008

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Wednesday endireitou sua postura e segurou uma mão de Enid antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

— Calma que não queremos briga. –
Angela, uma das três garotas, disse
calmamente.

— Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. – Wednesday disse bufando. — O que querem? – Ela perguntou friamente.

— Só viemos resolver algo aqui. Você
conhece as leis daqui, Wednesday. – A loira disse, fazendo Wednesday assentir. — Beatrice disse que você roubou a garota dela.

Os olhos escuros fitaram os azuis de
Beatrice seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada. Wednesday deixou um beijo no pescoço de Enid sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

Assim que Enid o fez Wednesday desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Enid atrás de si, e umedeceu os lábios.

— Desde quando Enid já teve alguma
coisa com a ratazana azul? – Wednesday  perguntou, vendo Beatrice alisar seus cabelos azuis. – Enid nunca teve nada com ela.

— Porque fui para a detenção. – Beatrice reclamou e Wednesday desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Beatrice.

— Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. – Wednesday disse, cerrando os punhos.

— Ela não era a sua garota. – Beatrice
rebateu.

— Foda-se! Você iria transar com ela a
força. Isso é contra as malditas regras!

— Todas fazem isso aqui. – Beatrice
replicou e Wednesday riu com escárnio.

— É por isso que eu não gosto de dirigir
a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. – Wednesday disse irritada. — Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Enid jamais aceitou nada disso.

— Quem te garante que não? – Beatrice
indagou e Wednesday trincou o maxilar.

Que garota em sã consciência ficaria
com você, sendo que sabe que eu tenho
interesse nela? – Wednesday perguntou e Beatrice a fuzilou com os olhos.

— O que...

— Desde o primeiro dia que vi aquela
garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. – Wednesday continuou. — Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... – Wednesday apontou para Beatrice. — Está de olho em Enid.

— Você a forçou, Beatrice? – Uma das
garotas questionou e a mulher suspirou. — Responda, desgraçada! – Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. — Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Wednesday sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A morena suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Enid.

— Estamos bem. – Wednesday no ouvido de Enid e a mesma assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Wednesday sabia disso.

Por isso, quando sentiu Enid se aconchegou mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Wednesday só queria que ela não tivesse medo.

O primeiro soco foi desferido com tanta
força no meio da cara de Beatrice por uma delas, que só então Wednesday percebeu que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

Presa Por Acaso - WENCLAIROnde histórias criam vida. Descubra agora