Capítulo 26

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Diego acordou com o som irritante do despertador, ainda um pouco desnorteado por ontem. Ele se esforça para abrir seus olhos e vai direto para o banheiro, indo tomar um banho. Ele encarou seu reflexo no espelho enquanto escovava seus dentes, vendo seu rosto pálido e cansado, com os olhos avermelhados. Diego respira fundo e volta a se arrumar, indo para a sala de aula, fazer sua última avaliação do mês.

Ele tenta se animar, pensando que, finalmente, vai poder voltar a não ficar tão preocupado, podendo ler um livro ou passar mais tempo com Camille. Sua exaustão era tão grande, que quando pegou sua prova na mão, sua cabeça pesou e seus olhos tentaram se fechar.

Diego se esforça para se concentrar e acaba sendo o primeiro a terminar a avaliação, ficando no corredor enquanto espera por Davi. Ele estava se sentindo cansado e ainda frustrado, pensando que poderia ter se saído melhor.

Para sua surpresa, a segunda pessoa que sai da sala é Camille. Ela estava um pouco cabisbaixa, com seu cabelo preso em um coque desarrumado.

— Oi — ele tenta abrir um sorriso, não se esforçando muito para desencostar sua cabeça da parede.

Camille abre um sorriso triste de volta, não dizendo absolutamente nada. Ela deu um passo, pronta para passar por ele sem dizer nada. Diego colocou sua mão levemente na frente, a puxando para perto dele, lutando contra seu cansaço.

— O que aconteceu? — ele pergunta de imediato, segurando em sua cintura de uma forma gentil, sem nenhuma outra intenção.

Camille pareceu relutar, mas acabou cedendo. Ela abaixou a cabeça e chegou para mais perto, o puxando com força para um abraço, daqueles que você consegue sentir a emoção do outro.

Diego ficou um pouco surpreso. Mesmo que agora eles se beijem quase sempre, não costumavam trocar abraços profundos, mas ele estava gostando de conseguir se aproximar dela cada vez mais, e não queria soltá-la.

— Acho que fui mal na prova de hoje — disse ela, ainda no abraço. — Não consegui estudar direito.

Diego suspirou, sentindo um nó em sua garganta. Ele ainda não queria despejar seus sentimentos nela, mas talvez, esteja um pouco equivocado, enxergando as coisas de um jeito precipitado.

— Não tem problema — ele diz o que sempre quis escutar, acariciando os seus cabelos loiros no corredor vazio. — É só uma prova.

Camille se afasta e olha para ele com seus grandes olhos azuis-brilhantes, surpresa por escutar isso dele.

— Digo o mesmo para você — disse ela, piscando devagar. — Você precisa descansar.

— É, e você também.

Camille acabou concordando, mas não saiu de seu abraço. Eles ficaram assim por um tempo, se desvencilhando apenas quando tudo começou a melhorar, voltando para realidade e lembrando que estão no meio do corredor.

Eles caminharam juntos pelo internato e foram para sala de arquivos. No meio do caminho, Diego sentiu que o clima entre eles estava diferente, mas de um jeito bom. Por mais que não estivesse no melhor dia, ele sentia que estava ficando cada vez mais confortável ao lado dela, e ela ao dele. Agora, ele se sentia mais a vontade para contar como se sentia para ela. Ele ainda tomava um certo cuidado, mas contou sobre a ligação de seu pai. Camille escutou com atenção e o confortou, do mesmo jeito que ele fez com ela.

Diego sentou no chão da sala de arquivos ao lado de Camille, mas não lembrava de muita coisa. Ele sabia que estava seguro, com alguém que, aparentemente, realmente se importa com ele, e acabou pegando no sono na mesma hora, finalmente deixando suas preocupações de lado e descansado verdadeiramente.

Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora