Capítulo 37

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— Arthur está me obrigando a ler todas aquelas regras — Camille diz do outro lado da linha. 4 meses se passaram desde que disse que Diego não precisaria se preocupar com isso.

Ele realmente não se preocupou. Para falar a verdade, não lembrava que isso existia.

— É muita coisa? — ele se deita em sua cama, jogando suas pernas para cima.

Ele escuta a risada de Camille no outro lado da linha, e não havia nem um pouco de humor.

— São cinquenta páginas.

Dessa vez, é Diego quem ri.

— Boa sorte.

— Eu realmente vou precisar.

A voz de Camille começou a se afastar. Ela ficava mais baixa a cada segundo, mas a ligação não havia caído, e ele teve certeza disso quando escutou a voz de Arthur.

— Ei! Devolve o meu celular! — ela grita, aparentemente, no fundo do quarto.

— Não! — Arthur começou a correr, sendo seguido pelos passos de Camille. — Diego, tenho que assumir que você é bom de papo, mas agora minha irmã precisa terminar o que está fazendo, ou então ela vai ganhar um sermão da mamãe, que nem em todos os anos. Mas dessa vez, vai ser pior.

— É? — ele pergunta, tentando segurar sua risada.

— É! — grita Arthur. — As regras dos dezesseis são as mais importantes. Ela não pode ficar sem ler.

— Tudo bem, cara.

— Muito obrigado.

As vozes de Arthur e Camille foram substituídas por vários "beeps" seguidos. O barulho era tão irritante, que Diego apenas jogou seu celular em cima da cama.

O restinho da noite foi tão chato, que o fez lembrar das suas aulas de regras gramaticais. Davi não estava no quarto e Camille não o respondia. Ele sabia que ela estava ocupada, mas queria que ficasse livre logo. Queria conversar sobre qualquer besteira e rir um pouco.

Ao invés disso, ele resolveu continuar deitado e dormir. Não tinha mais nada para fazer, e estava cansado do dia que teve.

No meio da noite, acordou com o barulho da porta sendo aberta. Davi estava entrando com cuidado, tentando não acordá-lo ou chamar atenção de algum segurança.

— Achei que você não iria voltar hoje — Diego se sentou na cama, se espreguiçando um pouco.

Davi jogou as chaves em algum lugar. As luzes estavam apagadas, e Diego só escutou o barulho.

— Estava com Miguel — disse ele, sussurrando.

Ele já sabia. Isso era bastante óbvio, na verdade.

— Foi legal? — Diego se levanta de sua cama, indo até o frigobar. Davi estava em pé ao seu lado, apoiado na parede.

— É.

Ele o olhou por cima do ombro.

— É?

— É.

— Quer água?

— Não. Valeu.

Antes de finalmente voltar para cama, Diego acendeu a luz para conseguir procurar um copo e beber sua água. Davi cobriu o rosto com as mãos por conta da luminosidade, mas não conseguiu evitar o olhar de Diego sobre ele.

Davi estava um pouco pálido. Estava cansado. Uma parte de seu cabelo estava quase tocando em seus olhos, e ele não fez questão de ajeitar, como fazia e reclamava toda semana.

Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora