Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)

Capítulo 47

O dia estava quente e ensolarado. As janelas do carro ficaram abertas em todo momento, deixando o vento fresco entrar.

— Você pode só... não falar disso para mais ninguém? — ela pediu, olhando para o mar perto deles.

— Eu não vou contar — Diego começou a dirigir, finalmente ligando o carro e acelerando um pouco. — Prometo.

O silêncio no carro era inevitável. Diego não sabia o que fazer e ainda pensava sobre o ocorrido, se sentindo um pouco culpado por nunca achar estranho o jeito que ela sempre evitou entrar no mar ou piscina. Camille ainda estava triste, olhando para a paisagem enquanto seus cabelos penteados bagunçaram pelo vento.

— Sabe — Diego olhou rapidamente para ela, voltando a destinar o foco na estrada. — Mesmo que a gente não fale como antes, ainda pode falar comigo quando sentir vontade.

Ele viu um sorrisinho se formando em seu rosto, não demorando muito para começar a sorrir com ela.

— Não deixe que o que aconteceu estrague o seu ano. Não deixe nada estragar, na verdade — mesmo que ele não pudesse tirar seus olhos da rua em sua frente, conseguia sentir o olhar da Camille parado nele. — A gente tá no último ano da escola, não vamos ter tanto tempo livre ano que vem.

— Esse ano já vai ser uma loucura — Camille suspira. Um suspiro de quando você não sabe o que fazer. De quando não tem certeza dos próximos capítulos. — Imagina o próximo?

— Por isso temos que tentar aproveitar — ele sorri um pouquinho mais, pensando em como ama Camille e Santa Mônica.

— Onde estamos indo? — ela olha pela janela, tentando reconhecer o lugar que estavam.

Diego sorri ainda mais.

— É uma surpresa. Você vai gostar.

Camille sorri de volta, se inclinando para ligar o rádio do carro. Ela mudou a estação algumas vezes, parando em uma que estava tocando uma música agitada.

Todas as músicas que tocaram eram bastante animadas, e talvez esse seja o real clima de Santa Mônica. A versão mais agitada de "Home" foi a terceira música a tocar, e essa eles sabiam cantar do início ao fim.

Eles gritaram "oh, home, let me come home. Home is wherever I'm with you!" feitos loucos enquanto riam e se divertiam, provavelmente alarmando qualquer pessoa que andava pelas ruas em que passavam.

Gritar a letra da música enquanto o vento balançava o cabelo dos dois foi com certeza o ponto forte do dia.

— Se tudo der errado, eu viro cantora — Camille brincou.

Os dois começaram a rir, se olhando durante todo tempo.

Depois que as risadas acabaram, Diego respirou fundo, notando o quanto ele havia sentido falta disso. Sentia falta desses momentos aleatórios com Camille, de rir com ela e de estarem apenas existindo um ao lado do outro.

O carro parou alguns minutos depois. Eles desligaram o rádio e tiraram os cintos, finalmente levantando um pouco. Estavam na frente do píer com um parque de diversões lotado, mas isso não fez com que desanimassem.

Por um momento, foram apenas adolescentes de 17 anos com medo de montanha-russa e qualquer brinquedo que os deixassem de ponta cabeça, mas que iam mesmo assim. Todas as responsabilidades foram esquecidas, e não precisavam lembrar das notas que terão que tirar, pensar na realeza, paparazzis, relacionamentos ou faculdade. Eles estavam apenas curtindo a companhia um do outro, felizes por estarem juntos, e não em um sentido romântico.

Eles são muito mais que um romance.

"Almas gêmeas nem sempre vão ficar juntas" Diego escutou a voz de Sofia em sua cabeça. Ela disse isso alguma vez em algum dia, meses atrás. Antes, não sabia muito bem o que significava, mas agora ele entende. Entende o motivo de sempre ter algo o ligando a Camille. Entende a razão de sempre acabarem procurando um ao outro, mesmo quando tentam se evitar. Agora ele sabe o porquê.

Um pouco mais tarde, quando o céu já estava escuro e o sol já havia sumido, eles voltaram para o carro, chegando em casa sem se importarem em terem sumido sem dizer nada para ninguém. A única coisa que importa é que hoje foi um dia incrível, daqueles que você não consegue esquecer mesmo dez anos depois.