Capítulo 4

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Natália

Gu: Por favor, linda, vamos fazer outra coisa.

Nat: Não, não, não e não.

Gu: Vamos falar até de garotos... — fez uma careta. — se você quiser, mesmo assistir mais trezentas séries diferentes.

Nat: Por que não?

Gu: Isso consegue confundir a minha mente totalmente. São uns oitocentos nomes, quatrocentos casais, duzentos vilões e milhares de mocinhos.

Nat: Mas é tão legal.

Gu: Não para mim, que sou obrigado a ver isso todos os fins de semana. — Bufou de raiva.

Nat: Achei que você gostava.

Eu sabia que ele odiava mas eu tinha que ter uma companhia. Nem tem graça quando você vê essas milhares de séries sozinha. Não tem alguém para chorar junto, rir junto, gritar junto.

Gu: Você sabe que eu preferia estar assistindo futebol. — Ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Falando nisso, o seu irmão deve estar lá na sala assistindo junto com os amigos dele.

Nat: Seu cachorro. — Gritei.

Ele já estava em pé, com a mão na maçaneta da porta pronto para descer as escadas correndo e trocar a minha companhia por um jogo.

Gu: Natália. — Sussurrou.

Nat: Então tudo bem. Pode me trocar por um jogo de futebol ridículo, nem ligo.

Na verdade eu ligo muito, muito mesmo. Mas ele não precisa saber de nada disso.

Gu: Liga sim.

Nat: Não ligo. — Bufei. — Vai assistir a merda do jogo.

Gu: Agora eu não quero.

Nat: Quer sim. Quer ir lá ficar com os amiguinhos do meu irmão e assistir a merda do jogo.

Gu: Agora eu quero ficar aqui com você.

Nat: Eu não quero mais ficar contigo. — Bati no seu braço. — Já mandei você embora.

Gu: Vai ficar com ciúmes dos amigos do seu irmão?

Nat: Não tem motivos para ficar com ciúmes dos idiotas dos amigos dele. — Bufei.

Gu: Agora tem como explicar por que aquela raiva todo do amigo novo dele. O... Calma... Esqueci o nome dele.

Nat: Leonardo? — Perguntei e revirei os olhos.

Gu: Isso. O tal Leonardo. Ele pareceu se uma pessoa bem legal.

Nat: Só se for nos seus sonhos. Igualzinho ao meu irmão, idiota e galinha.

Gu: Como sabe? — Ele levantou uma das sobrancelhas.

Nat: Porque sim.

Gu: Natália...

Nat: Porque sim, ele é um idiota e galinha.

Gu: Mas você nem conhece ele direito.

Nat: Ele deu encima de mim, Gustavo. — Soltei. — Ele é um idiota e ponto final. Podemos mudar de assunto?

Gu: Não precisa gritar e muito menos se revoltar. — Ele riu. — O que esse menino fez para te tirar do sério?

Nat: Muitas coisas...

Gu: Por exemplo?

Ele nasceu, atendeu o interfone, irritou meus resquícios de paciência, me chamou de marrentinha, e deu encima de mim. Tudo isso em menos de 20 minutos.

Nat: Muitas coisas, Gustavo. — Resmunguei.

Gu: Deixa de ser chata.

Ele pegou um travesseiro da minha cama e atacou na minha direção, acertando perto da janela.

Gu: Desculpa, desculpa, desculpa. — Ele pediu rindo.

Nat: Seu besta, você quase jogou meu travesseiro pela janela. — Encarei ele de olhos arregalados.

Gu: Você é muito bravinha. — Riu, e pegou mais um travesseiro.

Antes que ele atacasse em mim, eu peguei o que quase voou pela janela e acertei em cheio na sua cabeça.

Nat: Brava é a tua vó.

Ele passou a mão na cabeça e olhou para mim com um olhar maléfico.

Nat: Não se atreva.

Gu: Como é? — Ergueu a sobrancelha.

Nat: Não se atrasa a fazer o que está pensando em fazer.

Gu: Mas eu vou fazer. — Pegou um travesseiro e começou uma guerra de travesseiro.

Era travesseiro voando para todos os lados do meu quarto.

Nat: Não valeu, você tinha mais travesseiros que eu. — Disse me jogando na minha cama, derrotada e cansada.

Gu: Claro que valeu, Nat. Eu sou o melhor. Assuma. — Disse rindo como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo.

Nat: Não aceito. — Provoquei.

Gu: Retire o que disse.

Nat: Você só ganhou porque ficou com mais travesseiros, tá?

Ele, que estava sentado no chão, foi em direção à cama.

Gu: Não vai retirar o que disse?

Nat: Não, Gustavo. — Ri. — O que vai fazer?

Gu: Ataque do senhor cócegas. — Disse com uma cara maléfica e dando de ombros.

Cócegas é o meu ponto fraco, e o da maioria das pessoas.

Nat: Nem pense. — Apontei o dedo na sua direção.

Em questões minutos ele já estava na cama, fazendo cócegas na minha barriga e eu me contorcendo de rir.

Nat: Gu... Não... Para... — Disse com dificuldade.

Gu: Assuma que eu sou o melhor na guerra de travesseiro. — Ele continuou com as cócegas.

Nat: Gu... Para... Por favor... Eu... Imploro.

Gu: Só você assumir. — Disse sorrindo.

Nat: Tá... Para... Para... Você... É o... Melhor. — Disse sem fôlego algum.

Gu: Ótimo. — Ele caiu do meu lado na cama.

Peguei um travesseiro no chão sem ele ver. O jogo ainda não acabou querido.

Nat: Então eu quero revanche. — Bati o travesseiro nele.

Ali se foi minha maratona de séries.

{...}

Uma Garota Diferente - Livro 1 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora