Quatorze

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(Nome) (Sobrenome).

— Se você continuar parando a cada cinco minutos, nunca vai achar o Josuke.

— Continuar me avisando isso, não vai me fazer ir mais rápido. — Levantei o vidro de pimenta entre os meus dedos, espremendo o conteúdo na minha língua, não tem gosto, nem picância, é o mesmo que nada, preciso me lembrar de jogar isso fora. — Você fica me dizendo que vai me levar até o Josuke, mas não me deixa ir com ele quando ele chega perto de mim...

— Quantas vezes eu vou ter que dizer que aquilo não é real? Não percebeu que ele só te mete em encrenca? Se não fosse aquela senhora lá atrás, você teria passado no sinal fechado.

Levantei o vidro de pimenta entre os meus dedos, não faço a menor ideia de onde eu consegui essa coisa. Levei até os meus lábios e o espremi na minha língua, e para minha surpresa, não tem gosto nenhum, é o mesmo que não ter nada na boca. Observei ao redor, encontrando, com os olhos, uma lixeira do outro lado da rua.

— Sabe no que eu estava pensando? — Josuke atraiu a minha atenção para ele, ali do meu lado. — Que seria bem legal te levar para almoçar num desses restaurantes chiques. — Coçou levemente a bochecha ruborizada, e um tanto tímido, estendeu a mão para mim. — O que acha? Você topa ir comigo?

Segurei a mão dele e entrelacei nossos dedos, eu me sinto tão aliviada quando o Josuke está por perto. Com um doce sorriso nos lábios ele me puxou com ele, e eu observei suas costas largas enquanto o seguia até esse tal restaurante.

(nome)! — Segurou o meu braço com força, me puxando na direção dele, e eu encarei os olhos arregalados de alguém que eu não conhecia, sobre uma moto no meio da rua. — Você tá maluca, garota? Tá todo mundo atrás de você, e você tá aí brincando de atravessar no sinal fechado!? Tá confiando demais numa sorte que você, bem, até que tá tendo bastante.

Puxei o meu braço de volta, franzindo o meu cenho para aquele cara, com um símbolo peculiar no queixo.

— O que você fez com o Josuke? — Me virei na direção para onde eu estava o seguindo, mas nem sinal dele. — Cadê ele?

Tentei me afastar, ir naquela direção, mas o cara me segurou de novo.

— Ah, é, o Josuke... Hmm... — Ponderou por um tempo, fazendo uma breve análise ao redor enquanto alguns carros passavam buzinando por nós. — Vamos sair daqui, que tal ir até ali? — Indicou uma direção com a cabeça e levantou o telefone para que eu pudesse ver. — Vou ligar para ele e saber onde ele tá.

Eu não conheço ele, mas será que o Josuke conhece? Será que ele realmente tem o número do Josuke? O Josuke... Tem um número? Posso mesmo confiar nesse cara?

— Não, você não pode, esse cara não é nada confiável.

Franzi o meu cenho enquanto observava aquele homem estacionar a moto próxima a calçada, ergueu o telefone sem ao menos descer do veículo, mexeu nele por um breve tempo e o levou até a orelha.

Talvez ele realmente tenha o número do...

— Não me ouviu dizer que ele não é nada confiável? Ele tá mentindo, só eu sei onde o Josuke está, só eu posso te levar até ele.

Explorei cada canto que eu podia com os olhos, só estamos nós dois aqui, e no entanto, estou ouvindo a voz de uma terceira pessoa.

— Você se esqueceu de novo, não foi? — Soou um tanto entristecida. — Só faz o seguinte, olha bem pra esse cara, acha mesmo que ele é algum amigo do Josuke?

Observei ele atentamente, vendo ele suspirar incomodado ao remover o telefone da orelha, apertou alguns botões novamente e sorriu um tanto sem graça na minha direção ao voltar com aparelho para o ouvido.

In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora