9- Estrelas.

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>Narradora

Natasha se perguntava o que iria preparar para Sn dessa vez...
Era complicado quando ela teve sua alimentação restrita por tanto tempo. Bem, foi praticamente sua vida toda.

A ruiva resolveu não dar nada pesado, já estava escuro lá fora. E em pouco tempo era certeza que todos estariam caídos na cama.

Um sanduiche simples parecia a melhor, e única, opção do momento. E foi o que ela fez para a pequena. Sn continuava sentada no banco em que Natasha a havia colocado, com os cotovelos na mesa e o queixo apoiado nas mãos. Ela observava a ruiva dando poucos passos na cozinha enquanto balançava os pés.

— pronto pequena, você não pode comer muito para não passar mal durante a noite -Natasha colocou o prato na bancada e a pequena continuava a olhar para o rosto da mais velha — o quê?

— você é bonita -Sn disse e Natasha colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha enquanto tinha um pequeno sorriso no rosto — muito

— obrigada meu amor, você também é linda -Sn sorriu ao ouvir aquilo

— eu vou ficar assim quando eu crescer? -A pequena pergunta tirando as mãos do queixo e puxando o prato para perto 

— vai ficar mais bonita que isso -Natasha se sentou ao lado da pequena

Sn, como de costume, se levantou e iria para a salinha que tinha ao lado. Mas antes que pudesse de fato sair da cozinha ela parou e se virou para Natasha.

— posso comer aqui? Não quero ficar sozinha... Eu estou com medo -Sn disse se virando devagar com medo da reação que receberia da ruiva

Natasha sorriu para a pequena.

— claro que pode meu amor, vem, te ajudo a subir no banco de novo -Natasha disse se inclinando e abrindo os braços

Sn sorriu e andou apressada até a ruiva, que não hesitou em pegar a menina no colo e a colocar no banco. Natasha se sentia mais feliz que normalmente era com os outros vingadores.

Não é como se ela repudiasse toda e qualquer atitude deles, nem chegava perto de odiar qualquer um ali. Mas a pequena Sn estava despertando algo que a muito tempo estava adormecido dentro do peito de Natasha.

Não é como se ela não sentisse amor, ela tinha o Clint, Steve, e talvez o Tony. Mas aquela menina que se encontrava comendo em silêncio ao lado dela tinha sido uma  pequena faísca no peito da ruiva. Era inegável que Natasha tinha um instinto um tanto quanto protetor com a menina. A sala vermelha tinha tirado tudo de bom que poderia existir em Natasha.

Ou todos acharam que teria tirado. Sn havia trago um sentimento novo para a ruiva, mas como?

Talvez por ser uma criança? Ou por ter sido usada como Natasha uma vez foi? Ou por simplesmente ser doce da forma que é?

Essa era uma pergunta que demoraria a ser respondida...

...

Enfim, após Sn terminar de comer na companhia da ruiva, ambas foram para seus quartos. Nat deixou a pequena no seu e foi se deitar em seguida. 

A noite estava turbulenta para a pequena Sn. aquele quarto escuro e as vozes na sua cabeça não a ajudavam naquele momento. Ela não sabia de quem eram as vozes e nem quantas eram. Mas sabia que algo estava acontecendo, ou talvez ainda fosse acontecer.

Ela se virava na cama, procurando alguma posição confortável que fosse possível ignorar sua própria mente. "não a deixe ir", "ela vai precisar de você", "seu poder vai salvar a vida dela". Era algumas das poucas coisas que ela podia ouvir, e chegava a ser estranho ouvir a si próprio falando sobre um possível futuro...

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora