Capítulo 41

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- O quê?

Ele olhou para Camille mais uma vez. Diego procurou algum sinal de que ela estava brincando com ele ou que iria mudar de ideia, mas encontrou apenas os seus olhos fixos nos dele, fazendo seu coração acelerar e um nó surgir em sua garganta.

- Eu tentei dar um jeito. Li cada coisa, cada vírgula daquelas regras. Juro que passei dias procurando um jeito de tentar não terminar com você, mas é impossível - Camille dispara. Mais algumas lágrimas estavam caindo dos olhos dela, rolando por sua bochecha e molhando sua camiseta.

- Então sabia que iria terminar comigo durante semanas e só falou agora? Você literalmente acabou de me beijar. - Ele dispara de volta. Estava chateado, e chorar não era uma hipótese no momento. Não iria conseguir.

- Eu tentei procurar um jeito, mas não consegui - ela suspira e limpa as lágrimas do rosto. Estava tentando impedi-las de cair, mas não adiantava muito.

Diego sente o nó na garganta aumentar.

- Juro que tentei. Mas se a gente ficar junto, teria que ser assim, escondido durante todo tempo. - Ela cobre o rosto com as mãos, suspirando.

- Eu não me importo de ter que esconder. Eu só quero estar com você, Camille - Diego dispara novamente. Agora levava sua mão em direção a Camille, mas ela não segurou.

Ela voltou a encarar o seu rosto, com os olhos azuis não tão brilhantes como costumavam ser. Eles estavam com um tom cinzento, apagados e tristes.

- Não tem como arriscar. É perigoso demais. Se descobrirem, vai ser pior. Eles que irão acabar com tudo - dessa vez, ela dá um passo à frente e toca o rosto de Diego, o segurando com as duas mãos.

Algumas lágrimas se acumularam em seus olhos verdes na mesma hora. Ele as enxugou o mais rápido que pode, mas era difícil fazer com que elas parassem de cair.

- Não queria que tivesse que ser desse jeito - Camille sussurrou, soltando o seu rosto.

Diego se virou para ela, indo até a porta da sala de arquivos. Ele não queria ir embora. Queria ficar mais um pouco e ter mais tempo para fazer com que Camille mudasse de ideia, mas isso parecia um sonho distante. Ele tinha que ir. Ela estava o fazendo ir.

Antes de finalmente sair por aquela porta e ir embora para Nova Iorque, ele se virou para ela, olhando seus olhos azuis fixos nos dele pela última vez.

Ele ficou ali, parado por alguns segundos, torcendo para ela dizer para ele ficar.

Torceu para ser uma pegadinha idiota.

Torceu para que ela dissesse que não queria mais terminar.

Torceu para poder ficar mais um pouco.

Torceu para não dizer adeus.

Mas infelizmente, Camille não disse nada.

Ele se virou mais uma vez e seguiu seu caminho até a porta do internato, onde viu Davi e Santiago parados, esperando por ele.

Diego enxugou todas as suas lágrimas no caminho, conseguindo parar de chorar, fingindo estar tudo bem. O aperto em seu peito e sua garganta fechada ainda estavam ali, mas ninguém conseguia ver.

- Peguei suas malas - Davi avisou assim que Diego parou ao seu lado, abrindo a porta do carro e o puxando para dentro.

- Você se atrasou dez minutos! Eu vou me demitir! - Santiago estava fazendo o drama de sempre, mas ao invés de rir, Diego apenas assentiu.

Santiago e Davi trocam um olhar rápido, notando que algo aconteceu.

- O que foi? - Davi perguntou, não escondendo a preocupação em sua voz.

- Nada - Diego engole seco, tentando fazer o nó na garganta sumir.

- Mesmo? - indaga Santiago, olhando para ele como se fosse uma criança precisando de um abraço.

Talvez ele precise, mas não queria chorar. Diego apenas assentiu e colocou sem cinto de segurança, deitando a cabeça na janela do carro.

