41- Ponto fraco.

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>Natasha

Não podíamos passar a noite na enfermaria, por orientações da própria especialista de saúde. Mas estaríamos próximas se precisasse.

Wanda caminhava comigo até o quarto, porém... Ela ainda não comeu.
Parei de andar e a mulher me olhou em dúvida.

— você não comeu ainda, vem vou fazer algo -Falei e ela sorriu negando com a cabeça

Por mais que tenha negado, ela veio comigo até a cozinha. 

— o que a gente vai fazer? -Ela perguntou enquanto eu abria os armários

— você, nada. Senta aí -Falei e ela me olhou desacreditada

— porque eu claramente vou ficar parada te olhando né? -Ela obviamente ironizou

— vai? -Perguntei como se fosse obvio

— não inventa não, Natasha -Wanda disse e se aproximou novamente, colocando as mãos na minha cintura

Filha da.. Mãe. É isso que ela é. 

Ela sabe todos os meus pontos fracos, não tem como ficar séria assim...

— não começa.. -Falei e pude ouvir sua risada baixa

— não fiz nada -Wanda disse próximo do meu ouvido, e suas mãos apertaram minha cintura

Ok...

Eu estava travada. Só abaixei a cabeça e apoiei as mãos no balcão, eu não responderia por mim a partir dali.

— olha... Eu não respondo por mim daqui em diante -Sorri e me virei para ela

Me virei, ainda a mantendo próxima a mim. Wanda ainda sorria, parecia radiante, mas eu não entendia o porquê...

— para de me olhar assim.. -Pedi desviando o olhar

— a temida Natasha Romanoff, não sustenta um olhar? -Ela perguntou ainda sorrindo

— o seu não -Respondi, no calor do momento

Não diria que me arrependi do que disse, porque, por incrível que pareça, é uma verdade. Mas acho que não precisava expor.

— o que o meu olhar tem que te deixa assim? -Wanda perguntou

Até eu me perguntava isso. E responderia se soubesse, mas não faço ideia.

— não sei.. Mas, é seu, então já acho que seja motivo suficiente para fazer meu sistema ter um leve problema -Disse, um pouco nervosa

Não deveria me sentir assim...

— não precisa se sentir assim, se restringir... -Ela parecia saber o que se passava na minha cabeça

E eu não duvido que saiba mesmo. Até porque, agora, eu já não fazia questão alguma de esconder dela. Mas era mais difícil ouvir algo que você sabe que está acontecendo.

Até porque, ao verbalizar, você confirma aquele ato para si e para os outros. 

Não sei por quanto tempo, mas continuamos nos olhando, e acabei me perdendo naquela imensidão que ela tem nos olhos...

Quando menos esperei, me senti flutuar e estava em cima do balcão. Eu sorri para ela, sabendo que era invenção sua.

— tem o costume de colocar as mulheres mais baixas em cima da mesa, Maximoff? -Perguntei e ela riu

— só você, Natasha -Wanda disse

E eu consequentemente senti um arrepio percorrer meu corpo. 

Suas mãos continuaram na minha cintura, mas dessa vez por debaixo da blusa, e eu coloquei as minhas na sua nuca.

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora