sua bandeja?

— Pra que você que saber?

— Curiosidade. — Continuou o trabalho que eu nem pedi para ele fazer. — Tô vendo os farelos de torrada, e um molho parecido com o que tinha para a (nome). Só queria saber se vocês receberam a mesma coisa, talvez o cabelo dela caía também...

— Entendi... Eu também comi um mingau grosso, e tomei café com leite.

— Hmm... Ela tinha salada de frutas, e acho que suco de laranja. — Suspirou ao se afastar, inclinou levemente a cabeça e se sentou na cadeira que o Koichi deixou ao lado do leito.

Franzi levemente o meu cenho.

— Ah, eu gosto de salada de frutas...

— Eu também gosto. — Desviou o olhar do meu e o ergueu para a janela, arregalando-os em seguida. — Ah, mas que droga...

— O que foi? — Olhei naquela mesma direção, confuso, e não vi nada fora do normal.

— Nada... — Negou com a cabeça e começou a movimentar levemente uma das pernas. — Não foi nada.

— Tem certeza?

— Tenho... Olha... — Cruzou o olhar com o meu por poucos segundos, e depois virou um rosto levemente constrangido. — Eu não vim pra te ajudar com a sua queda de cabelo ou pra perguntar o que você comeu no café da manhã...

— É, eu... Desconfiei que não...

Por que ele está tão estranho desse jeito? Nem parece o Rohan... O que ele veio fazer aqui? Sem insulto, sem risada, sem pose de superioridade... O que está acontecendo com ele?

— Bem, eu... Não sei por onde começar, e é meio difícil dizer isso quando você sabe que

tá sendo observado... — Soltou aquelas últimas palavras de forma impaciente, ainda balançando a perna, e depois liberou um suspiro. — Mas... Eu me comprometi a engolir a minha soberba e a aceitar o que eu sinto, e só tô fazendo isso porque a (nome) disse que você não fez nada de ruim com ela...

Cocei levemente a minha cabeça, parece que eles tocaram no assunto, ou pelo menos, o Rohan tocou... Ainda não tive coragem de ficar cara a cara com ela, depois que a minha mãe entrou no quarto e eu finalmente contei toda a verdade, sobre tudo o que aconteceu, o Noriaki veio me dar uma bronca por ter saído da cama, já que eu estourei dois pontos. Eu tive que ficar de repouso, o Pearl Jam só é capaz de refazer o que ele mesmo desconstrói, ele até acelera o processo de cicatrização, mas a ferida no meu abdômen ainda vai levar um tempo para cicatrizar, então eu não posso fazer muito esforço para não abrir outros pontos.

In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora