Boa leitura!
Seis anos atrásMariano
—Notou como todos estão ansiosos? —Atena comenta deitada em peito depois de termos nos amado mais uma vez no silencio da madrugada. —Ouviu sobre algo importante?
—O chefe de tudo isso- vem assistir as lutas de amanhã, quer dizer as lutas de hoje, já está quase amanhecendo! —Acaricio seus cabelos e sinto seu corpo ficar tenso de repente. Eu aprendi a ler cada pequena mudança em seu comportamento, a minha menina não é do tipo que fala muito como se sente, então eu me guio pelas pequenas nuances em suas expressões.
—O Franco? —Ela se senta e eu me sento fitando-a. Os primeiros raios de sol surgem pela pequena janela e eu posso olhar melhor parar ela. —Quando ouviu isso?
—Você tem medo dele? —Olho em seus olhos, mas ela desvia o olhar. —Atena, aquele desgraçado fez algo contra você...
—Mariano, ele é... —Ela para de falar como se estivesse decidindo o que vai dizer. Minha mente automaticamente cria os piores cenários possíveis e começo a imaginar que o Franco Costa deve ser um dos malditos que abusaram da Atena nesse lugar, só isso explica o terror em seus olhos quando mencionei ele.
—Eu vou mata-lo! Esse maldito é o culpado por eu estar aqui. —Me levanto vestindo as minhas roupas. Desde o instante em que ouvi alguns dos seguranças do Geena dizendo que o chefe viria fazer uma visita a minha mente começou a trabalhar em formas de mata-lo e vingar a morte da minha família e agora eu tenho mais um motivo na minha extensa lista de razões para mandar Franco Costa direto para o inferno. —Ele mandou matar a minha família e me jogou nesse buraco. Eu tenho sede de vingança e o se aquele maldito soubesse tinha me matado junto com meus pais e meus irmãos. —Seguro as grandes observando o corredor sujo a minha frente. —Ao me deixar vivo, o Franco assinou sua própria sentença de morte. Eu vou acabar com tudo o que ele mais ama, o império que ele construiu e eu soube que ele tem uma filha e eu juro pelos meus irmãos que eu não vou poupar ninguém que carregue o sangue Costa.
—Talvez a filha dele seja mais uma vítima das maldades dele... —A voz da Atena está tremula e eu dou uma risada sem humor.
—Ela é filha de um monstro, carrega o mesmo sangue que ele, não pode ser diferente do pai. Matar o Franco e deixar a filha dele viva é permitir que o sangue podre deles continue poluindo a Terra! —Ácido escorre por minhas palavras. Não queria mostrar esse lado meu para a Atena, mas é mais forte do que eu, sempre que esse homem é mencionado eu sou tomado por um ódio profundo por ele e por tudo o que o cerca. —Mas, eu não quero que você se preocupe com nada... —Tento soar mais carinhoso e tomo seu rosto entre as minhas mãos. —Eu vou dar um jeito de me infiltrar na organização dele e quando ele menos esperar não vai saber o que o atingiu e eu vou te levar para onde eu for, Atena, nada vai nos esperar!
—Promete? —A fragilidade em sua voz me desarma e eu me chuto mentalmente por deixa que meus pensamentos de vingança cheguem até ela. —Prometa para mim que haja o que houver nada nunca vai nos separar.
—Eu prometo! Eu não posso viver sem você, minha menina, é o ar que eu respiro, você é o meu mundo, Atena! —Toco nossos lábios suavemente selando a minha promessa e ela me abraça apertado.
Eu gostava da versão durona da Atena, a de garota inabalável, dona de si, porém, essa versão dela sensível, frágil, sem aquela armadura que a impedia de demonstrar seus sentimentos, me deixou completamente apaixonado. Tenho notado como a cada dia ela se sente mais livre ao meu lado e eu torço para todo esse inferno acabar e ela poder ser apenas uma garota comum e eu ser o cara sortudo que tem seu coração.
Atena
As coisas que o Mariano disse mais cedo não saem da minha mente. Como eu poderia dizer a ele que eu sou filha do homem que ele mais odeia nesse mundo? Como poderia confessar que o sangue do seu inimigo corre em minhas veias? Eu não posso perde-lo, eu não posso perder a melhor coisa que já me aconteceu por eu ser filha do Franco. Eu não escolhei nascer filha dele, então, porque sou a pagar por todos os pecados do homem que eu sou obrigada a chamar de pai?
