The Zoo

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Hey, boa noite.

A música título de hoje é The Zoo, dos Scorpions.

Enjoy :)

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Novembro, 2008.

- Sub tuum praesídium confúgimus, Sancta Dei Génetrix. Nostras deprecatiónes ne despícias in necessitátibus, sed a perículis cunctis libera nos semper, Virgo gloriósa et benedícta. Amen.

As figuras divinas pintadas gloriosamente nas paredes e teto observavam as lágrimas escorrendo por sua face enquanto a pequena proferia cada palavra com destreza. A anos tomava o pecado para si, ajoelhando-se ali todas as noites, pronunciando as mesmas palavras.

A réplica do teto da capela sistina acima de si a fazia sentir menor do que realmente era, e embora Allyson soubesse que o pecado não era seu, a culpa que sentia era como um mundo em seus ombros. Suspirou e viu Philiph observando-a com os mesmos olhos dóceis de todos os dias. Aquele homem havia a salvado de uma vida miserável em um orfanato, e ela seria eternamente grata por isso.

Lá fora, Lauren gargalhou audivelmente enquanto cambaleava em seus passos. Era madrugada, e a bela mulher estava sozinha, já que Dougie estava no Texas por algum motivo.

Sua mente rodava, e Lauren sentia todo o seu corpo coberto pela mais clara euforia. A bela mulher tossiu enquanto sentava-se num dos degrais da grande igreja.

Os olhos verdes estavam claros e confusos enquanto a ela observava onde estava, tentando se localizar.

Notou a grande igreja atrás de si e sabia que durante aquela hora, Ally estaria dormindo, assim como o páraco, ou padre que liderava aquela paróquia, Philip Buchanan.

Lauren apertou os lábios numa linha fina. Havia algo naquele homem que fazia os pêlos de sua nuca arrepiarem-se, mas na maioria do tempo, sabia que aquilo era apenas implicância por ele ter separado Ally de si, quando ambas viviam no orfanato.

Jogou a cabeça para trás e deixou que a brisa fria daquela noite em Detroit batesse contra seu rosto de lábios secos e olhares desfocados. Seu cabelo caia como uma cortina acastanhada por seus ombros e pelos degrais moribundos daquela igreja.

Era irônico que viesse parar logo ali. Lauren sempre fora adepta do ateísmo, a religião lhe soava como idiotice, perda de tempo.

Ela tossiu secamente, e enxugou os vestígios de saliva com a manga do casaco velho e sujo. Era deplorável.

Ela sentia-se vazia a maior parte do tempo, embora acobertasse toda a sua solidão com sua falsa confiança. Havia descobrido as drogas muito cedo, cedo demais. Talvez, aquele fosse um caminho sem volta.

Suspirou. Eram quatro da manhã e ela tremia de frio. Enxugou o nariz com a mesma manga imunda, apenas para sentir o odor da maconha totalmente aderido à aquela peça asquerosa.

- Você é um grande filho da puta, um grande filho da puta, um grande filho da puta.

Lauren murmurou, numa tentativa nada calorosa em se comunicar com Deus. A rouquidão da sua voz dava a impressão de que não bebia água a dias, e ela limpou a garganta numa tentativa de amenizar aquele desastre.

Ela riu audivelmente quando viu o relâmpago cortar o céu nublado. A chuva não demoraria para vir, já que os estrondos dos trovões já soavam a algum tempo. As primeiras gotas começaram a cair, e ela fechou os olhos, deixando que a água molhasse sua face, roupas, e se possível, a alma também.

- Lauren? Meu Deus!

A pequena menina murmurou, enquanto via a velha amiga praticamente jogada na escada da igreja.

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