15 - Podemos Vencer?

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Após toda aquela comoção no telhado, o grupo desceu novamente para dentro do shopping. Bianca, Valerie e algumas mulheres ficaram responsáveis por preparar o jantar, Enid estava sentada sozinha, e Divina se aproximou para saber se a amiga estava bem.

— Uma balinha por seus pensamentos.

— Vai precisar fazer mais que isso, viu olhos de serpente, meus pensamentos valem muito mais que isso.

— Serpente é seu rabo! E sai fora que eu não vou te beijar! — Riu para a loira e depois ficou séria novamente. — Tudo bem?

— Eu não sei realmente.

— Me conta, quem sabe eu não possa ajudar. - Divina fala.

— Acha que vai dar certo, Divina? Invadir o condomínio?

— De verdade? Eu não sei Enid. Mas, já passamos por tantas coisas. Não é pecado ter um pouco de esperança, certo? Nunca poderemos ter certeza, mesmo nesse tempo imprevisível. Só posso te dizer que, eu acredito em vocês, olha tudo que conseguiram, as pessoas que salvaram. — Divina segurou as mãos da loira tentando passar uma segurança que nem ela mesmo tinha. — Não estaríamos aqui se não fosse por vocês.

Enid sorriu abertamente.

— Obrigado. — Enid analisou as feições de Divina, ela parecia calma.

— Na pior das hipóteses, todas nós podemos virar zumbis no final das contas.

— Jesus! Divina você e Yoko devem tá andando demais com a Bianca! — A loira gargalhou.

— E com a Valerie também. Aqui entre nós, foi só eu que percebi, ou rola uma tensão sexual ali?

— Do mesmo jeito que rola com você e a Yoko?

Divina corou. E baixou o olhar.

— Er... Aham! Vou ali ver se precisam de ajuda tá?

— Corra, corra o mais rápido que puder, vadia. Não pode se esconder de mim. — E gargalhou alto a loira.

— Não se esqueça que era eu quem sempre ganhava de você no pique-esconde, então eu sei me esconder bem viu?!

Divina foi na direção das outras e nessa hora, Wednesday chegou por trás e deu um beijo no topo da cabeça da loira.

— Amor precisamos dividir com os outros nosso plano. E rezar para que entendam que é necessário.

— Eu sei, eu estava aqui pensando sobre ele, analisando as variáveis, os perigos, e ponderando se vale mesmo a pena executá-lo.

— Você parece a Bianca, super cerebral e certinha. — A morena deu um sorriso tímido. — Vai ficar tudo bem, vamos lá.

Todos se reuniram na mesa maior, exceto as crianças. E Enid começou.

— Vamos invadir o condomínio, nos fixar por lá e moramos lá.

— Uma pergunta básica: por que devemos sair daqui? Presos no shopping ou presos no condomínio, não dá na mesma? — Disparou Alex.

E Enid se perguntou se ela seria tão petulante se quem estivesse falando fosse Wednesday.

— Ótima pergunta, e a resposta é: não temos como criar nada autossustentável aqui. Não temos tanto espaço assim, o que significa que se amanhã encontrássemos mais sobreviventes, teríamos que decidir se iríamos ajudá-los ou não. Acima de tudo, não temos espaço para produzir nossos próprios alimentos, por isso, nossa perspectiva de vida dentro do shopping é muito baixa. — Explicou Enid.

Survive - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora