— Pare de fazer essa cara. – Divina reclamou e Yoko assentiu segurando o
riso, voltando seu olhar para Enid.— Bem, Enid, digamos que após Divina aceitar meu pedido de casamento, três anos e quatro meses atrás, eu decidi que faria algo que eu amava pela última vez, afinal depois daquele dia eu tomaria juízo. – Falou. — A mulher da minha vida havia aceitado meu pedido, quem não tomaria juízo? – Indagou rindo. — Mas houve um acidente.
— Argh. Eu odeio lembrar disso. – Divina murmurou. — Pensei que você tivesse morrido.
— Alguém explica? – Enid pediu, alheia
a tudo, e Yoko assentiu, suspirando.— Bem, eu corria em corridas ilegais por diversão, porém na minha última corrida um carro se chocou contra o meu e a outra pessoa sofreu lesão grave, o que resultou três anos e sete meses de prisão para mim. – Disse e logo suspirou.
— Idiota. – Divina murmurou cruzando os braços.
— Comigo não aconteceu nada além de
alguns arranhões e graças a Deus a pessoa do outro carro não morreu, porque além de eu carregar essa culpa ainda poderia pegar até dez anos de prisão. – Falou e Enid arregalou os olhos.— Falta muito para você sair? – Enid indagou.
— Três meses. – Yoko falou sorrindo
animada.— E enfim poderemos nos casar. – Divina disse um pouco mais baixo, com os olhos brilhando.
— Mal posso esperar. – Yoko disse feliz.
— E se você voltar a aprontar eu te
largo, você sabe, não sabe? – Divina disse solenemente e Yoko riu.— Eu sei, amor. – Ela disse, olhando em
volta ao ver que havia chamado Divina de algo mais íntimo.— Meninas, com licença, mas vou me
retirar rapidinho com Enid. – Wednesday falou e elas assentiram, vendo-a puxar Enid pela mão.— Onde vamos? – Enid perguntou e
Wednesday riu, parando do nada após caminhar mais alguns passos.— Lugar nenhum, eu só queria ficar
sozinha com você para te perguntar algo. – Wednesday falou, levando uma mão até sua própria nuca e alisando a região um pouco desconcertada.— Bem, hoje todos querem me perguntar algo, pelo jeito. – Enid disse rindo. — Diz. – Pediu e Wednesday umedeceu os lábios.
— No mundo exterior... Bem, se você saísse daqui e eu também... Você aceitaria, sabe, ter mesmo algo sério comigo? Digo, de verdade. Mesmo sabendo que eu não sou ninguém e não tenho nada? – Enid riu ao ver a face de Wednesday ficar rubra e voltou a enlaçar os braços por seu pescoço.
— Em qualquer mundo eu aceitaria ter
algo sério com você, Wednesday Addams. – Ela falou, vendo a morena sorrir amplamente antes de colar suas bocas em um selinho demorado.— Vou manter isso em mente. – Ela disse animada ao separar as bocas.
— Por quê? Há algo que você não está
me contando? – Enid indagou e Wednesday assentiu.— E se namorarmos enquanto estivermos aqui dentro? – Ela despejou do nada, rindo ao ver a expressão boquiabierta de Enid. — Eu sei que eu disse que você merecia alguém melhor, mas eu prometo que vou lutar todos os dias para você sorrir... – A reação paralisada de Enid, de repente, a deixou insegura.
Céus, ela estava tão feliz pela notícia que Divina havia trazido que acabou exagerando na dose de entusiasmo. Enid deveria estar pensando que ela era uma bipolar ou, pior, uma louca.
— Ah claro, vamos sair em tempos diferentes. – Ela disse olhando para os lados. — Eu não tenho o direito de te pedir para me esperar, por isso eu quis ser algo especial para você enquanto estamos aqui, só para poder lembrar que um dia namorei você. – Ela exalou o ar de seus pulmões. — Desculpe, eu deveria fazer isso direito. – Ela completou enrubescendo. — Eu só
pensei que... Nada. Deixa! Eu não disse
nada.— Por que o desespero, Wednesday? – Enid perguntou rindo ao ver a reação da morena. — Você fica tão fofa quando cora. – Falou sorrindo. — E é claro que eu aceito namorar com você.
— Jura? Digo, você tem certeza? – Wednesday perguntou e Enid assentiu, pincelando seu nariz com o da morena.
— Para todas daqui eu já sou até sua
mulher mesmo. – Proferiu rindo baixinho. — Só faltava nós duas deixarmos de ser bobas e tornar isso mais sério, porque até dizer que sou apaixonada por você eu já disse.— Poderia dizer de novo? – Wednesday perguntou, irradiando felicidade. — Digo, você aceitou, não é? Seria legal dizer isso para sua namorada então. – Falou ainda envergonhada e Enid riu.
— Quando entrei aqui e vi aquela pose
de durona e fria eu jamais imaginaria você corando. – Enid falou rindo baixinho, colocando uma expressão seria em seu rosto ao fitar a morena intensamente. — Eu sou completamente apaixonada por você, Wednesday.Wednesday sentiu seu estômago revirar e seu coração bater freneticamente contra seu peito, afinal, aquelas palavras somadas ao jeito intenso como Enid a fitava a tiravam de órbita.
— Planeta Terra chamando. – Enid
disse, fazendo Wednesday piscar confusa antes de fitá-la e um sorriso brotar em seus lábios.— Desculpe. – Wednesday pediu rindo sem graca. — Eu também sou apaixonada por você, Enid. – Ela falou, colocando duas mãos ao redor da loira. — Tanto.
— Bastante ao ponto de me dar um
daqueles beijos deliciosos na frente de
toda essa gente? – Enid perguntou
sorrindo e o olhar de Wednesday percorreu o perímetro, cintilando um brilho diferente antes de voltar a fitar a mesma.— Sim, ainda mais sabendo que a sua
médica preferida está vindo em nossa
direção. – Ela falou e, quando Enid estava a ponto de olhar para o lado, Wednesday a beijou.Ela iria protestar, porém acabou rindo
internamente da forma boba como Wednesday sentia ciúmes daquela médica.— Olha só que prova linda de que eu gosto só de você, hm? – Enid murmurou entre o beijo.
— Hey! Não vire isso a seu favor. Você
que me desafiou a te beijar aqui e não
o contrário. – Wednesday protestou e Enid sorriu.— Certo, certo. Então te desafio a me
dar mais um beijo. – Sussurrou contra
seus lábios e Wednesday não pensou duas vezes antes de voltar a aprofundar o beijo entre elas, vibrando internamente pelo fato da médica nem ter se aproximado e por poder pensar em um futuro real com Enid, fora dali, tudo graças à Divina.
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Presa Por Acaso - WENCLAIR
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Enid Sinclair não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o mel...