A manhã começou estranhamente normal. Diego havia dormido por horas, e não acordou em nenhum momento durante a noite.
Quando finalmente levantou após escutar seu alarme, viu que Davi já estava acordado, ainda deitado na cama. Ele estava calado, olhando para o teto com o mesmo olhar estranho em seu rosto.
— Eu tive um sonho muito estranho — Diego diz, se espreguiçando e levantando de sua cama.
— Não consigo sonhar — Davi também levanta, passando as mãos pelo próprio rosto. — Ou eu esqueço tudo, sei lá.
— Mas você contou um sonho com o Andrew Garfield a menos de um mês.
— É — ele pigarreia, indo em direção ao banheiro. — Não sonho agora. Não consigo.
Davi voltou a ficar em silêncio assim que saiu do banheiro. Eles foram juntos para o refeitório, sem trocar nenhuma palavra.
Na sala de aula, foi o mesmo. Eles ficaram em silêncio enquanto assistiam uma aula chata, arrastada e parada de geografia.
Por alguma sorte ou sinal dos deuses, o professor resolveu liberar mais cedo, antecipando o horário de saída da sala.
Davi saiu para treinar assim que foi embora da sala, e Diego passou a tarde inteira com Camille, na sala de arquivos. O clima quente lá dentro era mais confortável que o de fora, tornando os estudos de matemática de Camille e a leitura de "As vantagens de ser invisível" de Diego mais confortável.— Que livro triste — ele diz, fazendo Camille olhar para ele com um sorriso no rosto. — É bom, mas triste.
— É sério, eu não acredito que você nunca tenha lido ele antes.
— É que já vi o filme — ele dá de ombros, passando para próxima página. — Mas o livro é melhor.
Quando Camille terminou a revisão de matemática e Diego terminou o livro, eles voltaram a ficar em silêncio durante a tarde inteira, apenas sentados um ao lado do outro, tentando esquecer o tédio.
As tardes em silêncio falavam muita coisa. Eles não se sentiam incomodados em apenas existirem, e o importante era que estavam fazendo isso juntos.
O início da noite passou tão rápido quanto a tarde. Eles voltaram para seus quartos antes mesmo do horário do toque de recolher, e prometeram que iriam se ver amanhã de manhã.
A melhor parte de tudo, é que realmente se viram.
Eles se abraçaram quando se encontraram às cinco e meia, na porta do quarto de Camille. O abraço parecia infinito, daqueles que querem dizer alguma coisa. Ele não se importava em perder o café da manhã e continuar assim por horas, abraçando a garota mais bonita do mundo.
— Bom dia — ele sussurrou, sentindo o abraço ficar um pouco mais apertado.
— Eu não quero fazer teste hoje — Camille diz, deitada em seu ombro. Ele estava mexendo em seus cabelos, tomando cuidado para não bagunçar.
Teriam um teste de geografia daqui a algumas horas. O assunto era fácil, mas ninguém estava 100% preparado para fazer uma avaliação, nem mesmo Diego.
— Vocês são dramáticos — a voz de Sofia surge atrás deles, dentro do quarto. — E melosos.
Camille ri um pouco, desfazendo o abraço para olhar para ela.
— Não somos assim.
Diego começa a rir na mesma hora, segurando Camille pela cintura.
— Nem vocês acreditam nisso.
— Realmente — ele diz. — Somos um pouco.
— Um pouco?
A conversa sobre serem melosos ou não durou até o refeitório, enquanto tomavam café da manhã juntos. Às vezes, isso parecia realmente um sonho. Diego pensava nisso como uma vida perfeita. Tinha uma namorada perfeita, amigos perfeitos e ia bem na escola. Todos os problemas parecem sumir quando estava na Dinamarca, e sinceramente, ele não se incomoda nem um pouco em viver assim.
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Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)
RomanceDiego Salles é conhecido por todos desde que nasceu, com sua infância marcada por desfiles, fotos para revistas importantes e fãs gritando o seu nome em qualquer lugar que estivesse. Conviver com isso nunca foi um problema, mas as coisas mudaram dep...