68- Colar.

149 24 0
                                    

>Pov Wanda

Não havia sinais da Natasha, e mexer naquela coisa cheia de botões era complicado. Aquilo estava me dando nos nervos. 

— olá querida Maximoff -A voz robótica soou pelo rádio — eu posso ver você, e saiba que a viúva negra também. Bom, eu não sei se ela está consciente, mas viva está -Meu sangue ferveu

— se você tiver arrancado se quer um fio de cabelo da minha mulher, eu vou fazer você sofrer como nunca ninguém poderia -Ameacei

— não fala assim, você parte o meu coração -Ele disse de maneira irônica

— o que você quer para soltar ela? -Perguntei diretamente 

— olha, que bom que perguntou. Porque achei que eu teria que fugir dos seus amigos mais algumas vezes 

— é o seu tipo mesmo -Ri sozinha

— o quê? 

— fugir o tempo inteiro. Isso que faz você ser você -Ironizei 

— você não pode me tirar a paciência -Ele disse e então o som de passos ecoou 

Me virei e Clint foi o primeiro a entrar. Fiz o sinal de silêncio para ele, mas talvez não adiantasse, já que Ultron podia me ver.

— eu estou com... Como você a chama? Sua mulher? -Ele riu — é, ela está comigo, se eu quiser matá-la agora, eu posso 

— não quero tirar sua paciência. Quero saber o que você quer para deixá-la ir -Vi Clint se aproximar e começar a mexer em algumas coisas

— vou tentar rastrear -Ele moveu os lábios devagar sem deixar sair nenhum som. Balancei a cabeça afirmando 

— você. -Ele disse, me fazendo fechar os olhos por alguns segundos

— o que você quer de mim? -Perguntei segurando firme na mesa que estava apoiada

— não é o que eu quero de você. Eu quero você, de volta para mim -Ele disse

— quer... Que eu ajude você? -Perguntei surpresa

Clint me olhava, querendo saber o que eu faria. Não podia respondê-lo, nem eu sabia.

— é isso. Fique comigo, e eu solto essa mulher insignificante. Ao menos para mim é insignificante -Ele debochou — vem cá, fala alguma coisa para ao menos dizer que está viva

Ele disse, mas então tudo ficou em silêncio. 

— bom, acho que ela não quer falar com você. Que pena -Eu podia imaginar seu sorriso vitorioso

— se quando eu chegar aí, ela estiver com um único arranhão... Eu vou arrancar cada pequena parte de você, para que sinta toda a dor possível e lembre-se de nunca mais voltar -O ameacei, provavelmente quase rosnando

— quando você parar de me ameaçar, e eu sentir que poderá me ajudar. Eu digo onde estou -Ele falou

Clint me olhou e me mostrou um mapa com um ponto vermelho. 

— é aqui -Ele sussurrou

— não sei se posso confiar em você -Falei ainda olhando o mapa

— porque não poderia? Eu nunca machuquei você -As lágrimas inundaram meus olhos

— você tirou o meu irmão de mim, e agora está tirando minha namorada. Como eu posso confiar em você, se tudo o que faz é machucar as pessoas? -Questionei tentando regular a voz 

Clint guardou o mapa e então voltou a mexer em algumas telas.

— eu não tirei seu irmão, ele que se meteu onde não deveria -Ele disse — e ela... Vai ser uma pena se ela não acordar 

— eu não sei se você é religioso, e pouco me importa se for ou não. Mas se eu fosse você, começaria a rezar agora, para que essa mulher acorde. Ou se não nada feito

Pude sentir o olhar fuzilador de Clint em mim. Mas não disse nada, e nem se quer me virei para ele. Eu ficaria com ele para que Natasha pudesse voltar para casa.

— ela vai acordar, uma hora ou outra ela vai -Ele disse com convicção 

— se não acordar, se esconde. Mas se esconde muito bem, como se fosse o diabo fugindo da cruz. Porque eu vou te procurar, e eu já nem sei mais quantas coisas eu poderia citar que vou fazer com você -Continuei o ameaçando

— uma hora você cansa de me ameaçar, e entende que eu posso fazer o melhor para você -Ultron disse — agora, preciso ir, antes que seu amigo consiga fazer o que ele quer 

E então o chiado começou a soar.

— onde é esse lugar que achou? -Perguntei me sentando na cadeira

— espera, espera. Você não vai trabalhar para ele só para trazer a Natasha de volta -Ele disse

— não é "só" para trazer ela de volta. É para poder tirá-la das mãos dele -Falei

— ela não vai aceitar, não importa a situação. Acha mesmo que ela vai ficar aqui parada sabendo que você está lá onde ela estava? -Ele se aproximou e colocou a mão em meu ombro — Natasha destruiria esse mundo por você. 

É um fato, e ela mesma já havia me dito isso. Mas de cabeça quente e pensando unicamente em salvá-la, não poderia discordar do robô. Afinal, ele disse que se quisesse poderia matá-la. 

— eu não tive outra escolha. Precisava enrolar para você conseguir sabe se lá Deus o que estava fazendo, e precisava saber como ele a deixaria ir -Falei e então o olhei

— tudo bem, eu entendo. Mas não pode cogitar trocar ela por você. Natasha não pararia nunca de procurar maneiras para te trazer de volta. E outra que vocês tem uma filha, como a pequena ficaria se soubesse que você nunca mais poderia vê-la? 

Ele estava certo. Não poderia. Mas se ele não me deu nenhuma outra opção do que queria, como eu faria isso?

Eu sai daquela sala e fui até o jardim. 

Retirei o delicado colar com um pingente de flecha do bolso e o transformei em uma pulseira. Havia o visto na cabeceira da cama antes de me levantar para ir atrás da Natasha. E foi ali que me preocupei, porque ela não tirava esse colar por nada, nem mesmo para dormir...

Segurei o pingente, como se buscasse forças com ele. 

Natasha sabia que algo iria acontecer. Por isso tirou o colar para dormir aquela noite...

"Se algo acontecer, deixarei uma maneira de lembrar-se de mim sempre. Saberá quando acontecer". Ela havia dito a quase três semanas. 

Provavelmente no tempo que havia começado a ser ameaçada.

Garotinha da Tia Nat.Onde histórias criam vida. Descubra agora