47- Perdidos.

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>Pov Natasha

A dor que eu senti quando ouvi mais dois disparos me fez cair de joelhos. Ergui a cabeça e o homem me olhava como se tivesse um troféu em mãos, mal sabia ele que não tinha nada.

— eu quero o chip, onde está? -Ele apertou meu maxilar

— no inferno -Eu sorri

— tomara que possa buscá-lo para mim -Ele pressionou o cano da arma na minha cabeça

— me encontre lá -Eu disse porque havia me conformado que não teria como escapar

Eu fechei os olhos e segundos depois ouvi um disparo. Mas eu ainda estava da mesma forma porem o cano da arma já não era mais sentido por mim, assim como a mão daquele homem no meu maxilar. 

Quando abri os olhos novamente, o homem estava morto na minha frente com um tiro na testa. Antes que pudesse virar para trás, a dor no estomago me atingiu com força me fazendo ir ao chão.

— porque tiramos as escutas mesmo? -Ele me perguntou e eu sorri

— porque eu não trabalho com pessoas mandando em mim. Ninguém manda em mim -Falei firme porque queria disfarçar a dor

— percebi. Mas agora vai me deixar te tirar daqui -Ele disse e tentou me pegar no colo

— não tem como... -Resmunguei de dor — não vai conseguir subir esse penhasco comigo 

— também não deveria me subestimar. Posso não ser bom com armas, mas com escaladas... -Ele ergueu as sobrancelhas 

Neguei com a cabeça, mas de nada adiantou. Ele retirou a blusa e a rasgou em vários pedaços, enrolou dois na minha perna e o resto no estomago, que a cada vez que ele mexia doía mais.

— vou precisar que se esforce e de um impulso mínimo, você vai nas minhas costas -Ele disse e eu afirmei

Fiz o que foi pedido, e então eu já estava nas costas do homem. Ele encarou o penhasco e pareceu sorrir.

— vê se não me mata me deixando cair, de novo, desse penhasco -Falei e ele sorriu

— se acalma viúva negra. Você está nas mãos do melhor escalador -Ele disse confiante

Eu fiquei em silêncio enquanto subíamos aquelas pedras. E vez ou outra eu impulsionava nossos corpos com o pé. O que causava dor nos três tiros que levei, e automaticamente uma repreensão instantânea que eu recebia dele.

Quando chegamos ao topo, ele se virou e me colocou no chão, o sangramento continuava e não iria parar tão cedo.
Então ele me puxou e me encostou na árvore mais próxima.

— não adiantou estancar, o sangue continua saindo -Ele disse frustrado

— não se irrita por isso, consigo andar ainda -Falei e tentei me levantar

Porém não consegui, a dor era forte demais para que eu conseguisse me manter em pé.

— tô vendo que consegue -Ele disse e me colocou encostada na árvore de novo

— os outros se perderam de nós, e estamos sem meio de comunicação -Ele olhava em volta

— ah qual é, era só uma linha reta. Não tem como se perder -Eu disse, já com dificuldade

— então porque não chegaram ainda? -Ele perguntou me encarando

— o dia que eu tiver uma bola de cristal você faz essa pergunta -Ironizei

Ele sorriu e negou com a cabeça.

Minha vista começou a escurecer, e eu me senti fraca.

— não, não! Fica acordada caralho -Ele me balançou

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora