Atena - Serie Irmãos Valente (Livro 5)

Capítulo 19

Boa leitura! 

Atena

Eu deveria ter desconfiado que a Martina diria aos nossos irmãos sobre o meu casamento e é claro que todos eles viriam até aqui. Por boa parte da minha vida eu não tive qualquer grupo de pessoas que eu pudesse chamar de família mas isso não me impede saber exatamente, como as famílias devem se comportar.

Ver que os meus irmãos largaram suas próprias vidas apenas para vir até aqui saber como eu estava e me proteger, me emociona. A sensação de não estar mais sozinha é maravilhosa, ter para onde e para quem recorrer é reconfortante.

Depois de um longo e animado almoço, como nunca se teve nessa mansão todos se retiraram para os quartos afim de descansar até a hora da cerimônia. Eu não fazia ideia do quanto os queria aqui até os ter aqui ao meu lado.

Minha mente está um turbilhão, me sinto como um vulcão prestes a eclodir. Existe uma luta entre meu coração e minha razão, por mais que eu negue a até a morte existe uma pequena parte de mim que está feliz por ser ele a me esperar no altar, fazendo no mais profundo do meu ser esse casamento parecer certo.

—Posso entrar? —Bato no quarto que a minha mãe está ocupando e ela desvia os olhos do livro que estava lendo e sorrir para mim.

—Oi meu bebê! —Ela me recebe em seus braços carinhosos e eu me aconchego em seu abraço. —Uma noiva não deveria estar com essa expressão triste no rosto!

—Sabemos que não sou uma noiva convencional mamãe! —Deito em seu colo e ela acaricia meus cabelos. —Esse casamento não passa de uma obrigação para mim e uma vingança para o Mariano. —Essas palavras tem um gosto amargo, porque no fundo eu sinto que elas não são verdadeiras. —Por isso eu não os convidei pessoalmente.

—Minha criança, nós sabemos muito bem que as razões do Mariano vão além de uma vingança! Por que você rejeita tanto a possibilidade de ele amar você? —Sua voz doce e carinhosa me faz desejar contar todos os meus medos e traumas a ela. Eu tenho a sensação que no colo da minha mãe eu sempre estarei segura, até de mim mesma e dos demônios que eu carrego comigo.

— Eu não tenho uma resposta para essa pergunta, mamãe! —Suspiro cansada como se carregasse o peso do mundo nos ombros. — Eu não sei o que pensar sobre tudo isso, me sinto de mãos atadas como se as decisões fossem tomadas por mim se que eu tivesse o direito de escolhe-las. Estou mais uma vez refém dos desejos alheios como se eu não fosse dona de mim mesma.

—Se tivesse o direito de escolher um marido? Sua escolha seria diferente? —Ela me olha profundamente e suas palavra me deixam muda. E posso ver seus olhos que ambas sabemos a resposta para essa pergunta.

Somos interrompidas quando batidas firmes ecoam do outro lado da porta e o Mariano passa pela mesma assim que a mãe minha murmura um entre e eu me sento na cama confusa com a sua presença e curiosa para saber o que ele quer com a minha mãe.

—Dona Rita, eu queria... —Suas palavras morrem quando ele nota a minha presença no quarto. —Eu quero pedir a senhora a mão da Atena em casamento. Eu sei que essa cerimonia está longe de ser a ideal e mal chega aos pés do que a sua filha realmente merece... —Sua voz soa firme e ele tem os olhos na minha mãe que sorrir emocionada. —Mas, eu amo a sua filha e prometo que a missão da minha vida será faze-la feliz. —Agora suas palavras são direcionadas a mim pois, seus olhos estão presos nos meus.

—O pedido devia ter sido direcionado a mim desde o início! —Suspiro irritada. —Tenho a sensação de que a opinião de todo mundo importa para você, menos a minha.