—Filhinha querida, vejo que estão te tratando muito bem aqui! —Falando no diabo, sou tirada dos meus pensamentos quando o Franco entra na cela imunda que tem sido minha morada por quase dois anos. O Mariano foi levado para a Arena, ele se tornou o melhor lutador desse lugar e claro que seria usado no show que eles querem dar para o meu pai. —Aprendeu finalmente, quem é que manda? —Sua mão agarra meu braço e eu me esforço para não demonstrar qualquer sinal de dor quando sua mão intensifica o aperto. Franco Costa é um homem alto, forte, cabelos escuros, ao menos o que sobraram dos cabelos deles, e que adora demonstrar sua força em pessoas mais frágeis.
—Vai para o inferno! —Cuspo na sua cara e sua mão sobe atingindo meu rosto fazendo com que eu caia no chão. —É o máximo que consegue, papai? —Provoco-o limpando um filete de sangue que escorre pelo canto da minha boca. —Seus tapas já foram capazes de me arrancar um dente! —Dou uma risada e sinto sua mão segurar meu cabelo me obrigando a levantar. A dor em meu couro cabeludo é tão intensa que um gemido de dor escapa por meus lábios.
—Eu devia quebra-la! —Ele rosna com seu rosto próximo ao meu e sinto meu estomago embrulhar com seu hálito de cigarro e álcool. —Mas, eu vou fazer melhor, vou te dar uma chance de voltar para casa hoje, basta que mate todos os seus oponentes na arena hoje.
—Sabe quando eu vou seguir as suas ordens, papai? Nunca! —Olho em seus olhos e um sorriso orgulhoso surge em sua boca. —Eu prefiro passar o resto da minha vida aqui, sendo fodida por todos os seus guardas do que viver sob o mesmo teto que você! —Alcanço a arma em seu coldre e aponto para sua cabeça.
—Se me matar a sua mamãe e seus irmãozinhos também morrem! —Ele diz sorrindo e ouço as armas sendo destravadas e quando olho ao redor seus homens estão com as armas apontadas para mim.
—Um dia seremos só nós dois, papai e eu vou meter uma bala no meio da testa! —Entrego a arma a ele e me afasto da sua presença que sempre me enoja.
—Até logo, princesinha do papai! —Ele me puxa pelos braços e beija a minha testa saindo da cela sendo acompanhado por seus seguranças, quem ver esse ato dele de fora enxergaria um pai amoroso. Limpo o local onde seus lábios imundos me tocaram e quando ergo meus olhos encontro o Mariano me fitando em completo choque.
—Mariano... —Dou um passo em sua direção e seus olhos me encaram com nojo. —Eu...
—Você é a filha dele! —Ele parece dizer para si mesmo e solta uma risada sem qualquer humor. —Como eu pude ser tão cego? Como eu pude me deixar levar por você?
—Eu não sou como ele... —Minha visão se torna turva por contas das lagrimas e eu tento me aproxima dele mais uma vez, mas ele se afasta como se eu tivesse uma doença contagiosa.
—Não se aproxima de mim. É claro que você não é como ele, é pior. Dissimulada! Ele estava te usando para me controlar? —Sua voz é repleta de ódio e eu dou uns passos para trás sentindo como se tivesse acabado de levar um soco. —Eu tenho nojo de você! Nojo desse seu sangue imundo! — Suas palavras me ferem a alma. — Escuta bem, Atena Costa, eu vou acabar com a sua família, assim como seu pai acabou com a minha. Vou destruir vocês, tudo o que vocês mais prezam! Você vai pagar por ter me feito de idiota por todo esse tempo!—Seu tom é de promessa e eu sinto em meu âmago que esse é o nosso fim.
—Mariano, por favor... —Lagrimas molham meu rosto e eu fico estática apenas olhando o homem que eu amo me dar as costas e sair da minha vida. Levando consigo todos os meus sonhos, a minha alegria e meu coração. Fui arrancada do paraíso e jogada mais uma vez no inferno no instante em que o Mariano me deu as costas e me deixou para atrás quebrando todos as promessas que um dia ele fez para mim.
Esse é o fim do nosso casal, ao menos por enquanto!
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Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)
RomanceO que todos acreditavam serem quatro irmãos, se transformou em cinco. Uma nova integrante surgiu na Família Valente. Agora são cinco irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo...