Hey, boa noite.
A música título de hoje é Female Robbery, The Neighbourhood.
Enjoy :)
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Dougie estava de volta a Detroit. Depois de uma pequena temporada no Texas, finalmente havia voltado para o lugar que considerava sua casa. Desceu do ônibus que havia lhe levado até ali e observou a cidade a sua volta. Nada havia mudado, e duvidava fielmente que mudaria algum dia.
Pegou sua pequena mala e seguiu até o ponto de táxi mais próximo. Sentou-se num dos bancos imundos e esperou.
Fora para o Texas porquê descobriu ter um tio. Ele era irmão de sua mãe, e contrariando todas as expectativas, era um homem muito decente. Não tinha filhos e era viúvo, mas vivia numa boa condição financeira. Tratou o sobrinho com extrema educação e mostrou fotos da irmã, e ao ver aquilo, Dougie teve noção do quanto se parecia com ela. Havia descoberto também que ela era extremamente obsoleta de sua família, até sua morte a alguns anos atrás, de câncer.
Dougie não poderia dizer que sentia muito pela morte dela ou que sentia sua falta. Mal havia a conhecido. Entretanto, ela ainda era sua mãe. Esperava que descansasse em paz.
Suspirou e espantou esses pensamentos de sua cabeça quando viu um táxi vir. Entrou e sentou-se na janela, observando atentamente a paisagem de Detroit mudar drasticamente a cada centímetro que se aproximava do subúrbio.
Desde que a cidade entrara em crise por causa da crise das montadoras americanas, foi aos poucos caindo em ruínas e teve seu ápice em 2008, com a pior crise a atingir o país em 60 anos. A população descera dos 1,8 milhões de habitantes para os atuais 700 mil, e a cidade era considerada o pior lugar para se viver em todo os Estados Unidos.
Durante o percurso do ônibus, Dougie pôde ter um vislumbre da segregação racial e social que atingia aquela cidade, ao sair de um bairro elitista, frequentado por brancos e ricos em suas fortalezas particulares para seguir até o subúrbio, onde era obrigado a ver pessoas sendo despejadas por não poderem pagar suas hipotecas e fogueiras improvisadas no meio da rua, objetivando proteger as pessoas dos 20° negativos que costumavam atingir a cidade durante a noite. Era deplorável.
Dougie franziu o cenho e estreitou os olhos tentando focalizar a visão. Notou Ally em meio a uma roda de pessoas, com o braço direito em volta de uma menina mal coberta pelas suas roupas. Viu a mulher mais velha assentir, e a pequena mulher trazer a menina consigo, até entrar no carro.
Provavelmente estava levando-a para o abrigo para crianças na igreja.
Suspirou e deixou de olhar, era costumeiro sempre haver uma criança nova por lá, sempre vinham de algum subúrbio.
O táxi dobrou e seguiu seu caminho, deixando o loiro no lugar que costumava chamar de lar.
Normani interrompeu sua leitura ao ouvir a fechadura da porta rugir, franziu o cenho por um segundo antes de ver Dougie atravessar a porta.
- Dougie!
Lauren gritou, correndo em direção ao amigo e sufocando-o num abraço de urso. Dougie sorriu abertamente. Havia sentido falta da amiga.
- Hey, Mani.
O loiro cumprimentou, antes de abraçar Normani fortemente.
- Sentimos sua falta, menino.
Normani disse, em meio a um sorriso.
- Eu também senti. Texas é legal, mas aqui é a minha casa.
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Detroit
ActionPoder. Cinco letras, uma obsessão. Em um lugar onde o pecado é rotina, onde tudo tem um preço, há aqueles que fariam tudo para obtê-lo. Os fins podem justificar os meios, mas os meios poderiam justificar os fins? Essa era a pergunta em questão.