Heyyy, boa noite.
A música título de hoje é Bad Blood, do Bastille.
Enjoy :)
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Agosto, 2006.
- Direita, esquerda, agora chuta!
A morena ouviu o homem alto e moreno ordenar.
- Vamos, Camila! Mais forte!
Ele mandou, e ela obedeceu. Os sons de impacto eram mais do que audíveis, e os punhos e pés da morena já estavam arroxeados por conta da força utilizada.
- Isso, você sabe o que fazer!
O homem incentivou, enquanto via a morena arfar e os fios dos cabelos negros e longos soltarem-se do rabo de cavalo, caindo em sua face.
- Tudo bem, está bom por hoje. Como se sente?
O moreno questionou, enquanto retirava as luvas de foco.
- Cansada. E nojenta, preciso de um banho.
Camila reclamou, enquanto enxugava o suor da nuca.
- Tudo bem, querida. Você foi ótima hoje.
- Obrigada, pai.
Camila agradeceu, e retirou as luvas que protegiam apenas seus dedos. Subiu as escadas do porão e seguiu até seu quarto, logo se desfazendo do rabo de cavalo, do short e regata, ambos pretos.
A morena observou-se no espelho. Aos dezesseis anos, era definitivamente o corpo que toda adolescente sonharia em ter. Seios médios, coxas firmes, curvas sinuosas e acentuadas, barriga definida, tudo por conta das horas de treino que ocupavam seu tempo.
Desde pequena, havia visto o pai ser reconhecido em toda a cidade como o Delegado Alejandro Cabello, e isso apenas a incentivava a seguir carreira na polícia, apesar de saber que os métodos do pai não haviam sido os mais honestos.
Em uma cidade como Detroit, vence quem fosse o mais esperto, e Camila sabia disso. Motivo pelo qual além de horas treinando, passava tempos estudando, também. Ser linda não bastava.
Camila havia perdido a mãe muito cedo, por conta de uma emboscada armada por uma das máfias que seu pai havia desmembrado. Mal poderia dizer que sentia falta, tinha apenas dois anos.
A morena terminou de tirar as boxers e o top que usava e entrou no chuveiro, sentindo a água quente correr pelo seu corpo, relaxando os músculos.
Saiu, e rapidamente vestiu a grande camiseta que usava para dormir, antes de encontrar o pai na cozinha para um jantar silencioso. Camila sempre notava o pai pensativo, por vezes questionando-se o que passaria pela sua cabeça.
Era uma característica familiar. Todos os Cabello eram silenciosos, fechados, por vezes, até taciturnos, o que escondia a perspicácia comum a todas as gerações.
- Eu posso cuidar da louça, pai.
Camila afirmou docemente, e o pai assentiu, sorrindo brevemente. Logo subiu as escadas, em direção ao quarto. A morena havia se acostumado a quietude daquele homem.
Assim como ele, Camila fora uma criança esperta e independente, entretanto, cheia de segredos, também.
Ao contrário do que o pai pensava, Camila era bem mais ambiciosa do que demonstrava ser. A morena sabia exatamente como montar a sua escada até o topo, e não hesitaria em usar todas as suas armas.
Camila esperou até ter certeza que o pai havia dormido e finalmente iniciou seu plano. Vestiu o vestido preto que abraçava suas curvas e deixava um pequeno, mas provocativo decote, colocou os cabelos já secos para o lado direito e passou o batom vermelho nos lábios carnudos. Calçou os saltos altos e estava pronta.

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Detroit
ActionPoder. Cinco letras, uma obsessão. Em um lugar onde o pecado é rotina, onde tudo tem um preço, há aqueles que fariam tudo para obtê-lo. Os fins podem justificar os meios, mas os meios poderiam justificar os fins? Essa era a pergunta em questão.