Capítulo 15

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Boa leitura!

Atena

Horas de tortura e nenhuma resposta. Dos homens que invadiram a minha residência em Milão apenas dois sobreviveram e eu tentei de todas as formas arrancar deles a verdade, saber suas motivações e quem os enviou até aqui, mas os desgraçados se recusaram a falar. Eu os admirei por aguentarem, por algumas horas, em minhas mãos, se eles não tivessem morrido, eu teria extraído a resposta dos dois, mas eles já tinham passado pelas mãos dos meus homens e chegaram até mim debilitados. Infelizmente, eu continuo no escuro sobre os mandantes dos dois ataques.

A semana correu de forma muito tranquila, quem quer seja que está tentando me matar recuou e não fez qualquer movimento nesse sete dias que se passaram, ainda assim, meus filhos permanecem sob os cuidados dos meus irmãos e cunhados, Milão só será seguro para eles quando eu matar o nosso novo inimigo.

Para a minha infelicidade, o Mariano retornou à cidade e vem me perseguindo por todos os lados. Ele é um verdadeiro pé no saco. Não sei quais são as intenções, mas o maldito está conseguindo me irritar para caralho. Tem sido um martírio me manter indiferente a presença dele, eu posso dizer em alto em bom som que não quero nada com ele, mas a droga do meu corpo e do meu coração respondem a ele, como se fossem condicionados a isso.

—O conselho te espera na sala de reuniões! —Falando no diabo, a voz da Mariano ecoa pela biblioteca e eu olho em sua direção. —E eles estão acompanhados de outros homens...

—Um deles deve ser o meu futuro noivo! —Deixo o livro sobre a poltrona e me levanto. —Será que meu noivo é bonito? Ah, mas beleza não importa, se os outros atrativos dele forem capazes de me satisfazer na cama.  —Arrumo o vestido preto justo ao meu corpo que deixa todas as minhas curvas em destaque e dá uma ótima visão dos meus seios. Sinto os olhos negros Mariano me devorarem e me aproximo dele a passos lentos. —Algum problema, soldado?

—Vai ser um prazer estripar o maldito que ousar se casar com você. —Ele diz em rosnado e eu colo meu corpo ao dele e um suspiro estrangulado escapa por sua garganta. —O único homem que irá chama-la de esposa, sou eu!

—Tsc, tsc, tsc... —Nego com um aceno de cabeça e minhas mãos percorrem todo seu torso por cima da camisa social que ele usa. Mariano é um homem muito elegante, seus trajes cotidianos sempre são compostos por camisas sociais e blazers. —Eu vou fazer questão de escalar você para ser o meu segurança no dia do casamento e vou deixa-lo na porta do meu quarto no momento da noite de núpcias, apenas para ouça o meu futuro marido me fodendo! —Sussurro em seu ouvido e minha língua percorre todo o nódulo da sua orelha e seu corpo estremece ao meu toque.

Algo em mim deseja provoca-lo, fazer com que ele se sinta caminhando me brasas, como eu me sinto sempre que ele está por perto. Quero que ele se arrependa amargamente de ter me deixado e já que ele decidiu fazer morada em minha vida sem meu consentimento, vou fazer da estadia dele um inferno.

—Eu também posso jogar esse jogo, minha menina! —Suas mãos seguram com firmeza a minha cintura e ele troca nossas posições, batendo as minhas costas contra a enorme estande de livros, fazendo com que alguns dos livros caiam pelo impacto. —Eu vou fazer você se arrepender de cada uma das suas provocações, quando na nossa noite de núpcias eu me enterrar todo em você e faze-la gritar meu nome até sua voz se tornar um sussurro. —Suas palavras parecem atingir um ponto sensível entre as minhas pernas fazendo com que eu as esfregue uma na outra. —E quando você estiver exausta, eu vou fazer amor com você lentamente até você entender que eu serei o único homem a satisfazê-la na cama e fora dela. Você é minha, Atena! —Ele diz pausadamente e eu fecho os olhos absorvendo suas palavras tentando não parecer afetada.

—Eu não pertenço a ninguém, meu caro! —Me afasto do seu corpo quente e caminho para fora da biblioteca. —Quero você na sala de reuniões para conhecer o meu futuro noivo! —Ordeno e ouço seus passos logo atrás de mim e mesmo sem vê-lo sei que seus olhos estão sobre mim. Existe qualquer coisa no olhar o Mariano que me faz senti-lo sempre que ele está em mim. —Boa noite, senhores! —Sorrio falsamente ao entrar na sala de reuniões e todos os presentes se levantam.  —Como vai, Tommaso? —Provoco-o e ele me fuzila com os olhos, me arrancando um sorriso divertido.

Depois de todos os cumprimentos, como manda a etiqueta, eu me sento para ouvir a proposta do meu pretendente. O senhor Andrea Marino é um homem de quase cinquenta anos, mas muito bem conservado, conhecido no mundo das lutas clandestinas, é alguém bem relacionado e está à procura de uma aliança com a Máfia Costa há muito tempo.

—Eu espero que esteja de acordo com o fato de que não se tornara chefe da máfia Costa após o casamento. —Olho nos olhos do meu pretendente e um sorriso consternado surge em seu rosto. —Eu não me meto em seus negócios e você fica de fora dos meus. Você precisa expandir seus negócios e eu sou dona de metade dos clubes de luta dessa cidade, já eu preciso me casar por razoes que não lhe dizem respeito, certo?

—Como quiser, querida! —Sua voz não transmite nenhuma confiança e um sinal de alerta apita em meu cérebro. Homens como Andrea Marino não aceitam facilmente se submeterem a mulheres, ainda mais uma jovem como eu. —Estou de acordo com todas as suas exigências. Podemos marcar o noivado? —Ele diz apressado e eu troco um olhar com o Alberto que parece tão desconfiado quanto eu.

—Eu sinto em informar a todos, que esse casamento não vai acontecer. —A voz da Mariano chama a atenção de todos e olhamos em sua direção. —Essa mulher já pertence a alguém.

—O que está fazendo, soldado? —Digo entre dentes e ele caminha em minha direção.

—Na família existe uma lei que determina que as mulheres devem se casar com o homem que produzir herdeiros nelas. —Ele para ao meu lado e sinto meu sangue gelar por saber o que vem a seguir. Ele não vai fazer isso. —E como todos sabem a Atena tem dois filhos e eu sou o pai deles, o que a torna minha mulher pela lei da família Costa.

Fecho os meus olhos apertando meus punhos, puxo o ar com força e olho nos olhos do Mariano e o mesmo exibe um sorriso presunçoso nos lábios.

—Isso é verdade, senhora? —O Alberto me encara e em seus olhos há um misto de alivio e confusão. Me limito a acenar positivamente com a cabeça. —Sendo assim, a Atena não pode se casar com o senhor, senhor Marine, visto que pelas leis da nossa família ela já pertence a outro, ao Mariano.

As palavras do Alberto me atingem em cheio e eu percebo que a sentença foi assinada, não tem como fugir do Mariano. Por mais que eu fuja o Marino parece ser minha sina.





O Mariano foi espertinho não é? Vocês acharam mesmo que ele permitiria que a Atena se casasse com outro?

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Até logo!

Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora