Severus sentiu quando a magia de Potter envolveu seu afilhado, e ele não precisa ser um gênio para descobrir o que isso significava. Draco estava prestes a dizer alguma coisa, ainda espantado com a visão em sua frente, quando Harry desmaiou. Severus estava perto o bastante para o segurar, e o colocar de volta na poltrona.
O Mestre de Poções ignorou as palavras desconexas que saiam da boca de seu afilhado, e focou em fazer o feitiço de diagnóstico em Harry. Depois de ver a extensão dos danos, Severus começou a lançar vários feitiços na criança, e mandou que Draco buscasse algumas poções para ele, nem todas reagiam bem ao serem invocadas com magia.
Ter algo para fazer ajudou Draco a voltar a si, o que consequentemente ajudou Severus a se concentrar na criança que realmente precisava de sua atenção. Malfoy não demorou muito para voltar com as poções que Severus havia pedido. Depois de ter certeza de que as poções haviam começado a fazer efeito, Severus mandou Draco atrás de ainda mais poções.
Ele sabia que não poderia forçar Potter a beber todas as poções necessárias para sua recuperação de uma vez só, isso causaria mais danos a longo prazo, mas a vontade ainda estava lá. Severus não conseguia acreditar que Harry ainda estava vivo, especialmente com a quantidade de sangue que a criança havia perdido.
Harry parecia ter estabilizado um pouco, e Snape decidiu o levar para seus aposentos. Ele precisava de uma cama confortável para descansar, e de alguém que tomasse conta dele enquanto ele se recuperava, Severus não conseguiria fazer isso em seu escritório, e se o que Potter disse era mesmo verdade (Severus acreditava que sim), a enfermaria estava fora de cogitação, isso deixava apenas uma opção: os aposentos do Mestre de Poções.
Draco informou que iria na frente para garantir que não havia ninguém no caminho, mesmo sabendo que Harry estava seguro escondido em baixo de sua capa de invisibilidade. Malfoy estava tão preocupado, que ele nem mesmo reclamou de quão injusto era Harry ter uma capa de invisibilidade e ele não, e para Severus, isso era um feito e tanto.
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Severus estava sentando em sua sala de estar com seu afilhado. Ele tinha vários feitiços de monitoramento em Potter que o avisariam se ele piorasse, e o Mestre de Poções sabia que ainda faltavam algumas horas para as próximas poções serem administradas; ele usaria esse tempo para absorver tudo o que havia acabado de descobrir, e ter certeza de que teria todas as poções que Harry precisava, mas antes, ele teria que lidar com Draco.
- você sabe o que a magia de Potter fez, não sabe, Draco? - Severus perguntou, apenas para ter certeza.
- sim, padrinho - Draco respondeu, desviando o olhar - eu não posso contar nada a ninguém... mas eu não consigo entender, quem faria algo assim com o Menino-que-sobreviveu?
- Draco! - seu padrinho falou, naquele tom que geralmente significava: cale a boca antes que eu te transforme em ingrediente de poções.
- o que? se eu não posso contar para ninguém, então não importa se eu sei ou não.
- se não importa, você não precisa saber.
- mas padrinho...
- não, Draco! se um dia Potter decidir te contar, você vai saber; mas até lá, não toque mais nesse assunto.
- sim, Senhor - Draco se deu por vencido. Ele sabia que quando Severus ficava desse jeito, nada o faria mudar de ideia.
- agora, eu acho que está na hora de você voltar para seu dormitório.
- boa noite, padrinho - Draco falou. Se Severus respondesse, talvez ele não estivesse tão bravo quanto aparentava.
- boa noite, Draco.
- ah, eu quase esqueci - o loiro falou, quando estava prestes a abrir a porta - eu tenho uma carta para você.
Severus já esperava esse tipo de comportamento pela parte de Lucius. O Malfoy mais velho não confiava nem um pouco em Dumbledore, e temia que suas cartas fossem confiscadas, por isso, sempre mandava as cartas mais importantes por Draco, ou esperava até poder falar com Severus pessoalmente.
Ao encarar a carta, Snape decidiu que Lucius podia esperar, e foi checar como Harry estava.
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All His Shatterd Pieces
Hayran KurguHarry chegou à conclusão de que Severus seria uma opção segura. Dumbledore só iria se opor se ele pedisse ajuda a alguém que se importasse, e o Mestre de Poções não gostava dele, logo, ele não reagiria da mesma forma que Madame Pomfrey, pois Harry...