Vinte e Seis

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Noriaki Kakyoin.

Franzi o meu cenho depois de erguer o meu olhar enquanto caminhava pelo corredor, vendo o Rohan e o Josuke próximos aos quartos, trocando algumas palavras entre eles, de costas para mim. Ainda estava me sentindo mal por ter me forçado a acreditar que o Jotaro sabia do que estava falando, que a (nome) e o Josuke realmente tiveram uma relação sexual diante dos olhos dele... Não importa para que lado eu vá, acabo sendo sempre um péssimo amigo, juro que não faço de propósito, mas... Acho que o momento requer um pouco mais de responsabilidade da minha parte, parece que só falar, não foi o suficiente.

Firmei a orelha do Josuke entre os meus dedos e dei uma leve, embora dolorida, puxada na cartilagem, capaz de arrancar um gemido de dor.

— Será que eu vou ter que trazer um dicionário, Josuke? Pra você entender o significado da palavra repouso?

— Até você vai limpar a mão em mim, Noriaki-san?

Senti que meus lábios estavam entre abertos, a expressão de incômodo no rosto do Josuke não era nada diante dos cinco dedos e a palma da mão bem marcada em vermelho na bochecha dele.

— Por que a sua mãe te bateu dessa vez?

— Não foi a minha mãe... — Deixou um leve bico ser moldado nos lábios, coçando levemente a nuca. — Foi a (nome)...

— Ué, e por que?

— Parece que ela não gostou nada das coisas que eu falei pro Rohan.

— Com razão, até eu fiquei incomodado, de saber, em detalhes, como foi que você fez! — Neguei com a cabeça e joguei meu olhar para o Rohan. — E por que você deixou ele ir incomodar ela? Sabia...

Engoli as minhas palavras restantes, o Rohan estava com os olhos fixos a mim, levemente arregalados, provavelmente desenvolveu um trauma. O tapa que ele recebeu pegou um pouco mais em cima, chegou até mesmo a estourar uma veiazinha no olho.

— O que foi que vocês dois fizeram?

— Não fomos nós, foi o Jotaro... Tudo o que a gente fez foi tentar falar com ela, acalmar ela se fosse necessário. — Deu de ombros. — Mas assim que ela viu o Josuke...

— Veio pra cima da gente que nem um espírito maligno de filme de terror.

— Mas que droga... — Cocei a minha sobrancelha. — E o que foi que o Jotaro fez?

— Ele gritou com ela, muito alto, deu pra ouvir do quarto do Josuke. Falou um monte de coisas ruins pra ela, e depois que ele saiu, eu até tentei conversar com ele, mas... Ele pegou um rumo e desapareceu no corredor.

Droga!

O que eu faço agora? Eu tento falar com ela? Eu deixo as coisas como estão? Preciso ter certeza de que ela está calma, de que está bem, eu vim justamente porque conseguimos o transdutor convexo, precisamos saber se o bebê está bem, se está num lugar seguro para a gestação, talvez definir a idade dele com um pouco mais de precisão... Isso caso seja possível vê-lo, o que dificilmente vai acontecer se ela estiver realmente no início da gravidez.

In Love With The Wrong One (Imagine)Onde histórias criam vida. Descubra agora