17- Hydra.

1K 113 43
                                    

>Pov Sn

Estávamos a tempo o suficiente naquele negócio para minha dor de cabeça aumentar. E aquilo estava me irritando.

— quando a gente chega? -Perguntei olhando o grandão ao lado

— em torno de 30 minutos -Aquela coisa que fala e nunca aparece respondeu

— aí valeu... coisa -Falei

— não sou uma coisa, sou uma inteligência artificial, chamada Sexta-feira -A tal Sexta-feira respondeu e eu apenas balancei a cabeça

 ...

Assim que paramos aquela coisa, já descemos atrás da Natasha. Mas obviamente ela não estaria no meio da rua.

— não consegue achar ela? -Bruce perguntou

— quem sabe -Falei o olhando 

Fechei os olhos na tentativa de poder encontrá-la. E deu certo.

Natasha estava amarrada em uma cadeira, pronta para ser derrubada de algo alto. Era um lugar muito sujo e escuro.

— parece uma casa abandonada, ela está para ser empurrada de algum lugar alto -Falei ao abrir os olhos

— casa abandonada? -Bruce perguntou

— a Agente Romanoff não está distante. Se encontra, mais especificamente, a exatos 20 minutos de caminhada para a esquerda do senhor Banner -Sexta-feira falou

Olhamos juntos para o mesmo lado e logo começamos a andar. Não demorou muito e entramos no meio de um mato fechado, e antes que o grandão pudesse seguir em frente, tentei o puxar.

— o que foi? -Ele me olhou e se abaixou 

— não pode passar, estão ali -Falei

— e o que devo fazer então? -Eu estava começando a odiar as perguntas idiotas dele

— você por enquanto nada -Falei e andei mais um pouco 

Eu não estava tão longe deles, então seria fácil. Me virei para o Bruce e pude ver pelo reflexo dos seus olhos que os homens já haviam percebido algo de errado.

Eram dois na porta de entrada, os outros dois estavam mudando de posição naquele exato momento. Então era a hora perfeita. Fechei os olhos conseguindo ver aqueles homens.

Em pouco tempo descobri seu maior medo, ambos haviam perdido as esposas e filhos para o trabalho, e agora não podiam largar o trabalho porque perderiam a família se fizessem.

— garota... Você é demais -Bruce falou

Eu abri os olhos e os seguranças haviam abaixado as armas. Então saímos do mato indo até a frente deles.

— ei, eles vão precisar nos levar para dentro de uma forma meio desagradável -Avisei antes de chegarmos e ele me olhou confuso

— chegou a hora -Ele abriu a enorme porta e nos levou para dentro

Pedi que o grandão não falasse nada, para que eles não escapassem da minha magia. E ele estava fazendo isso, mesmo que não quisesse.

Os dois guardas com os olhos amarelos, como os meus, nos levaram até o último andar, e a cada um que passávamos era possível ver um grande buraco que ia do topo ao chão daquele lugar. Provavelmente jogavam corpos ali.

Assim que fomos deixados em uma porta, fiz com que eles fizessem a segurança naquela porta que passamos. Olhei em volta, e tinha algumas caixas em cima de outras, então levei o grandão até elas e o fiz ficar escondido.

— tá, a Natasha está a beira do precipício você quer que eu faça o que? -Ele perguntou olhando para trás 

— nada.

Eu olhei a cena, e era perceptível que nada daquilo estava nos planos dela. Então entrei na mente do cara mais velho.

"Viúva negra. A tão sonhada, e tão habilidosa"

"Vai se arrepender de fugir de mim Romanoff"

Tentei procurar um ponto fraco, mas ele tinha uma barreira em tudo que eu precisaria...

Na verdade, não em tudo. As memória do prédio explodindo logo quando a filha de 5 anos entrou em sua sala o aterrorizavam ainda. E posso ter sido ruim, mas o fiz rever aquilo, como se estivesse no prédio sem poder salvá-la.

De repente ele se afastou puxando a cadeira da Natasha de volta. Os outros homens o olhavam sem entender, e então lembrei dos homens que havia deixado na porta.

Merda, haviam fugido de mim...

Aquele homem olhou em volta sob o olhar de confusão de todos ali... Então finalmente os homens se aproximaram dele. Pude jogar todos para o mesmo canto, e os prender em uma jaula que eles mesmos usavam.

Saí de trás das caixas com dificuldade ao ver a Natasha se soltar.

— Nat... -Eu tentei chamar

— Sn! -Ela correu até onde eu estava

— a gente precisa sair, os.. aqueles.. guardas, eles fugiram.. de mim.. Nat -Parecia que o ar não podia entrar nos meus pulmões

— não deveria estar aqui pequena, deveria estar em casa dormindo -Ela falou e me puxou para perto

— Nat, você ta bem? -Bruce perguntou, e eu voltava a enxergar um pouco melhor, estava lembrando que precisava tirar a gente daquele lugar naquele exato momento

— ficou maluco de trazê-la para cá? -Ela estava irritada

— ela tem uma boa lábia Natasha, o que eu posso fazer? -Ele disse

Eu estava quase desmaiando, mas sabia que não podia. Então eu tentei levantar, mas fui impedida.

— me solta.. -Pedi a quem quer que fosse

— não. Você já fez demais -Ela disse

Mas não era assim, eu coloquei a gente ali. Eu precisava tirar.

...

Eu havia apagado, aparentemente por pouco tempo, já que os gritos dos homens me fizeram despertar. Ainda um pouco tonta me levantei.

— deita aí -Aquela voz mandona e preocupada ao mesmo tempo

— Natasha. Agora não dá -Ela me olhou em silêncio

Eu olhei em volta, procurando uma saída, mas não tinha. Os guardas que nos trouxeram para a sala estavam bloqueando a porta de entrada.

— vejo que temos a menor da ninhada na enrascada -Um deles disse

— coitadinha -O outro respondeu

Tentei entrar na mente deles outra vez, mas agora não tinha nada que eu pudesse usar.

— é garotinha, estamos mais prontos para você e esse olho amarelo aí -Ele disse se aproximando

Dei os mesmos passos para trás, até que tropecei em algo.

— você não ficou maluco -Natasha se colocou na minha frente enquanto eu ainda estava caída

— você, esse panaca e a criança vão fazer o quê? -Ele debochou 

Eu não enxergava tão bem, mas sabia que ele queria me pegar e a Natasha não saia da frente.

— leva ela Bruce! -Natasha disse alto

O homem parou ao meu lado, e antes que fizesse algo o homem riu.

— não faça isso com a sua vida -Ele disse 

— faça, e a tire daí agora -Natasha continuava mandando

— ele não ficou maluco -O homem disse

Todos ficaram em silêncio. Até que...

— ele ficou sim...

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora