Capítulo 26

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Boa leitura! 

Atena 

—Bom dia esposa... —A voz rouca do Mariano me desperta e eu sorrio constatando que não foi um sonho. —Não durmo assim há anos.

—Bom dia, Mariano. —Me viro para ele e o mesmo me encara sorrindo. —Há muito tempo que não dormia assim. Que horas são? —Me sento na cama e ele me puxa de volta e seu corpo paira sobre o meu.

—Hora de continuar onde paramos ontem! —Seus lábios tocam os meus tomam os meus e eu me rendo facilmente aos seus toques.

Fazemos amor de novo e de novo. Como dois adolescentes descobrindo os prazeres do sexo. No fundo ainda somos dois jovens em fase de descobertas, se por um lado tivemos, os dois, que amadurecer muito cedo, por outro muitas experiencias que devíamos ter tido quando mais jovens não aconteceram.

Me tornei adulta antes mesmo de saber o que essa palavra queria dizer. Fui mãe, sem saber como era ter uma família. Estar com o Mariano é como resgatar a garota que eu nunca pude ser, é descobrir meu próprio corpo, é me permitir sorrir, chorar, ser humana.

—Pensando em mim? —Sinto os braços do Mariano circularem a minha cintura e sua boca depositar beijos no meu pescoço.

—Seu ego te faz um homem muito convencido. —Provoco-o e recebo uma mordida no rosto como resposta. —Estava pensando na vida e isso inclui você!

Voltamos para a casa da minha família na hora do almoço e fomos recebidos com risos e gozações. Os dias em que a minha família passou na minha casa, em Milão, os momentos aqui em Veneza, tem me feito refletir muito sobre os rumos que a minha vida tomou, sobre a posição que ocupo hoje.

Eu nunca quis ser chefe de nada, nunca quis a responsabilidade de liderar pessoas, ainda mais pessoas que já me fizeram tão mal. Estar naquela casa ocupando o lugar do Franco, mantem em minha mente viva todos os horrores que vivi.

—Quer dividir esses pensamentos comigo? —O Mariano me olha com carinho e segura meu rosto entre as suas mãos. —Seja o que for eu estarei ao seu lado.

—Eu não quero ser chefe da Família Costa! —As palavras saltam pela minha boca e eu sinto um alivio em poder pronuncia-las em voz alta! —Eu não estar no meio daquelas pessoas, não quero viver naquela casa, eu não quero fazer parte de nada daquilo. Tudo ali me lembra ao meu pai, as atrocidades que ele fez comigo. Sinto que cada vez em que me sento naquela cadeira fico mais parecida com ele e eu não quero ser como o Franco, Mariano!

—Minha menina... —Seus dedos limpam as lagrimas que molham meu rosto. — Podemos achar uma forma de você se livrar desse fardo. Por que não me disse isso antes? Sempre fez parecer que sentia orgulho de ser a chefe.

—Porque eu tinha certeza que era única coisa que me restava. Nem em meus maiores sonhos eu esperava por tudo isso, Mariano. Você, nossos filhos, meus irmãos, a minha mãe; essa família. —Suspiro e beijo suas mãos. —Mas, por todos os lados que eu olho me vejo presa nas correntes que o Franco me colocou assim que nasci.

—Atena, bastava não ter assumido quando o maldito morreu...

—E deixar todas as pessoas que dependem da máfia a mercê dos irmãos Romano? Tinham coisas que eu precisava mudar, pessoas que eu precisava libertar, dividas que eu tinha que cobrar. Só eu podia limpar parte de todas as sujeiras que o meu pai deixou. —Suspiro pesadamente. —E se eu abrir mão tudo que fiz vai ser em vão, os irmãos Romano vão se apossar do meu lugar e vão fazer muito pior do que o Franco.

—Atena, você está se preocupando com pessoas que viram todo seu sofrimento e não fizeram nada! —O Mariano diz irritado. —Que se matem uns aos outros.

Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)Onde histórias criam vida. Descubra agora