A manhã do seu último dia na escola antes de entrar no seu último ano começou corrida. De manhã, antes do horário normal de um ser humano estar de pé, Davi entrou correndo no dormitório, mandando Diego se levantar da cama e o obrigando a arrumar as malas.
O quarto ainda estaria ali quando voltassem. Vão passar o último ano dormindo no mesmo lugar, então não precisavam levar absolutamente tudo para Nova Iorque. Diego colocou apenas algumas coisas em sua mala: alguns livros, suas roupas e algumas coisas pessoais. Já Davi estava enlouquecendo, jogando tudo que tinha dentro de sua mala.
— Meu Deus — Diego arfou, se abanando com as mãos. Já era dia primeiro de junho, e o frio não era mais rotina na Dinamarca. — Para de jogar as coisas em cima da minha cama, Davi.
Como resposta, Davi jogou uma de suas camisetas autografadas de futebol.
— Você nem usa isso — Diego diz, jogando a camisa de volta para ele. — Deixa aqui.
— E se algum maluco entrar no nosso quarto? Qualquer um quer uma camisa autografada.
Antes que pudesse responder, Diego foi interrompido pelo toque de seu celular, com o nome de Santiago aparecendo na tela. Ele atende na mesma hora, escutando a sua calma e doce voz.
— Não se atrasem — essa é a primeira coisa que ele diz. — E, bom dia.
— Bom dia, Santiago.
— Quero ver vocês na frente da escola às dez e meia, ok?
Diego estava disposto a não contradizer Santiago hoje, mas quase deu um pulo de sua cama quando ele disse o horário. Já eram nove e meia e ele ainda não tinha tomado café da manhã e nem conversado com Camille. Era impossível fazer tudo isso antes das dez e meia.
— Às dez? Não pode ser mais tarde?
— Eu não sei, Diego — ele diz, afastando o celular do ouvido. A voz de Santiago estava um pouco mais baixa, mas ainda dava para escutá-lo conversando com o piloto do avião. — Não tem como. O piloto tem outro voo mais tarde.
Diego respirou fundo, massageando as têmporas.
— Beleza — ele diz, se levantando de sua cama e indo até a porta do quarto. — Vou dar um jeito. Até depois, então.
Antes de desligar a ligação, Santiago volta a chamar seu nome. Diego sentiu vontade apenas de ignorar e correr para o refeitório, mas voltou a colocar o telefone no ouviu e escutar.
— Você e Camille vão se falar por ligação. Não precisa se preocupar em sair depois dela — ele diz, fazendo Diego paralisar na porta do quarto.
— Como você sabe?
— Te conheço há 17 anos. Não preciso pensar muito para saber o que você está sentindo — ele explica. — Lembro de quando você nasceu e a única coisa que pensei foi: que criança estranha.
Diego acaba rindo um pouco, fechando a porta do quarto e indo em direção ao refeitório ainda na ligação.
— Não sou estranho.
— No seu aniversário de dez anos, você estava feliz porque eu te dei o primeiro livro de Harry Potter, enquanto Davi pulava de alegria por ganhar uma pista de carro de corrida de brinquedo — ele ri mais ainda. Diego lembra vagamente desse dia. — Você é estranho desde sempre.
— Nossa, obrigado pelo elogio!
Eles conversaram mais um pouco, se despedindo quando Diego começou a beber um pouco de café, indo embora cinco minutos depois, voltando para o dormitório. Diego fechou sua mala do jeito que deixou. Provavelmente havia esquecido algumas coisas importantes, mas realmente não liga para isso agora.
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Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)
RomansDiego Salles é conhecido por todos desde que nasceu, com sua infância marcada por desfiles, fotos para revistas importantes e fãs gritando o seu nome em qualquer lugar que estivesse. Conviver com isso nunca foi um problema, mas as coisas mudaram dep...