O caminho até o aeroporto pareceu mais longo que o normal. O carro estava silencioso e desconfortável, e parecia pequeno demais para três pessoas. Diego sentia vontade de sair e ficar um pouco sozinho, longe de qualquer coisa.

O nó em sua garganta estava aumentando cada vez mais, e quando foi até o porta malas pegar suas malas, teve certeza que se ouvisse mais um "está tudo bem?" iria desmoronar.

Ele torceu para não ouvir uma pergunta do tipo, e entrou no avião.

Sua mãe estava ali com Malcon e Elizabeth. Ela estava sentada pulando uma cadeira da janela, deixando o assento para Diego. Milena abriu um sorriso assim que o viu, o chamando para seu lado.

- Fiz uma programação para as férias - seu sorriso ia de orelha a orelha, e era até meio triste Diego não conseguir se empolgar com isso. - Vamos ter que passar alguns dias em nevada, tudo bem pra você?

Diego engole as lágrimas mais uma vez e faz apenas um movimento de sim com a cabeça, assentindo enquanto colocava seu cinto.

Ele se sentiu um pouco culpado quando viu o sorriso de Milena morrer. Ela começou a encarar o seu rosto, como se estivesse o analisando. Mentalmente, ele torceu para que não estivesse. Começar a chorar dentro do avião particular com Davi, sua mãe, Milena, Malcon e Santiago não estava em seus planos.

- Querido... está tudo bem? O que aconteceu? - Milena manteve sua voz calma, mostrando sua preocupação.

Diego respirou fundo. Ele sabia que ia desabar.

- Mãe...

Essa foi a única coisa que conseguiu dizer antes de começar a chorar feito uma criança de cinco anos, como se tivesse acabado de cair de sua bicicleta sem rodinhas. Sua mãe o abraçou no mesmo segundo, fazendo Diego deitar a cabeça em seu ombro, que já estava ficando molhado por conta das lágrimas.

Ele estava soluçando de tanto chorar, sentindo o nó em sua garganta finalmente ir embora. Seu peito não estava mais tão apertado e seu coração desacelerou um pouco.

- O que aconteceu? - Davi, que estava falando algo com o seu pai, levanta a cabeça para olhar para Diego. - Alguém fez algo com você, cara?

Diego não respondeu. Ele não conseguia parar de chorar para falar alguma coisa.

- Agora não, Davi... depois você pergunta, ok? - Sua mãe diz, começando a acariciar o cabelo de Diego com a mão. - Está tudo bem, ok? - ela sussurrou.

Ele agradeceu por isso mentalmente.
Pelo menos não terá que dar muita satisfação agora.

- Tem a ver com Camille? - Milena perguntou, mexendo em todas as suas ondas. Ele conseguiu assentir. - Não eram só amigos, não é?

Ela estava falando em sussurros para que apenas Diego escutasse.

Ele se esforçou e negou. Não adiantava mentir agora.

- Vai ficar tudo bem, querido... Vai ficar tudo bem.

Milena apertou um pouco mais o abraço, não o soltando em nenhum momento.

Diego passou o voo inteiro em silêncio, deitado no ombro de sua mãe enquanto sentia o calor de seu abraço. Ele acabou pegando no sono assim que parou de chorar, apagando depois do dia exausto que teve.

Minutos antes do avião aterrissar, ele sentiu sua mãe tocando levemente em seu ombro, o acordando e o fazendo se levantar. Sua cabeça estava gritando de dor, mas não queria tomar nada. Ele apenas queria chegar em casa, deitar em sua cama e voltar a dormir.

Quando chegaram, se prepararam para fazer exatamente isso. A casa estava um pouco vazia, como se ninguém entrasse aqui faz tempo, mas ele não perguntou o motivo. Ao invés disso, apenas subiu para seu quarto, largou sua mala em qualquer canto da sala, tomou um banho, se jogou em sua cama e dormiu. Ele apagou às oito da noite e passou horas dormindo, não fazendo nenhum esforço para levantar e fazer outra coisa.

Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora