Hey, boa noite.
A música título de hoje é Warrior Lord, do POLIÇA.
Enjoy :)
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Camila mirou e focalizou os olhos em seu alvo. Ele estava a mais ou menos cem metros de si, e a morena mantinha a mais perfeita calma. Sentiu o impulso em seus braços quando disparou, e logo abaixou a arma, enquanto esperava o alvo vir até si. Havia acertado o meio da cabeça, nada mal.
Descarregou o cartucho já inteiramente utilizado e substituiu por um novo, voltando a atirar como estava fazendo por horas. Aquilo a acalmava de maneira quase absurda.
Era manhã, e Camila ainda estava indiscutivelmente remoendo o acontecido alguns dias atrás, quando Lauren esquecera de tudo. A morena suspirou. Aquilo não saia da sua cabeça.
Retirou os fones que protegiam suas orelhas do barulho dos seus, e dos outros tiros que vinham de outras cabines. O centro de treinamento da polícia de Michigan era de aparência desgastada assim como a delegacia, embora tenha passado por reformas recentes.
Camila estaria mentindo se dissesse que seu coração não estava comprimido de maneira dolorosa em seu peito. A morena nunca havia sentido algo como aquilo, e sinceramente esperava nunca mais sentir. Lauren a confundia de maneira perigosa e isso poderia colocar todos os seus planos abaixo.
Ela guardou a pistola semiautomatica na cintura e saiu dali, seguindo até a Woodwarve Ave, estacionando na frente do Great Lakes Coffee. Sentou-se sozinha no balcão e pediu um frapuccino junto a um muffim de banana com chocolate.
Sorriu brevemente quando viu seu pedido chegar, e bebeu um longo gole da bebida, saboreando o chocolate gelado deslizar por sua garganta. Comia seu muffim lentamente quando seu celular tocou.
- Camila.
- Camila?
- Pai?
Ela murmurou, confusa.
- Hey
Ela franziu o cenho.
- Hey.
Ele limpou a garganta, soando como se não soubesse muito bem o que falar.
- Eu... hm... Liguei para desejar feliz aniversário.
Camila arregalou brevemente os olhos. Era o seu aniversário?
- Hoje é meu aniversário...
Ela disse distraidamente, fazendo o pai rir brevemente.
- Presumo que sim. Você costumava lembrar quando tinha doze anos.
Camila engoliu em seco, não sabendo muito bem o que falar.
- Hm... obrigada, pai.
Eles ficaram em silêncio por um minuto, antes de Alejandro suspirar.
- Não tem de quê. Tenha um bom dia.
- Obrigada, você também.
Ela disse, antes de desligar. Nos últimos anos, apenas seu pai e Daniel tinham lembrado dos seus aniversários. O primeiro sempre ligava, eles tinham uma conversa estranha, e depois ela saia pra jantar com o segundo, ele lhe dava algum presente e acabavam transando.
Camila agradeceu por Daniel estar fora da cidade. Não estava nem um pouco interessada pelo previsível roteiro de todos os aniversários nos últimos três anos.
Voltou a comer, não se demorando muito ali. Pagou a conta e seguiu de volta para a delegacia, passando o dia ali. Estava prestes a sair quando a porta da sua sala foi aberta bruscamente, colidindo contra a parede.

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Detroit
AksiPoder. Cinco letras, uma obsessão. Em um lugar onde o pecado é rotina, onde tudo tem um preço, há aqueles que fariam tudo para obtê-lo. Os fins podem justificar os meios, mas os meios poderiam justificar os fins? Essa era a pergunta em questão.