Fora da Curva | Jungkook e S/n ( NÃO REVISADO)

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Ponto de Vista Jungkook

Observava algumas poucas pessoas atravessarem a rua, já deveria ser tarde da noite, mas não me importava. Eu já havia saído da Kang Entertainment há algumas horas, não havia um lugar exato para onde ir, eu apenas estava rodando a cidade. Não queria voltar pra casa, porque cada canto dela me trazia memórias de S/n. Receber a carta do divórcio foi como arrancar o restante da vida que havia ficado dentro de mim. Ver S/n com Taehyung depois de ter aquela notícia só fez com que a dor fosse ainda pior, não achei que ela seguiria a vida tão rápido, não quando ainda havia uma aliança em seu dedo, quando tínhamos uma vida juntos. Saber que ela podia facilmente me substituir como se os anos que tivemos juntos não fosse nada, me deixava sem forças pra continuar. Pensar que agora ela poderia estar com ele, me fazia querer acabar com tudo. Se olhasse para o ponto de vista e pra tudo que estava acontecendo, todos os motivos pra continuar insistido parecia sumir. Hyuna era o que estava me dando forças pra continuar, ela não merecia sofrer, não mais do que já estava sofrendo. Queria que ela tivesse uma vida boa, que fosse feliz, que tudo isso não atingisse ela e o seu futuro, por isso não tentaria nada. Seria forte porque ela precisava que eu ainda estivesse ali.

Paro o carro em frente ao grande Rio Han vendo que havia apenas poucos casais por conta do horário. Lembranças de quando eu e S/n vivemos momentos como aquele vieram como fantasmas me atormentar. Aquele era um dos lugares que mais íamos quando éramos jovens e estavam no início do relacionamento, foi ali que demos nosso primeiro beijo e foi ali que fizemos juras de amor eternas. Talvez fosse ali o lugar onde deveria colocar um pedra em cima de tudo que estava acontecendo. Saio de dentro do carro me sentando sobre um dos bancos, sentindo a brisa gelada do tempo me abraçar. Tiro um maço de cigarro do bolso do terno, antes de acender um e sentir a nicotina entrar em minhas veias. Odiava aquele cheiro maldito de cigarro, mas como largar se ele me fazia se esquecer por breves segundos dela?

Fecho os olhos soltando a fumaça na esperança do vento levar as lembranças junto. Pensar que as coisas poderiam ser diferentes, que eu poderia estar em casa agora com S/n em meus braços depois de uma noite de amor, me deixava ainda mais melancólico. Pego uma cerveja de dentro da sacola que tinha trazido comigo, bebendo um grande gole dela sentindo a garganta arder levemente pelo o álcool. Eu sei que não deveria, mas o álcool iria amenizar por algumas horas aquela dor, me faria esquecer um pouco os seus toques e seus beijos.

Ela não voltaria!

Aquilo trazia um desespero sufocante. Essa certeza que S/n realmente estava disposta em me deixar, me deixava apavorado. Como pude perder tudo, deixá-la escorregar por meus dedos? Eu não queria apenas lamentar porque sabia que não mudaria a situação, mas não havia mais forças em mim pra ir até ela e ser mais uma vez rejeitado. Lágrimas começam a brotar em meus olhos, embaçando a visão, mas eu as limpos apressadamente.  Abro mais uma lata de cerveja, tomando de forma rápida, talvez o álcool começasse a agir mais rápido se fizesse isso. As poucas pessoas que estavam ali já começaram a se dissipar,  indo pra suas casas procurando se abrigar do frio, mas eu não iria embora. Não sentia frio e de qualquer forma ali era bem mais quente do que aquela casa.

Acendo mais um cigarro, encostando a cabeça no banco antes de soltar a fumaça pra cima, vendo ela evaporar aos poucos. Eu não iria conseguir esquecê-la ou superar, nem que fumasse todos os cigarros que existisse ou bebesse até meu sangue se tonar álcool. Aquilo me deixou ainda mais frustado, mas mesmo sabendo que nem o álcool ou cigarro tiraria ela da minha cabeça, eu continuaria tentando, nem que eu morresse fazendo isso.

...

Sinto um leve balançar em meu ombro me fazendo mexer sobre a superfície dura. Era como se um caminhão houvesse passado em cima de mim, senti uma fisgada na coluna pela posição que havia ficado por horas. Deixo um pequeno gemido de dor sair de meus lábios, enquanto abro os olhos fechando os mesmos rapidamente por conta da claridade.