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Enid acordou naquela manhã, estranhando o fato de Wednesday não estar ao seu lado, na cama. Vestiu um robe branco grosso e saiu do quarto, aproveitando para passar pelo quarto de Wendy como fazia todos os dias. Encontrando-a ainda dormindo, Hope, a cachorrinha que ela havia resgatado e dado de presente à pequena, dormia ao lado na cama.
Desceu as escadas até chegar à sala. Esperava encontrar Wednesday lá, mas a achou vazia. Foi até a cozinha, e também não a encontrou. Estranhou um pouco aquilo, não era do feitio dela sair sem se despedir.
Quando olhou pela janela, avistou-a sentada no sofá da varanda. Enid olhou para o calendário que ficava pendurado ao lado da geladeira e deduziu do que se tratava. Adivinhou o que perturbava sua namorada.
Enid abriu a porta da sala e saiu, sentando-se ao lado de Wednesday, que nada disse. Ficaram alguns minutos daquele jeito, em silêncio, olhando o jardim. Wednesday tinha descoberto que a vocação para jardineira e cuidar das plantas lhe servia como terapia.
— Não foi culpa sua. — Enid por fim quebrou o silêncio.
— Foi sim. — Wednesday contrapôs.
— Hoje faz um mês, certo? — A loira perguntou.
— Exatamente. — Wednesday concordou.
Ficaram mais alguns instantes caladas. Enid não sabia mais o que dizer. Não tinha argumento que fizesse a namorada recuperar o ânimo; ela parecia estar sofrendo algum tipo de depressão. Wednesday se culpava pela morte de Alex, e ninguém conseguia convencê-la do contrário.
Ela esfregou o rosto com as mãos, precisava pensar em alguma forma de ajudar a morena.
— Por que está fazendo isso consigo mesmo, Wed? Por que você está carregando essa cruz tão pesada?
— Porque é a coisa certa a se fazer.
— Não, não é, eu não concordo. E Alex também não concordaria se estivesse aqui. — Enid afirmou.
— Alex não está aqui. Está morta. — Wednesday falou, com uma ponta de irritação.
Enid decidiu apertar um pouco mais os parafusos. Sabia do que a morena precisava. E sabia o risco que corria atravessando o campo minado das emoções de Wednesday.
— Eu sei que ela não está aqui. Mas era uma mulher adulta, sabia se cuidar. Seja lá o que for que aconteceu, foi culpa da Alex, não sua. — Enid esperava não ter exagerado na dose.
— Calma aí. Do que você está falando? — Wednesday indagou, zangada. — Está querendo dizer o que com isso?
— Estou falando duas coisas óbvias. Alex vivia provocando os homens deste lugar, e muitos deles não tinham uma mulher havia meses. É provável que alguns deles não tenham resistido mais e decidido tomá-la à força.
— Não é possível... Eu não estou ouvindo isso. — Wednesday estava a um passo de explodir. E Enid resolveu levá-la ao limite.
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Survive - Wenclair
HorrorEra para ser dia normal na vida de cinco amigas: Wednesday, Enid, Bianca, Yoko e Divina. Porém quando um verdadeiro Apocalipse devasta a humanidade ceifando milhões de vidas em um fenômeno jamais visto antes, e elas se vêem correndo contra o tempo...