A conversa durou tanto, que quando perceberam, eram exatamente dez da noite. Estava tudo completamente escuro e silencioso, fazendo até mesmo um pouco de frio. Diego foi quem se tocou do horário, enquanto estavam entretidos em uma conserva sobre um filme recém-lançado.
— O que foi? — perguntou Camille, notando a expressão preocupada em seu rosto.
Diego piscou devagar. Ele não sabe muito bem o que acontece quando se é pego fazendo algo de errado em uma escola como essas.
— Já são dez horas! Não podemos ficar fora dos quartos agora.
Camille quase deu um pulo. Suas mãos começaram a suar um pouco e, de repente, estava se assemelhando ao dia em que sua mãe veio ao internato discutir sobre os "sete dias", ficando até um pouco mais nervosa.
— Vão nos matar — ela levou suas mãos até sua boca, tampando como se sua voz fosse escapar sem sua autorização.
Diego concordou.
— Não tem como... sei lá, passar sem nenhum segurança nos ver? — ele sugere, tentando pensar em uma ideia melhor.
Camille obviamente nega. Não tinha muito jeito.
Eles estão do lado de fora do Internato depois do toque de recolher, e é impossível voltar sem serem vistos. A melhor opção era apenas torcerem para receberem apenas uma advertência verbal.
Por um curto tempo, os dois se olham e levantam do chão, andando até o mesmo muro que pularam mais cedo.
Diego foi o primeiro a escalar, puxando Camille quando conseguiu se sentar. Eles olharam em volta, não notando nenhum segurança na quadra escura.
Eles pularam com cuidado, tentando não fazer muito barulho, sendo amortecidos pela grama.
Durante o caminho para fora do ginásio, eles não conversaram, como se tivessem feito um acordo mental e estavam cumprindo, andam em total silêncio até os dormitórios, olhando em volta de vez em quando.
Quando estavam a poucos centímetros da porta do prédio, Diego começou a comemorar mentalmente. Ele sentiu o alívio invadir seu corpo quando percebeu que não haviam sido vistos por ninguém. Camille deu um toque de leve em seu braço quando viu o sorriso em seu rosto, o fazendo voltar para realidade.
— Diego... — ela sussurrou. O medo em sua voz era tanto, que Diego não precisou nem perguntar o que havia acontecido para entender.Ele olhou para trás lentamente, sentindo seu coração acelerar enquanto o homem engravatado se aproximava deles, usando o uniforme dos seguranças do internato.
— O que a gente faz? — sua voz estava tão baixa, que Camille precisou se esforçar para escutar.
Ela fica em silêncio por apenas um segundo, pensando no que dizer. Diego encarou seu rosto franzido, com medo do que iria acontecer.
— Finge que tá doente — ela ordena.
Diego não teve muito tempo para dizer que isso não iria funcionar. Seu pensamento não havia nem sido concluído quando sentiu a mão fria do segurança pesar em seu ombro.
Seu coração acelerou e um gosto metálico tomou conta de sua boca. Qual seria o castigo de sua mãe por uma advertência? Um mês convivendo com o guarda?
— Diego? Camille? — sua voz era grossa, firme e fria. Ele não parecia estar disposto a deixá-los saírem ilesos.
Eles se olharam por um curto segundo, se virando para trás para encarem o segurança.
Ele era mais alto do que Diego imaginava. Ele sempre esteve acostumado com Santiago, e não com um segurança barbudo de dois metros e meio.
Antes que Camille e Diego pudessem se explicar, o segurança começa a falar, exibindo sua voz grave e seu tom grosseiro, pedindo para que o acompanhassem.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)
RomanceDiego Salles é conhecido por todos desde que nasceu, com sua infância marcada por desfiles, fotos para revistas importantes e fãs gritando o seu nome em qualquer lugar que estivesse. Conviver com isso nunca foi um problema, mas as coisas mudaram dep...