Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)

Capítulo 28

Esse capitulo contem cenas de assasinato que podem ser fortes para alguns leitores, aconselho esperar pelo proximo capitulo se isso te causa algum gatilho.

Boa leitura!

Mariano

Minha cabeça está confusa, o rosto da Atena, o carro explodindo, todas imagens se misturam e eu não sei o que é realidade ou não. Abro os olhos e fecho rapidamente sentindo a luminosidade me incomodar.

—Mariano? —A voz do Leone me faz abrir os olhos outra vez e demoro uns instantes para me acostumar com a claridade. —Que bom que você acordou, meu amigo, foi uma pancada forte na cabeça.

—Onde está a Atena? —Me sento rapidamente e sinto todo meu corpo protestar. Olho ao meu redor e reconheço o ambiente, estou no quarto da Atena, aliás, nosso quarto. —Onde está a minha esposa, Leone?

—Mariano, eu sinto muito... —Ele me olha com pesar e um frio se instala por todo o meu corpo. —Três carros surgiram na estrada e fecharam o nosso acesso, demoramos muito tempo para conseguir neutralizar todos eles e quando chegamos você está desmaiado no meio da estrada e o carro de vocês estava em chamas no fim do penhasco.

—Foda-se o carro! Eu quero saber da Atena! —Grito exasperado me negando a aceitar as coisas que as entrelinhas contam. —Para qual hospital a levaram? Responde Leone!!!

—O carro explodiu, Mariano. Eu sinto muito, não conseguimos tirar a senhora Atena de dentro e... —Sua voz fica tremula e vejo em seus olhos o quanto doí nele me dar essa notícia.

As palavras do Leone se perdem na minha mente, perco todos os sentidos. A dor começa no meu peito e sinto como meu coração estivesse sendo esmagado, os segundos se passam e a sensação se espalha por todo o meu corpo. Sinto como se tivesse caído dentro do mar congelado. Ouço gritos de desespero e sei que são meus. Não enxergo nada em minha volta, mas sei que meus punhos batem contra algo.

"Eu te amo!" a voz dela se declarando ecoa em minha mente. Os olhos verdes brilhantes, o sorriso de canto, seu cheiro parece estar por toda parte. Ela não pode ter me deixado. Grito como se assim pudesse arrancar essa dor do meu peito e sinto braços me contendo.

—Mariano, você precisa se acalmar! —A voz do Joseph chega aos meus ouvidos e eu não sei por quanto tempo minha mente se perdeu.

—A Atena... —Olho nos olhos do meu melhor amigo em busca de que tudo isso seja um pesadelo.

—Eu sinto muito, desde que tudo aconteceu estão vasculhando o local do acidente e nem um sinal dela, todos acham que ela ficou presa no carro! —Sua voz é repleta de dor.

Observo a minha volta e noto que o quarto está todo destruído e as minhas mãos estão feridas. De pé na porta do quarto a Donatella e o Alessandro me encaram com pena.

—Me perdoa! —Olho para a minha cunhada e lagrimas banham seu rosto. —Eu prometi que a protegeria... E eu... eu a perdi!

—Não foi sua culpa, Mariano! —Ela caminha em minha direção e me abraça apertado. —Ao menos não perdemos os dois!

—Que tivesse sido eu, Donatella. Ela salvou a minha vida, eu não teria saído daquele maldito carro se ela não tivesse me jogado para fora!

—Eu vim assim que soube da tragédia! Eu sinto muito, meu amigo! —Tommaso Romano entra no quarto e sinto meu sangue ferver em minhas veias. —Perder a nossa querida Atena, vai ser uma dor que vamos carregar para sempre.

Me desvencilho delicadamente da minha cunhada e caminho na direção do maldito que ousa pronunciar o nome da minha mulher.

—Eu vou matar você! —Minhas mãos agarram seu pescoço e ele me encara assustado. —Vou matar o seu irmão, suas esposas e filhos. Não vai existir uma gota se quer do seu sangue imundo na face da Terra! —Suas mãos tentam me conter e eu sorrio debilmente batendo sua cabeça contra parede de concreto.