Hey, boa noite.
A música título é The Mighty Fall, Fall Out Boy.
Enjoy!
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8:45.
Lauren abriu os olhos lentamente, sentindo o incômodo da luz solar. Poderia observar os vargões avermelhados deixados por si nas costas de Camila, ao mesmo tempo que voltou a si tempo suficiente para notar que o som de seu celular havia lhe acordado. Pegou o mesmo em mãos, observando a mensagem.
"Estou entrando em um avião de volta para Detroit agora. Não quis usar o jato pelo risco, mas o último nome está aqui. Você não vai acreditar nisso."
A bela mulher observou a mensagem estática. Todo e qualquer vestígio de sono havia ido pelos ares, e tudo o que pensava era que, finalmente descobriria o que estava havendo.
Sabia que Dougie não poderia simplesmente lhe dizer, já que havia o risco de seu celular, e-mail ou qualquer meio de comunicação estar grampeado.
Lauren sabia o quão paranoico aquilo soava, mas devido os acontecimentos recentes, não poderia simplesmente ignorar o ameaça gigantesca que beirava sobre si. Era como se a morte a rondasse, sempre a espreita para o momento perfeito do ataque.
A ansiedade lhe corroía, mas o medo também. Tudo acabaria naquele dia. Suas veias pareciam incapazes de deter o fluxo sanguíneo que fluía com tanta rapidez que poderia ultrapassar a velocidade da luz.
Suspirou.
- Camila, acorde!
Pediu, balançando o corpo da morena e observando ela abrir os olhos lentamente, lhe encarando.
- O último nome, Dougie descobriu!
- O quê?
- Dougie descobriu o último nome, está vindo para Detroit agora!
Camila levantou-se num súbito, buscando suas roupas.
- Qual é o último nome?
Lauren franziu o cenho.
- Ele não disse, está vindo para cá de Seattle agora.
- Merda.
Camila sibilou, antes de pegar o celular apressadamente, ligando para Dylan.
- Você sabe o vôo que ele está agora?
- Não, ele provavelmente já está no avião. Não tenho como contata-lo.
A morena engoliu em seco.
- Dylan, é Camila. Contate o aeroporto de Seattle e descubra o vôo de Dougie. Eu preciso de escolta para ele. É de extrema importância.
- Camila, o que está havendo?
- Lauren, ele não deveria ter enviado essa droga de mensagem! Você não percebe o tamanho do perigo?
- Ele não disse o último nome, Camila.
- Mas disse que sabia! Isso é ainda pior do que simplesmente dizer, já que se dissesse, quem grampeou a linha poderia saber se está errado!
- Como você pode saber que a linha está grampeada, Camila? Eu troquei de número inúmeras vezes durante todo esse período!
Camila bufou.
- Não está óbvio? Quem fez isso, é próximo de você. Saberá como grampear as linhas quantas vezes for necessário. É por isso que eles sempre estavam a um pé adiante de nós sempre!
Lauren engoliu em seco, vendo a morena disparar para o banheiro.
- O que faremos agora?
- Você vai ficar aqui, quieta e com a boca fechada. Eu vou tentar trazer Dougie em segurança.
A bela mulher suspirou, vendo Camila sair porta a fora.
16:04.
Normani observou o noticiário a sua frente. Nele, a filha de John Ziemman lamentava a morte do pai e jornais do mundo inteiro noticiavam o suicídio do senador.
A negra quase riu ao ouvir a palavra "suicídio" ser repetida tantas vezes.
Era uma mulher extremamente inteligente e articulada. Poderia matar o presidente dos Estados Unidos sem que ninguém soubesse, já que acreditava que o planejamento e execução perfeita eram as principais armas de qualquer pessoa racionalmente saudável.
Observou o líquido preto em sua xícara, vendo a chuva torrencial castigar Detroit. Normani sabia que algo aconteceria naquele dia, e ver uma Camila desesperada saindo do apartamento de Lauren só confirmou suas suspeitas.
Normani sabia que algo aconteceria naquele dia, e sabia mais ainda que aquilo não era bom.
17:56.
Lauren sentiu a tensão esvair de seus ombros levemente quando Camila lhe informou que o vôo de Dougie havia sido rastreado. Ainda estava preocupada, mas o fato de ele já ter escolta para casa era o suficiente para lhe acalmar.
Sentou-se próximo a janela e observou a chuva ainda forte bater contra o vidro enquanto a tensão em si ainda lhe maltratava.
Havia recebido uma ligação de Dinah mais cedo, aparemente até aquele momemto todos estavam bem. O aeroporto estava a caminho de ser cercado.
Não havia como errar.
19:22.
Thomas Bouvier havia recebido as instruções perfeitas para aquele dia. Sabia o que fazer e como fazer. Era inteligente e instruído o suficiente para isso.
Sabia que todos estavam errados, o ponto em seu ouvido garantia isso. Entrou em seu carro e dirigiu tranquilamente pelas ruas de Detroit. Logo, logo tudo estaria feito.
20:30.
Dougie colocou as malas dentro do táxi, entrando no mesmo em seguida. Deu as instruções ao motorista e logo seguiu, carregando as pastas consigo. Era tudo de extrema importância.
Obseevou a chuva em Detroit. Sempre achou que a cidade ficava mais bonita com ela, era como se ganhasse mais cara de lar. O cheiro da terra molhada era agradável ao seu olfato e o som também lhe aprazia. Fechou os olhos.
O caminho foi breve, e ao chegar, pegou o celular em mãos, informando Lauren de sua chegada.
Lauren quase deixou a xícara cair ao ver a mensagem. Aquele horário não era o certo. Dougie ainda deveria estar chegando no aeroporto.
Largou a xícara de qualquer jeito sobre a pequena mesa presente ali, correndo porta a fora de seu apartamento. Sua agonia era demasiada para o elevador, e os quinze andares de escada pareciam não fazer diferença alguma em seu organismo. Era adrenalina pura.
Chegou até o térreo, vendo um Dougie sorridente acenar para si no outro lado da rua. O alívio durou pouco.
No momento que Dougie atravessava a rua,foi atingido em cheio por um carro em velocidade extremamente acima do que o designado para aquele trecho.
Lauren não pôde segurar o grito de horror ao ver o amigo ser atingido com tamanha violência ao ponto de fazer seu corpo impulsionar para cima, caindo violentamente contra o asfalto molhado. O carro logo fugiu dali, deixando os vestigios de sangue em suas rodas misturarem-se com a água da chuva.
A bela mulher correu desesperadamente até o amigo, que parecia se afogar no próprio sangue, ou talvez com a chuva. Segurou-lhe em seus braços, mal se importando com o sangue, a terra ou a chuva.
Os olhos dela já estavam banhados em lágrimas enquanto eram fitados pelos azuis. Seus azuis favoritos. Era como se eles lhe transmitissem calma ao invés do desespero que toda a situação exalava.
- Não vá, por favor! Eu não posso perder você! Você é a unica família que me resta!
Ela implorou. Mas naquele momento, os olhos azuis já fitavam as estrelas quase inteiramente cobertas pelas nuvens. Neles, já não havia sinal algum de vida.
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Detroit
AçãoPoder. Cinco letras, uma obsessão. Em um lugar onde o pecado é rotina, onde tudo tem um preço, há aqueles que fariam tudo para obtê-lo. Os fins podem justificar os meios, mas os meios poderiam justificar os fins? Essa era a pergunta em questão.