Fora da Curva | Jungkook e S/n ( NÃO REVISADO)

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Eu olhava um pouco impaciente para o relógio de moldura amadeirada, que estava preso a parede de cor creme. Olho novamente para porta soltando um suspiro e parando de balançar um pouco a perna. Já se passava das uma da manhã e Jungkook não havia voltado ainda. Pego o celular que estava sobre o criado mudo da sala, e tento pela décima vez naquela noite ligar para o meu marido. Dessa vez o celular nem chamou, caiu apenas na caixa postal me fazendo soltar um suspiro frustado e jogar ele no canto do sofá enquanto leva as mãos até meus cabelos, fechando os olhos e tentando pensar em que momento deixei meu casamento chegar aquele nível.

— Omma.— A voz doce de Hyuna chega até meus ouvidos me fazendo olhar para a mesma. Hyuna estava parada no início do corredor. Ela segurava seu ursinho em uma das mãos enquanto coçava um dos seus olhos com a outra.

— O que aconteceu pequena? Por que está acordada até essas horas? — Falo enquanto estendia os meus braços em sua direção vendo a mesma correr em minha direção me abraçando logo em seguida.

— Eu tive um sonho ruim.— Ela fala enquanto eu a ajeitava no meu colo.

— Um sonho ruim? O que aconteceu?.— Falo acariciando o cabelo da mesma.

— Você ia embora omma.— Ela fala com a voz chorosa.

— Ô meu amor. Foi apenas um sonho ruim. Isso não vai acontecer.— A aconchego em meus braços escutando um pequeno fungado da mesma.

— Onde está o papai?.— Ela fala e eu olho pra porta novamente. Eu também queria saber Hyuna.

— O papai está no trabalho, meu amor.— Falo e antes que a mesma faça mais alguma pergunta eu me apresso a mudar de assunto.— Vem vamos pro seu quarto, vou ficar com você até você dormir, o que acha?.— Me levanto com ela no colo indo em direção ao seu quarto.  Tentando imaginar onde Jungkook poderia estar.

— Você vai fazer cafuné omma?.— Ela me olha com seus olhinhos de jabuticaba, assim como os de Jungkook.

— Até você pegar no sono.— Falo abrindo a porta com um pouco de dificuldade e entrando em seu quarto indo em direção sua cama.

O quarto era simples, Hyuna não gostava de muitos brinquedos apenas alguns específicos.

Deito a mesma em sua cama me deitando logo em seguida ao seu lado, a mesma chega mais perto de mim, antes de começar a fazer cafuné em seus cabelos.

— Eu te amo omma.— Ela fala com os olhinhos fechando me fazendo  dar um sorriso.

— Eu também te amo minha princesa.— Falo em um sussurro.

°°°

Dou um pequeno sobressalto da cama quando escuto o barulho de porta batendo. Olho ao redor vendo que ainda estava no quarto de Hyuna. Me levantando devagar pra não acorda-la, olho no relógio em cima do criado mudo vendo que já era três da manhã. Saio do seu quarto e vou em direção a sala, de onde tinha vindo o barulho.

Chegando lá me deparo com a cena de Jungkook jogado no sofá. Não precisava de muitas provas pra vê que ele estava bêbado, solto um suspiro indo até a porta e trancando a mesma, pois ele havia deixado ela entre aberta. Olho pro mesmo no sofá e me aproximo dele. Eu queria entender o porquê ele estava naquela situação. Não estávamos com grandes problemas, pelo menos eu acho que não. Estávamos tendo alguns discussões, mas nada muito sério, coisa que todo casal tem.

— Jungkook.— Falo tocando em seu rosto o mesmo apenas resmunga algo.— Vamos pro quarto.— Falo tentando levantar o mesmo mas ele apenas resmunga.

Solto um suspiro antes de sentir meus olhos queimarem por causa das lágrimas. O que estava acontecendo pra ele está nessa situação? Eu me sentia uma péssima esposa. Como eu deixei meu marido chegar nessas condições e nem ao menos saber o motivo que perturbava ele. Respiro fundo engolindo o choro, eu precisava tirar ele dali. Se Hyuna acordasse eu não sei como explicaria pra ela aquela situação. Me aproximo novamente de Jungkook o  puxando e dessa vez ele abre os olhos.

— Por que está fazendo isso?.— Pergunto e o mesmo apenas me observa.— O que está acontecendo Jungkook? Por que não conversa comigo?.— Falo e ele solta uma risada nasal.

— Eu acho que fiz uma besteira.— Ele fala com a voz enrolada enquanto tentava se levantar.— Eu fiz merda!.— Ele fala se colocando de pé com certa dificuldade.

— O que você fez Jungkook?.— Falo e ele me olha antes de dar uma risada alta.

— Eu me casei com você.— Ele fala parando de rir. Eu tentei relevar aquelas palavras levando em consideração que ele estava bêbado, mas o efeito que elas tiveram sobre mim eu não pude evitar. A dor que senti foi a pior que já havia sentido, meu coração parecia ser esmagado naquele momento.— Olha como você está S/n.— Ele fala apontando pra mim e cambaleando um pouco para trás.— Não é mais a mesma mulher com quem eu me casei a 5 anos atrás.— Ele fala me olhando triste agora.— Eu não me casei com...isso!.— Ele fala enquanto eu sentia as lágrimas caírem dos meus olhos.

Ele estava bêbado. Eu falava pra mim mesma. Talvez eu quisesse me enganar pra diminuir a dor que latejava em meu peito, mas eu podia ver em seus olhos que ainda havia consciência sobre os seus atos, talvez a bebida só tivesse dado coragem pra ele falar o que não conseguia me dizer de forma sóbria.

— Você engordou...não se cuida mais. Agora só tem tempo pra Hyuna!.— Ele fala enquanto eu permanecia quieta, ainda tentando me manter de pé, aquilo estava me destruindo de dentro pra fora.

Tudo bem que depois que Hyuna nasceu eu tinha dado uma engordada. Mas aquilo era normal. O corpo de uma mulher muda depois da gestação, querendo ou não você cria uns quilinhos a mais aqui ou ali, e não tem mais tanto tempo de sobra. Mas Jungkook sabia disso. Eu me esforçava ao máximo pra estar em dia com ele, sempre tentava ter momentos apenas para nós dois, mas ele sempre estava ocupado era injusto ele colocar toda a culpa em mim.

— Eu tenho vergonha de sair com você...como vou te apresentar para os meus amigos? Eles vão rir de mim, ao ver no que você se tornou.— Ele fala dando um sorriso amargo.

— Eu não vou ficar aqui escutando isso. Você está bêbado, não está pensando no que está falando. Amanhã conversamos.— Falo me virando pra sair dali.

— Eu não sei se ainda te amo como da primeira vez.— Aquelas palavras me fizeram parar.

Por que ele estava fazendo aquilo? Por que estava me machucando daquela forma? Eu escuto o mesmo soltar um suspiro mas eu não me virei, apenas fui em direção ao quarto, que eu nem sabia mais se podia chamar de nosso quarto. Quando entrei dentro do mesmo me permiti desabar, colocar pra fora toda aquela dor que estava sentindo. Eu não conseguia acreditar que aquilo que ele havia dito era verdade, eu tentava me convencer que aquilo era uma brincadeira por causa da sua bebedice, mas no fundo eu não podia negar. Agora algumas coisas faziam sentindo, por isso ele não havia me procurado nos últimos mês. Era por esse motivo que ele sempre dizia que estava ocupado quando eu marcava de sairmos.

Ele sentia vergonha de mim.