Natália
Abri a porta do meu quarto e corri o mais rápido possível para a cozinha, onde ficava o bendito interfone.
Assim que entrei na cozinha, o interfone parou de tocar. Adivinha? Um idiota atendeu. A visita é minha, a casa é minha, e ele é nada. Apenas mais um amigo ridículo do meu irmão.
Ele ficou uns minutos falando com o porteiro. É simples, meu amigo, autorize a entrado do Gustavo e tudo resolvido. Você volta para a sua vida e eu vivo a minha.
Nat: É difícil autorizar a merda da entrada? - Resmunguei.
O ser irritante colocou o interfone no gancho e virou seu corpo na minha direção, com um sorriso de orelha a orelha.
Nat: Viu passarinhos verdes?
XX: Oi? - Fez de idiota.
Nat: Além de idiota consegue ser surdo. - Murmurei. - Esquece, só diga que autorizou a entrada do Gustavo?
XX: Seu namoradinho já está chegando.
Nat: Namoradinho?
XX: Não é isso que ele é?
Nat: Engraçado que isso não vem ao seu pequeno interesse.
Ele riu e levantou os braços, como se estivesse se rendendo. Ninguém mandou atender o interfone primeiro e irritar quem está quieto.
XX: É só uma pergunta.
Nat: Essa foi apenas a minha resposta.
XX: Para que ser tão agressiva?
Nat: Para que ser tão curioso? - Cruzei os braços na linha do peito.
Quem esse ser pensa que é?
XX: Não é que ele estava certo?
Nat: Ele quem? - Perguntei baixo.
XX: Depois fala que eu sou o curioso?
Nat: Eu.. Eu...
Droga! Mil vezes droga. Ele me deixou sem resposta. Agora está com aquele bendito sorriso irritante do rosto como se tivesse ganhou o Oscar.
XX: Ficou sem resposta?
Nat: E você sem noção do perigo. - Endireitei minha postura.
Já que ele quer brincar justo por aí, lá vamos nós. Uma das coisas que papai disse é que, por qualquer circunstancia, se alguém começar a jogar com você, entre de cabeça para vencer.
XX: Pior que não tenho mesmo. - Resmungou, coçando a nuca.
Nat: Então por que insisti em brincar com fogo? - Retruquei.
Ele baixou a guarda mas eu não. E não vou baixar tão cedo.
XX: Nada que você deve saber.
Nat: Certo... - sussurrei.
Gustavo, seu lindo. Cadê você? Essa situação não esta muito boa e pode ficar pior em qualquer instante.
XX: Meu nome é Leonardo. - Ele disse por fim, dando alguns passos na minha direção e estendeu a mão.
De que lugar sai tanta formalidade desse ser? O pior... de uma hora para outra.
Numa hora ele está irritando meus últimos resquícios de paciência, na hora ele esta todo almofadinha e educado. Vai entender.
Nat: Certo... — Estiquei minha mão também. — Natália.
Ele apertou minha mão e ficou igual um besta segurando por um longo tempo.
Nat: Tem como soltar?
Leonardo: Ah... — Ele riu. — Desculpa.
Nat: Agora, licença. Preciso atender minha visita.
O Gustavo morreu no meio do caminho?
Meu senhorzinho, que demora chata.
Leonardo: Ele é mesmo seu namorado?
Lá vamos nós para a estaca zero novamente.
Nat: Já disse que não vem ao seu interesse. É a minha vida e não a sua.
Leonardo: Não tem uma trégua não?
Nat: Só você ficar no seu quadrado, que tudo fica na paz. Por isso não se meta na minha maravilhosa vida e tudo certo.
Ele riu e começou a mexer nos cabelos. Numa tentativa bem falha de tentar uma sedução.
Desculpa, meu bem, mas eu não sou tão burra como você acha.
Nat: Pode tirar o sorriso do rosto.
Leonardo: Mas não estou fazendo nada.
Nat: Esse... — apontei para um dos meus olhos. — é irmão desse... — apontei para o outro. — Então, nem tente.
Leonardo: Não tentar o quê?
Nat: Você sabe muito bem. — Bufei.
Leonardo: Não sei. — Soltou uma risadinha abafa.
Nat: Claro que sabe, você é homem. E tenta seduzir qualquer mulher. Só que comigo não funciona. De você eu quero distância de uns... Uns 30 metros.
Ele quase começou a gargalhar mesmo.
Nat: Qual é graça? — Murmurei.
Leonardo: 30 metros, Natália. Eu não sou nenhum monstro.
Nat: Eu vou lá saber. Nem conheço você direito.
Leonardo: Mas gostaria de conhecer que eu sei.
Nat: Nossa, você é muito engraçado. — Disse rindo. — Essa piada foi boa.
Ele deu alguns passos na minha direção. Esse menino não tem noção do perigo, e muito menos do que eu sou.
Leonardo: Você é muito marrentinha. — Praticamente sussurrou, mostrando todos os dentinhos alinhados e brancos.
Nat: E você é um viado. — Cruzei os braços e enfrentei.
Leonardo: Viado?
Nat: Completamente. — Murmurei.
Leonardo: Como pode ter certeza se não experimentou ainda?
Ele aproximou mais ainda. Quase com seus lábios colados nos meus.
A campainha tocou, bem na hora que eu iria avançar. Graças ao bom Deus.
Foi, com certeza, a melhor hora para o Gustavo chegar.
Nat: Porque eu não quero. — Sussurrei respondendo.
Empurrei ele e fui atender à porta. Esse menino, com certeza, não tem noção das coisas.
{...}
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Uma Garota Diferente - Livro 1 [Completo]
Teen FictionLIVRO 1 Natália é a uma menina cheia de atitudes e seus segredos. A típica menina que teve seu coração partido tempos atrás. Sonhadora e amiga para todas as horas, sempre pensa nos outras. Já Leonardo é o menino galinha. Pega todas e não quer saber...