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— Hoje é meu dia de ir lavar o banheiro. – Yoko reclamou e Enid fez uma careta.

— O meu foi ontem. – Ela respondeu e Wednesday sorriu.

— O meu não foi semana passada e nem essa. Acho que esqueceram de mim. – Ela falou e Enid olhou desapontada para a semente da fruta em sua mão.

— Wed, minha maçã acabou. – Enid disse e fitou sua namorada. — Eu queria outra. – Enid falou e a morena ergueu a cabeça para olhar para o lugar aonde deixavam as frutas.

— Olha que sorte, Nid. Ainda há frutas. — Ela disse e Enid deitou a cabeça em seu ombro.

— Busca para mim? – Ela pediu com a voz manhosa e Wednesday riu.

— Está bem. – Ela replicou após alguns
segundos, se esquivando da loira antes de ir buscar a fruta.

— Ela ficou frouxa demais, não é certo
explorar ela assim, Enid. – Yoko falou e
a Enid riu.

— Não a estou explorando. – Sinclair
rebateu. — Eu pedi para ela, ou seja, ela
teve a opção de dizer não.

— Céus, ela está apaixonada. Não te dirá não para essas coisas que te agradam. – Yoko falou e Enid sorriu.

— Aqui está. – A voz de Wednesday soou atrás de Enid e a loira se virou, pegando a fruta e esperando Wednesday se sentar ao seu lado novamente para se inclinar e depositar um beijo manso em seus lábios.

— Obrigada .– Ela disse sorrindo. — Mas você sabe que pode dizer não quando eu te pedir algo, não é? – Enid indagou e Wednesday assentiu.

— Eu sei, mas gosto de te dar todos os
sim's possíveis. – Ela replicou e Enid
mordeu o lábio inferior.

— Então... – Enid começou, inclinando-se sutilmente para sussurrar algo no ouvido de Wednesday. — Que tal dizer sim para a ideia de irmos para nossa cela e nos divertimos um pouco, hm? – Indagou sensualmente, pincelando seu nariz ao longo do pescoço de Wednesday. — Essa noite a gente nem fez nada disso, apenas dormimos.

— Sua proposta é muito tentadora. – Wednesday disse respirando fundo, ouvindo o riso genuíno de Sinclair.

— E então? – Enid perguntou mordendo o lábio inferior.

— Enid Sinclair! – A voz firme de uma
das policiais soou e a loira a olhou
instantaneamente.

— Sim, senhora?

— Visita para você. – Ela disse e Enid franziu o cenho.

— Mas não estamos em horário e nem em dia de visita. – Ela falou confusa.

— Vai recebê-la ou não? É a sua advogada. – A mulher disse sem paciência.

— Oh. – Ela falou assentindo. — Eu já
volto, pense no que eu disse. – Enid falou, se inclinando e dando um selinho em Wednesday antes de se levantar e seguir a policial.

Caminharam em silêncio até o lugar, tendo sido algemada no percurso. Quando chegaram lá a advogada voltou a pedir que a soltassem e assim a policial o fez. Enid agradeceu com um sorriso, porém a expressão solene no rosto de sua advogada quase lhe trouxe náuseas.

— Devo admitir que me surpreendi com sua visita inesperada. – Enid falou, se aproximando alguns passos. — Não se supõe que eu sairia só em alguns meses? – Sua advogada assentiu. — Então a que devo a honra de sua visita?

Advogada suspirou e ajeitou os óculos
que usava. Ela alisou seu blazer preto e
endireitou sua coluna, encarando Enid no momento seguinte.

— Eu não sou a favor de injustiças, senhorita, quero deixar isso claro antes de tudo. – Enid arqueou uma sobrancelha e uma sensação de mal-estar varreu sua paz interior naquele momento.

— Por que diz isso?

— Eu fui contratada por sua irmã após
sua audiência. – Ela começou. — Porém
levo meu trabalho à níveis elevados e,
por determinada razão, eu fui procurar
o advogado que representou a senhorita no tribunal. – Enid assentiu atenta. — E o que descobri não me atraiu de forma alguma.

— Por favor, explique-me.  – Enid pediu aflita, cruzando os braços.

— Eu estranhei o fato de um advogado
tão bom não ter conseguido resolver uma simples coisa. Seu caso era simples, era apenas localizar a pessoa da farmácia e pronto, não teriam como te prender.

— O que está sugerindo? – A advogada umedeceu os lábios e se aproximou um
pouco mais.

— Eu fui procurar a pessoa dessa farmácia e ela tinha desaparecido. Me deixei guiar pelo instinto e segui os rastros do cartão de crédito dessa pessoa, senhorita, e quando a encontrei aleguei que ela poderia ser presa caso se negasse a comparecer no julgamento. – Falou. — Claro que eu já tinha provas de sua inocência, porém quis ir à fundo e, bem, a amiga de Joseph ficou com tanto medo que acabou confessando ter sido comprada para se afastar. – Enid arregalou os olhos em total surpresa.

— Oh meu Deus! – Exclamou boquiabierta. — Quem poderia ter feito isso? – A advogada suspirou e a fitou.

— Sua irmã, senhorita. – Enid sentiu de
supetão um vazio tão grande que congelou sua alma por um instante.

Aquilo não poderia ser real. Por que Sophia faria algo cruel daquele ieito?

— Como disse? – Enid indagou e a advogada arrumou seus cabelos com uma expressão apenada em seu rosto.

— Foi Sophia.

— Você... você, tem certeza? – Ela
questionou e a advogada assentiu.

— Por isso vim lhe procurar. – Advertiu
— Eu me demito do posto de sua advogada, pois sou completamente contra esse tipo de ação, a menos que a senhorita que me contrate.

— Eu... – Enid queria chorar, porém se
conteve. — Não acredito que perdi o natal e ano novo aqui, o aniversário de minha sobrinha... – Disse indignada.

— Não costumo cometer negligências em meu trabalho, senhorita, por isso fui a fundo nisso. – Disse e Enid assentiu.

— Eu agradeço, Eu... vou querer, sim, os
seus serviços. – Ela disse, ainda arrasada demais.

— Ótimo. Prepare-se então, senhorita.
Abrirei um novo pedido de audiência,
desta vez por fraude. Garanto que em
menos de um mês estará completamente fora daqui e muito bem remunerada pelo descuido tanto do estado como do seu antigo advogado.

— Sou imensamente grata. – Enid disse, sorrindo fraco. Não podia crer o tipo de
monstro que sua irmã se transformou.

— Qualquer novidade eu volto. Passar bem e tenha um ótimo dia, Enid.

— Você também. E obrigada de novo. – A advogada assentiu com um terno sorriso no rosto e se retirou.

O momento onde a policial a algemou,
para levá-la de volta ao pátio, mal foi
notado por ela. Em sua mente só se
passava perguntas e mais perguntas do
porquê de sua irmã ter feito aquilo e trazia consigo uma só certeza: Aquilo não ficaria assim.

Presa Por Acaso - WENCLAIROnde histórias criam vida. Descubra agora