Sete Dias Em Que Eu Fingi Gostar de Você. (Concluído)

Capítulo 9

De manhã cedo, Diego chegou antes do professor na sala de aula. Ele havia conseguido dormir bem, mesmo que tenha demorado para finalmente pegar no sono. Antes de abrir seu caderno e esperar a aula começar, ele pega seu celular, abrindo seu twitter.

A primeira coisa que achou foi uma das suas fotos com Camille. Ele olhou fixamente para como estavam relaxados jogando videogame, parecendo realmente amigos. Diego tentou encontrar algum mísero sentimento dentro dele enquanto via a foto, mas não existia nada além da mesma frustração irritante que sentia. Por alguns segundos, desejou que essa tenha sido a última foto, e que não precise fazer tudo isso mais uma vez.

Diego soltou um suspiro e tentou esquecer as fotos. Ele finalmente abriu seu caderno, começando uma lição de biologia quando a professora entra na sala.

Ele ficou surpreso quando percebeu que as primeiras duas horas de aula tinham terminado. Diego havia anotado absolutamente tudo, por incrível que pareça, estava concentrado no assunto.

Assim como suas primeiras aulas, as outras também passaram voando, como se estivessem com pressa. No fim, o dia na escola terminou e ele não percebeu.

Quando saiu da sala, caminhou com Camille em silêncio. Eles estavam completamente normais: não se olhavam, não falavam um com o outro e mantinham o silêncio desconfortável.

Como já imaginavam, os paparazzis estavam aglomerados na frente da saída. Dessa vez, não ficaram surpresos com a quantidade nem nada do tipo.

— O que você quer fazer? — Camille finalmente pergunta. Ela estava com um olhar cansado, com sono desde a primeira aula.

— A gente tem que estudar, na real — disse Diego, tentando não olhar para um paparazzi que estava atrás dele.

— Impossível — Camille fechou os olhos, se sentindo incomodada com o forte flash de luz que havia passado por seu rosto

De qualquer forma, eles precisavam estudar. O teste seria amanhã, e sinceramente, Diego não deu nenhuma lida na revisão que copiou e ainda não respondeu os exercícios. Por mais que fosse bom na matéria, não consegue se garantir assim.

— Temos um teste amanhã.

Camille revirou seus olhos, respirando fundo.

— Não tem o que fazer, Diego — ela suspira. — Não podemos ir para os dormitórios.

Diego diz apenas um "tá", se arrependendo na mesma hora. Camille estava tão nervosa, que até mesmo uma fala monossilábica fez com que se irritasse.

— Eu sei um lugar que a gente pode ir estudar — disse ela, respirando fundo mais uma vez, falando como se estivesse fazendo isso contra sua vontade. — Só não conta para ninguém sobre, tá?

Diego e Camille caminharam juntos, em total silêncio. Eles adiantaram um pouco os passos toda vez que percebiam um paparazzi os seguindo, fotografando cada movimento.

A tensão entre eles havia voltado. Mais uma vez, andavam com uma distância considerável, como se fosse perigoso chegar mais perto. Se não estivessem sendo obrigados a ficarem juntos, já estariam criticando absolutamente tudo que estão fazendo, mas ao invés disso, permanecem em silêncio, com seus olhares se encontrando ocasionalmente, unidos pela vontade de escapar de qualquer câmera.

A grama do internato ficava mais alta e mal aparada enquanto continuavam andando. No meio do caminho, os paparazzis se perdiam e acabavam sumindo, se afastando totalmente.

Finalmente, chegaram até uma porta branca, afastada de qualquer lugar do internato que Diego já havia pisado. Camille tirou uma chave de seu bolso e girou a maçaneta, entrando na sala abandonada, com pilhas de pastas com nomes de alunos e papéis espalhados pelas estantes cinzas, que tampam as paredes inteiramente brancas. Apesar de parecer que ninguém entrava ali a um tempo, não havia um resquício de poeira ou sujeira no chão, cadeiras e na única mesa, que ficava encostada na parede da janela alta e estreita.