44- Frutinha vermelha.

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>Pov Natasha

— Nat.. A gnt precisa levantar -Acordei com a Wanda me chamando

Eu apenas murmurei em negação. Não queria, e sabia exatamente o porquê.

— você tá passando fome? -Ela perguntou dando uma risadinha

Eu me neguei a sair daquela posição, então balancei a cabeça dizendo que não.

— não soltou meu peito a noite toda, criança -Wanda disse e passou a mão no meu cabelo

Ficamos longos minutos na mesma posição, até precisarmos mesmo levantar. Então eu saí de cima dela, e me sentei na ponta da cama.

Wanda saiu da cama e entrou no banheiro. E eu que não sou besta fui junto.

...

Assim que saímos do quarto, fomos direto para a enfermaria. E como ainda é cedo, Sn ainda dormia.

— com licença, preciso atualizar alguém sobre o quadro clínico da Sn -A enfermeira entrou na sala

— você fica com ela? -Perguntei a Wanda, e ela apenas balançou a cabeça positivamente

Então eu sai da sala junto a moça.

— ela estava extremamente fraca, mas não por falta de alimento ou anemia. Tem algo muito maior que requer muito mais do que ela pode dar no momento, e acredito que, sobre isso, não sou eu quem trato -Ela disse olhando fixamente para mim

— certo, imagino como resolver. Obrigada -Sorri e ela saiu andando

Me encostei na parede e respirei fundo. Se aquilo é realmente muito maior que ela, como que consegue se manter no corpo da pequena?

— Nat? -Danvers parou ao meu lado — parece perdida..

— um pouco, estamos com uma criança na torre e ela já está totalmente apegada. Só que não sabemos o que fazer -Disse e ela me olhou atenciosa

— não deve ser impossível -Carol disse

— e não é.. É só que... Não sabemos como cuidar dela, o que fazer, por onde começar -Eu disse, mas em seguida me desapoiei da parede — bom... Eu já vou

— se cuida ruivinha, sabe que se precisar pode contar comigo né? -Carol disse e eu afirmei positivamente entrando na sala

A pequena ainda não acordou, então me sentei na maca ao lado, com a feiticeira.

Não tínhamos o que falar... o que era para acontecer, aconteceu, e o que não era não aconteceu.

...

— tia Nat! Tia Wanda! -A pequena acordou e se sentou na cama um pouco eufórica

Não pude evitar e sorri para ela. Me aproximei e me sentei na ponta da cama, vendo a Wanda caminhar até o outro lado e se sentar também.

— você dormiu bem, meu amorzinho? -Wanda perguntou

— vocês não estavam aqui, mas até que foi bom -A pequena disse

— então vamos levantar e alimentar esse dragãozinho que tem aí na sua barriga? -Perguntei e coloquei o indicador na barriga da menina, mesmo que por cima das cobertas

— eu tenho um dragão em mim??! -Sn tirou as cobertas e colocou a mãozinha na própria barriga

— tem.. E ele precisa comer muito para não ficar irritado -Falo e faço cócegas na barriga dela

— então vamos tia Nat, meu dragão vai começar a ficar muuuito bravo -Ela fez uma carinha de brava

Sorri e peguei a pequena no colo. Ela ainda estava com a roupa hospitalar. Então a levei ao quarto para tomar um banho e colocar uma roupa mais confortável.

— espero vocês lá em baixo -Wanda disse e acariciou o rosto da menina

— eu vou para lá muito rápido, tia -Sn afirmou sorridente

E então, após trocada, levei a pequena até a cozinha. Pouca gente estava ali

— o que quer comer pequena? -Perguntei e a coloquei sentada em cima do balcão

— quero a frutinha vermelha -Ela disse 

— então essa é a famosa menina que tanto ouvi...? -Carol perguntou e abraçou minha cintura

Olhei para ela por cima do ombro, e de relance senti o olhar da Wanda queimando em nós..

— é ela sim -Eu me afastei

Fui até a geladeira e peguei alguns morangos e mostrei para a pequena Sn, ela sorriu afirmando então separei alguns e fui lavar.

— eu quero a tia Wanda.. -A menor disse e cruzou os braços

Eu olhei para trás e pude notar que a mulher citada havia saído. Carol tentou pegar a pequena no colo, porém foi empurrada pela mesma.

 —quer descer? -Perguntei e ela afirmou me estendendo os bracinhos

Então coloquei a pequena no chão e ela correu em direção a sala. 

— esqueci de avisar, ela não é acostumada a ter pessoas a tocando sem maldade -Falei voltando a lavar os morangos

— ela é tão nova... É como você -Carol disse

— é pior. Bem pior -Aquilo de certa forma havida doído

Eu jurava que a sala vermelha não funcionava mais, mas só a pouco tempo que ela deixou de existir definitivamente.

Terminei de lavar os morangos e os coloquei em um potinho e levei até a sala, deixando a Carol na cozinha.

Cheguei na sala e Sn estava no colo da Wanda, com uma perninha de cada lado e a cabeca deitada no peitoral da mesma. Ambas assistindo a algum desenho que passava no momento.
Não consegui resistir e tirei mais uma foto delas.

— cadê a garotinha da Nat? -Perguntei e ela virou o rosto sorrindo

— a garotinha da tia Nat!! -Sn disse sorrindo

Eu estendi o potinho de morangos para ela, que prontamente pegou e apoiou na barriga da mulher que estava abaixo dela.

Wanda então olhou para a pequena e sorriu, acariciando os cabelos dela. Sn sorriu e ofereceu um morango para a mulher, qual prontamente aceitou e mordeu uma parte da fruta.

— tia, você faz o meu cabelo? -A menor perguntou e pegou uma mecha do cabelo da mais velha enrolando entre seus dedinhos

— claro meu amorzinho, você pode até escolher o que vai querer -Ela disse

— eu quero o que você fazer -Sn disse arrancando sorrisos bobos de nós

— então quando você terminar de comer eu te levo lá para cima, pode ser? -Sempre na base da negociação com a pequena

Sn balançou a cabeça afirmando rapidamente. Ela não teve pressa, ou euforia para comer seus morangos. Muito pelo contrário, ambas assistiram ao desenho que passava até o fim do mesmo.

— Olha só, a bonequinha comeu tudo -A mais velha disse entusiasmada

— meu dragão vai ficar feliz agora -Ela disse

— é ele vai -A mulher se levantou, ainda com a pequena no colo e foi até a cozinha

Ela não havia se quer me olhado naquele meio tempo...

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora