after that

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Narrado pela Jimin

•••

Me deitei com Jungkook em minha cama já devidamente limpos e vestidos o garoto com cheiro de bebê me abraçava forte, ele estava tão fofinho sonolento nem parecia o mesmo garoto que me comeu até eu ter um squirt.

Sorri beijando sua testa e tocando seu nariz fazendo ele fechar os olhos:

- Mexe no meu cabelo pra eu dormir, Mimi?:- perguntou com a voz baixa se aconchegando com o rosto entre meu peitos, acariciei os cabelinhos grandes sorrindo:

- Eu preciso cortar:- disse se referindo á sua franja que cobria seus olhos e eu assenti:- você vai ficar acordada?

- Não:- disse observando o garoto sonolento

- Se for eu fico com você

- Fica nada:- disse risonha ainda acariciando seu cabelinho assistindo ele ceder ao sono aos pouquinhos.

Quando senti que ele dormia pesado me levantei indo pra sala e sentando no sofá, suspirei fechando os olhos pensando na minha vida, me formei no colégio, eu tinha um namorado, meu namorado era minha primeira paixonite, Yoongi unnie estava no hospital se recuperando de um parto de um filho do Hoseok, meu pai havia trago ela pra morar conosco, Namjoon e Taehyung estavam ficando.

E mesmo que minha vida estivesse seguindo tanto em frente eu ainda sentia que algo estava parado no mesmo lugar.

o Kai.

A forma como eu ainda sentia reações sobre o que ele dizia, como ele me procurava e como ele não parecia ter sentido remorso nenhum de tudo que fez, como eu não era a primeira e nem fui a última garota que ele feriu e seguiu vivendo tranquilamente.

Como eu ainda via ele no Jungkook.

Não de propósito, eu sei que Jungkook seria incapaz de algo que me ferisse, ele se dispôs a mudar tanto de si por mim, se envolveu em brigas em minha defesa, entregou sua virgindade a mim, tinha tido suas primeiras experiências amorosas comigo mesmo com medo, mas parte de mim, lá no fundo, estava esperando o momento que ele diria que está indo embora ou que ele me machucaria.

Jungkook não fez nada além de ser doce, e tentar, de alguma forma reverter o irreversivel que só seria revertido de uma forma.

Se eu nunca tivesse conhecido o Kai.

Se eu não tivesse caido na dele e não tivesse me permitido ir até o final disso.

Sai do sofá indo até a cozinha abrindo a geladeira pegando o vinho do meu pai, acho que ele não se importaria.

Enchi a taça e sentei no chão da sala, sorrindo ao sentir o cheiro de Jungkook na camisa dele que eu usava em conjunto com uma calcinha, ele cheirava a jhonson's baby e a cappuccino.

Bebi um gole da taça analisando a cicatriz no meu ante-braço, que atravessava a extensão dele de quando Kai quebrou ele com a porta do carro, eu já vi Jungkook encarando ela mas ele nunca perguntou, talvez por medo de ser algo sensível, o que de fato era.

Uma vez, quando eu e Jungkook estávamos deitados no chão de sua varanda, em cima de um lençol e ele usava meu braço de apoio para sua cabeça ele beijou ela.

Ele não perguntou, apenas beijou.

Sorri pequeno fechando o sorriso ao lembrar porquê, de fato, ela existia.

Porque Kai fechou a porta do carro com força no meu braço.

Ele viu que ele estava lá, e fechou.

Porque ele estava tendo um dia ruim, e ele sentiu ciúmes.

Toquei ela com o indicador ao soltar a taça no tapete da sala descendo a linha dela.

Tomei um gole do vinho respirando fundo.

Olhei pro retrato perto da TV, eu pequena, com mamãe e papai beijando minhas duas bochechas.

Lembrei que meu pai nunca foi ao túmulo da mamãe, e talvez nunca fosse.

Talvez ele nunca fosse amar de novo.

Por quê o mundo tinha que ser tão injusto?

Mamãe não merecia ter câncer.

Tem tanta gente ruim por ai, porquê ela?.

Ouvi passos na escada virando pra trás vendo um Jungkook sonolento:

- Mimi?:- ele disse rouquinho:- você saiu.

- Sai:- confirmei vendo ele vir até mim e deitar no tapete apoiando a cabeça em minha coxa:- se dormir aqui suas costas e pescoço vão doer.

Ele negou:

- Só me deixa ficar pertinho de você:- disse soltando um ronquinho ao que caiu no sono.

Sorri acariciando seu rosto passando o dedo em sua cicatriz da bochecha e olhando a do meu braço.

Talvez um dia eu conte pra ele.

Ou não.

Olhei o porta retrato e em seguida olhei pra baixo.

Mamãe estaria orgulhosa do homem que eu escolhi.

Eu sei que estaria.

ela é demais • jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora