Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)

Capítulo 9

Boa leitura!

Atena

As ruas passam como borrões sob os meus olhos, minha mente não consegue apreciar as lindas ruas de Milão, porque meus pensamentos não param de imaginar como serão os acontecimentos das próximas horas. Como eu vou contar aos meus filhos sobre o Mariano? Quais palavras usar? Eu não sei ser delicada com as minhas palavras, eu não aprendi ser assim.

Por vezes eu sinto que não sou uma boa mãe para os gêmeos. Como eu posso ser boa na função de criar duas crianças tão especiais como eles, se a única forma de educação que eu recebi foi a violência? Eu queria ser o tipo de mãe carinhosa, que consegue demonstrar o quanto ama os filhos com palavras, beijos e abraços, mas infelizmente, eu não consigo.

Momentos como esse em que eu apenas os observo conversando entre si, meu peito transborda de tanto amor por esses dois anjinhos, mas eu sinto que eu não consigo demonstrar como eles merecem. Tantas vezes em que eu cogitei os entregar para o Mariano, para que eles pudessem sentir o amor na sua forma mais genuína, porém, a mera possibilidade de não poder vê-los mais me fazia desejar morrer.

Sou arrancada dos meus devaneios quando uma mensagem surge na tela do meu celular me deixando em alerta. A mansão foi atacada, não é seguro aqui, senhora. Leio a mensagem, que meu chefe de segurança acabou de mandar, várias vezes sem conseguir acreditar nesse merda.

—Mude a rota, Mariano! —Ordeno e ele me olha rapidamente irritado e eu apenas mostro a mensagem do Leone. —Vamos para a minha cabana em Ozzero!

—Não seria melhor irmos para a casa da sua irmã? —Ele parece alarmado e encara nossos filhos no banco de trás alheios as nossas preocupações.

—E coloca-los em risco? Vamos para Ozzero! —Digo entre dentes e ele parece pondera, mas acelera o carro fazendo o que eu mandei.

Ozzero é uma pequena cidade rural próxima a Milão, que tem menos de dois mil habitantes e é onde eu mantenho uma cabana para casos como esse em que eu preciso me afastar da cidade por questões de segurança. É uma viagem de duas horas de carro e a minha propriedade é desconhecida por todos.

Eu preciso manter os meus filhos seguros em primeiro lugar e depois descobrir quem teve coragem de invadir a minha casa. Os inimigos do meu pai não fariam algo tão imprudente assim, eu acho ao menos. Os irmãos Romano poderiam estar por trás desse ataque depois do que eu mandei fazer o Tommaso essa manhã, mas ele não seriam tão obvieis ou seriam?

—Não precisa se preocupar, Atena, os homens que fazem a segurança da casa devem ter capturado os invasores! —O Mariano aperta a minha mão e eu me afasto do seu toque como se ele queimasse e de fato queima.

—Não sou eu quem deve ser preocupar, Mariano, e sim os malditos que invadiram o meu território! —Digo entre dentes apertando o celular entre as minhas mãos. Odeio não ter o controle das coisas que acontecem ao meu redor, ainda mais se essas coisas podem atingir a minha família.

Passo boa parte do percurso da viagem no telefone com o Leone, meu chefe de segurança, entendendo como conseguiram entrar na mansão, já que ela é extremamente protegida. Dou algumas ordens a eles e digo que ficarei alguns dias fora, não entrego a minha localização porque posso ter um traidor dentro da minha equipe, mando que torturem os invasores que ficaram vivos e desligo o telefone sentindo os olhos do Mariano em mim.

—Mamãe, esse carro não vai parar nunca? —A Nina resmunga irritada. —Eu já estou com fome!

—Por que não estamos indo para casa? —O Heitor me questiona. —Estamos com problemas de novo?