N/A em minha defesa, eu fiquei alguns dias sem internet.
- Harry - Severus começou, sem ter certeza de como tocar no assunto - eu gostaria de terminar a nossa conversa de ontem - o professor falou, notando o desconforto da criança em sua frente.
- por que? - Harry perguntou em um sussurro, desviando o olhar.
- porque eu quero ajudar - Severus admitiu.
- o que o Senhor gostaria de saber?
- você disse que seu tio só te machucava se você não completasse suas tarefas... - Harry concordou com a cabeça - no que consistiam suas tarefas?
- eu normalmente tinha que preparar as refeições e limpar a casa - Harry explicou - eu também cuidava do jardim - Severus não conseguia tirar de sua cabeça a imagem de um Harry assustado sendo tratado como um elfo doméstico, e isso o destruiu por dentro, mas ele se obrigou a continuar.
- quando você começou a fazer tudo isso?
- eu não sei... eu não lembro de uma época em que eu não fizesse - Harry falou, triste por não conseguir responder a pergunta.
- com que frequência eles te alimentavam? - Severus sabia que não gostaria da resposta, mas ele precisava saber.
- minha tia normalmente me dava algumas fatias de pão ou uma fruta muito madura de três em três dias, mas ela às vezes esquecia; eu também tinha permissão para comer qualquer coisa que sobrasse das refeições deles, mas meu tio e Dudley raramente deixavam algo.
Se Harry não fosse um bruxo, Snape tinha certeza de que ele já estaria morto há muito tempo.
Harry achou que havia dito algo errado, porque a expressão do Professor de Poções ficou mais assustadora do que o normal, e ele acabou por inconscientemente se encolher contra a poltrona. Severus notou a reação de Harry, e tomou uma poção calmante antes de continuar.
- como eram as punições?
- meu tio sempre preferiu usar o cinto, ou seus punhos... ele nunca foi uma pessoa criativa - Harry falou, sem perceber que havia dito a ultima parte em voz alta - Dudley, por outro lado, gostava de inventar "jogos" com seus amigos, que quase sempre acabavam comigo machucado. Se eu fugisse era pior.
- e sua tia?
- ela nunca gostou de tocar em mim, então ela costumava jogar em minha direção a primeira coisa que aparecia em sua frente. Tia Petunia não tinha uma mira muito boa, e eu quase sempre conseguia desviar.
- ninguém notou o que estava acontecendo? os vizinhos, ou seus professores?
- os Dursleys inventavam mentiras sobre mim, dizendo para todos que eu era problemático e agressivo. Quando eu comecei a ir para a escola, os professores já esperavam esse tipo de comportamento, e Dudley conseguia me culpar por quase tudo de errado que ele fazia, ele também afastava qualquer criança que tentasse fazer amizade comigo.
Severus não conseguiu se segurar; ele se levantou, e antes que conseguisse pensar melhor, ele abraçou a criança em sua frente.
- você nunca mais vai voltar para lá - Severus prometeu -" nem que eu tenha que matar seus parentes para impedir " - ele adicionou mentalmente.
- mas e Dumbledore? ele não vai gostar...
- você não precisa se preocupar com o diretor. Eu vou resolver tudo - Harry concordou com a cabeça, acreditando no professor. Pela primeira vez em sua curta vida, ele sentiu como era ter um adulto que se importava, e isso encheu o coração de Harry com esperança.
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All His Shatterd Pieces
FanfictionHarry chegou à conclusão de que Severus seria uma opção segura. Dumbledore só iria se opor se ele pedisse ajuda a alguém que se importasse, e o Mestre de Poções não gostava dele, logo, ele não reagiria da mesma forma que Madame Pomfrey, pois Harry...