— Estou ansiosa, sabe? Em pouquíssimos meses saio finalmente. – Bianca comemorou e Enid sorriu, olhando em volta.
Elas estavam na mini-arquibancada
onde apenas Wednesday se sentava, enquanto a mesma havia ido ao banheiro. O dia estava ensolarado e já fazia quase dois meses que Enid estava presa e quanto mais tempo ali, mais curiosa ela ficava sobre Wednesday, mas não a pressionaria.— Você também deveria estar. Faltam
quatro meses. – Bianca disse sorrindo e
Enid forçou um sorriso, assentindo.— Estou, afinal verei minha sobrinha.
– Enid disse, sorrindo, dessa vez,
sinceramente.— Olha só como nos olham. – Bianca
disse olhando em volta. — Como as rainhas do mundo. Céus! Eu nunca havia sentado aqui antes. – Falou animada e Enid riu. — Acho que ninguém daqui, na verdade. A única pessoa que sentava aqui era a ex-amiga de Wednesday. – Enid franziu o cenho.— Ex-amiga? – Enid perguntou confusa.
— Sim, a ex líder. – Bianca explicou e
Enid a olhou surpresa.— Wednesday derrotou a própria amiga? – Enid perguntou e Bianca deu de ombros.
— Não se surpreenda com algo assim,
estamos na cadeia. – Bianca disse, porém Enid ficou ainda mais intrigada. Wednesday disse que não queria amigos aqui dentro. Seria culpa?— Séria assim por quê? – Wednesday perguntou, fazendo Enid negar com a cabeça e sorrir fraco. A morena suspirou e subiu na mini-arquibancada, sentando-se ao seu lado. — Não ficou contente com o que fizemos mais cedo?
— Muito. Obrigada. – Enid disse, deitando a cabeça em seu ombro. — Eu estava com saudades de falar com ela.
— Falaram em um celular? – Bianca perguntou chocada e Wednesday olhou em volta, verificando seu não havia policiais por perto. — Vocês são doidas. Enid, você está prestes a sair, não deveria arriscar.
— Eu não deixaria ela levar a culpa. –
Wednesday disse solenemente. — E é melhor não tocarmos nesse assunto, não quero dar brecha para alguém nos ouvir. – Avisou. — Olha só o que eu trouxe para nós. – Falou, retirando de baixo de sua blusa um cacho de uvas roxas.— Como conseguiu? – Enid perguntou
erguendo a cabeça, vendo Wednesday retirar uma uva do cacho e levar até a boca da loira.— Sem perguntas. – Ela disse, dando um selinho em Enid assim que ela capturou a fruta entre seus dentes.
— Chata. – Enid disse rindo, mastigando e engolindo a fruta antes de passar dois braços ao redor do pescoço de Wednesday. — Mais uma. – Pediu, abrindo a boca e Wednesday riu, levando mais uma fruta até seus lábios.
Sinclair segurou a fruta entre seus dentes e a direcionou até a boca de Wednesday, fazendo a morena roubá-la e comê-la. Enid sorriu e pincelou seu nariz no de Wednesday antes de apoiar sua testa na dela.
— Me conta? – Enid insistiu e Wednesday sorriu, bufando antes de assentir.
— Digamos que eu tenha amizade com a tiazinha da cozinha. – Wednesday disse baixinho e Enid riu de uma forma nasalada antes de fechar os olhos e lhe dar um beijo casto.
— O mais bonito de tudo é que sem
vocês nos falarem é possível ver o quão
apaixonada vocês estão. – Bianca disse
suspirando e Enid, que acabou de
capturar mais uma fruta entre seus lábios, começara a tossir incessantemente.— Você está bem? – Wednesday perguntou e Enid assentiu, tossindo ainda mais.
— Foi só... – Ela tomou ar quando a tosse cessou. — A fruta. – Disfarçou.
— Ah, que bom. – Wednesday disse, vendo Bianca sorrir em sua direção e logo corou. — Eu, ahm, vou ali dentro ver se não...
— Certo. – Enid disse constrangida. —
Eu vou ficar bem aqui com a Bianca... –
Wednesday assentiu e se levantou, entregando o cacho de uvas para Bianca.— Nos vemos. – Wednesday disse, incerta sobre beijar ou não Enid logo após Bianca ter tocado em um assunto tão frágil.
— Certo. – Enid respondeu e a morena sorriu amarelo, se afastando. Sinclair soltou o ar de seus pulmões e enterrou o rosto em suas mãos.
— O que foi isso? – Bianca indagou
confusa e Enid negou com a cabeça.— Não toque em assuntos como amor,
paixão ou algo assim entre Wednesday e eu, Bianca. – Enid pediu.— Por quê? – Indagou confusa.
— Porque... Não posso dizer a ela como me sinto. Não vê que ela fugiu? Claramente ela não quer que nos envolvamos nisso de sentimento.
— Besteira! Vocês já estão envolvidas, só não tocam no assunto.
— Você acha que ela... – Enid mordeu o
lábio inferior e Bianca sorriu.— Óbvio. – Barclay respondeu
apressadamente. — Deveriam aproveitar que sentem isso e falar uma com a outra. Não precisam se separar ou fazer aquele drama todo de "não deveríamos e blá-blá-blá.".— Não é tão simples desse lado aqui da história. – Enid disse.
— É sim. Vocês só precisam falar, porque qualquer um que olha vê que estão irremediavelmente apaixonadas.
— Não precisamos falar então. Se qualquer um vê, então ela já deve ter notado também. Há coisas que não precisam ser ditas.
— Você sequer tinha certeza se era
recíproco se eu não tivesse falado. – Bianca alertou. — Ela deve se sentir igual. – Enid olhou em volta e suspirou.— Aos poucos nós duas vamos
conversando. – Enid disse e Bianca sorriu.— Você tinha razão, sabe? – Bianca falou e Enid franziu o cenho.
— Em quê? – Indagou confusa.
— Em dizer que ela é boa. — Falou
naturalmente. — Ela se esconde por trás da pinta de durona, mas tem um bom coração.— Sim. – Enid disse, deixando um
sorriso enorme rasgar seu rosto. — Ela
tem.— E é todo seu. – Bianca falou e Enid a fitou.
— Eu acho que eu vou lá falar com ela.
— Enid disse e foi Bianca quem sorriu
abertamente dessa vez.— Sim! – Barclay disse, batendo palminhas de excitação antes de um ruído escapar de si. — Droga de risada que estraga meus momentos. – Ela falou e Enid gargalhou.
— Eu te adoro, garota! – Enid falou
ainda rindo e abraçou sua amiga.— Agora vá lá e use esse mesmo
entusiasmo para falar que está
apaixonada.— Eu não vou falar isso. – Enid disse
rindo. — Digo, eu vou tentar, mas se eu ver que ela reage mal eu vou desistir.— Certo. Boa sorte nisso e bom divertimento no acasalamento pós
revelação. – Ela disse, piscando para a
loira, que riu.— Não iremos transar. – Enid disse,
porém no fundo desejava que sim.
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Presa Por Acaso - WENCLAIR
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Enid Sinclair não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o mel...