Capítulo 10

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Passar horas jogando, rindo alto por Camille sempre esquecer algumas regras ou fingindo ficar chateado quando perdia uma partida, fez o dia de Diego melhorar 100%.

Quando perceberam, já eram sete da noite. Eles se despediram e voltaram para seus dormitórios, sem tanta ansiedade ou receio para o próximo dia.

Davi estava sentado na escrivaninha com o caderno e as pilhas de livros espalhados por ela. Diego não queria atrapalhar, então apenas passou direto e entrou no banheiro, ligando o chuveiro e tomando um banho gelado.

Assim que saiu, se jogou em sua cama. Seu cabelo molhado pingava em seu travesseiro, e ele ignorou todas as regras sobre secar os fios para dormir e tentou pegar no sono mesmo assim.

Quando já estava quase adormecendo, escutou Davi te chamando. Ele se virou em sua cama e abriu os olhos contra sua vontade.

— É sua mãe — Davi estava segurando o celular de Diego em suas mãos, com o fio do carregador pendurado nele. — Ela também me ligou hoje, e foram mais de dez vezes.

Seu sono desapareceu na mesma hora, sendo substituído por um nó na garganta e batimentos acelerados. Ele coçou seus olhos e pegou o celular, vendo o número de sua mãe piscar na tela, mostrando que possuí 15 chamadas perdidas.

Ele respira fundo e desliga a ligação. Ele sabe o motivo da chamada e não quer entrar em uma discussão inútil antes de dormir.

— Não vai atender? — perguntou Davi, fechando seus cadernos e deitando em sua cama, virando para frente.

Diego colocou seu celular no silencioso e o deixou dentro de sua gaveta.

— Não — respondeu ele, sentindo o nó na garganta aumentar. — Ela só liga para brigar comigo.

Davi apagou a luz do quarto no interruptor perto da cama e acendeu o seu abajur, deixando o local com uma luz calorosa amarelada.

— Eu entendo — ele abre um sorriso sincero, daqueles que servem como um consolo. Davi é uma das poucas pessoas que sabem como Diego realmente se sente em relação a sua família. — Tenta conversar com ela, cara.

Diego solta um suspiro, puxando seu lençol para se cobrir.

— Você sabe que não vai adiantar — ele diz, bocejando. — Davi, eu já tentei absolutamente tudo, mas ela continua agindo do mesmo jeito comigo.

Antes de Davi poder dizer mais alguma coisa, Diego se vira para o lado oposto da cama, fechando seus olhos e desejando uma boa noite.

Ele demorou para realmente dormir. Sua mente girava em torno de sua mãe, e ele tentou pensar no que diria para ela amanhã, quando fosse obrigado a atender a ligação. Ele sabia exatamente o tom de voz que ela iria usar, o modo que ia falar e o motivo de estar telefonando.

Na manhã seguinte, acordou com o mesmo ânimo de sempre: nenhum. Diego se obrigou a levantar da cama e foi até o banheiro, lavando seu rosto para tentar despertar.

Ele andou pelos corredores do internato com passos pesados, caminhando junto com Davi até a sala de aula. Diego se sentou no mesmo lugar de sempre, deitando sua cabeça na mesa enquanto sentia o nó em sua garganta voltar.

Davi perguntou se ele estava bem, mas antes mesmo de poder responder, recebeu sua avaliação e começou a fazer. 

Por mais que as quinze questões de cálculo estivessem fáceis, seu cérebro insistia em dizer que ele estava errando absolutamente tudo. Diego foi o primeiro a ser liberado da sala de aula, terminando a avaliação antes de todo mundo.

Depois de o tempo acabar, ele volta para sala, se sentando no mesmo lugar de antes e escutando a aula de inglês. Mesmo que gostasse da matéria, agradeceu quando a aula finalmente acabou. Sua cabeça tinha começado a doer depois de fazer a avaliação, e agora, tudo que queria era poder ir para seu dormitório e se deitar, mas sabe que não pode.

Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora